O que é hanseníase? Especialista explica sintomas e alerta: “Pode ser confundida com fibromialgia e outras condições”

No último domingo, dia 26 de janeiro, foi celebrado o Dia Mundial Contra a Hanseníase, uma data que visa aumentar a conscientização sobre essa doença ainda cercada de mitos e preconceitos.

Muitas pessoas ainda desconhecem o que é hanseníase, uma condição que, apesar de milenar, continua sendo um desafio de saúde pública no Brasil.

Por isso, é fundamental estar atento aos sintomas e entender que o diagnóstico precoce é o caminho para a cura e para evitar complicações.

O que é hanseníase? Entenda a doença

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae.

Embora seja conhecida há milênios, ela ainda representa um desafio de saúde pública, especialmente em países como o Brasil, onde os casos continuam a ser registrados anualmente.

A doença afeta principalmente a pele, os nervos periféricos e, em alguns casos, os olhos e as vias respiratórias.

Sua transmissão ocorre por meio de secreções nasais e saliva de pessoas não tratadas, e, felizmente, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, tem cura.

Contudo, devido ao estigma e à falta de informação, muitos ainda associam a doença a mitos e preconceitos, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento.

Conversamos com o Dr. Linnaldo Borges, especialista em ultrassonografia geral e vascular, que esclareceu as principais dúvidas sobre a doença e reforçou a importância de se informar para combater o preconceito e o desconhecimento.

Segundo o médico, a hanseníase é frequentemente confundida com outras condições, como a fibromialgia, devido aos sintomas que podem incluir dores articulares, fraqueza muscular e cansaço persistente.

Além disso, existem muitos mitos sobre o contágio que precisam ser desmistificados para que as pessoas se sintam mais seguras e motivadas a buscar ajuda.

Abaixo, confira as principais perguntas e respostas sobre a doença.

Como pega hanseníase?

A hanseníase é transmitida principalmente pelas vias respiratórias.

De acordo com o Dr. Linnaldo, o contágio ocorre através de gotículas de saliva e secreções nasais de pessoas doentes que ainda não iniciaram o tratamento.

“É importante esclarecer que a hanseníase não é transmitida por contato casual, como um abraço ou aperto de mão”, explica.

O risco de contágio aumenta quando há convivência próxima e prolongada com a pessoa infectada e sem tratamento.

No entanto, assim que o paciente começa a medicação, ele deixa de transmitir a bactéria.

Isso mostra que o diagnóstico precoce não só protege quem está ao redor, mas também permite que a pessoa doente inicie o tratamento antes de desenvolver complicações.

Como é feito o tratamento da hanseníase?

A boa notícia é que a hanseníase tem cura, e o tratamento é acessível, fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Dr. Linnaldo, o tempo de tratamento depende do tipo de hanseníase e da resposta de cada paciente.

“Alguns casos podem ser resolvidos em seis meses, mas há situações que exigem acompanhamento por mais de dois anos”, afirma.

O tratamento consiste em uma combinação de medicamentos que eliminam a bactéria e controlam os sintomas.

É fundamental que o paciente siga todas as orientações médicas e complete o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam antes do fim do período indicado”, reforça o especialista.

Isso evita recaídas e garante que a doença não será transmitida a outras pessoas.

Quem tem hanseníase pode ter contato com outras pessoas?

Um dos maiores estigmas em torno de o que é hanseníase está relacionado ao medo de contágio.

No entanto, o Dr. Linnaldo destaca que, após iniciar o tratamento, o paciente deixa de transmitir a doença.

“Com o tratamento correto, o convívio com familiares, amigos e colegas de trabalho é completamente seguro. É importante que as pessoas se informem e não alimentem preconceitos, já que o apoio emocional do círculo social é crucial para a recuperação do paciente”, explica o médico.

Além disso, familiares que tiveram contato próximo com alguém diagnosticado devem procurar uma unidade de saúde para avaliação, mesmo que não apresentem sintomas.

O acompanhamento preventivo é fundamental para interromper a cadeia de transmissão.

Como identificar as alterações na pele causadas pela hanseníase?

As manchas na pele são o sintoma mais conhecido de hanseníase, mas o Dr. Linnaldo alerta que a doença pode se manifestar de várias formas.

“As manchas podem ser esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas e, geralmente, têm perda de sensibilidade ao calor, frio, dor e tato”, assegura.

Além disso, essas manchas podem ser planas ou elevadas e aparecer em qualquer parte do corpo.

Em casos mais avançados, é possível notar caroços ou inchaços nas mãos e nos pés.

De acordo com o especialista, “outro ponto importante é que nem todos os casos de hanseníase apresentam manchas visíveis. Quando isso acontece, os sintomas podem incluir dores articulares, olhos secos e irritados, coriza constante e fraqueza muscular.”

Por isso, é fundamental prestar atenção a qualquer alteração persistente no corpo e procurar orientação médica.

Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, menos chances de complicações.

Hanseníase coça?

Essa é outra dúvida comum. De acordo com o especialista, a coceira não é um sintoma frequente da hanseníase.

Segundo o médico, “o que caracteriza a doença é a perda de sensibilidade nas áreas afetadas, como manchas na pele ou regiões do corpo onde a pessoa não sente dor ou temperatura”.

Entretanto, ele afirma que, se houver coceira em áreas com alterações na pele, é sempre indicado buscar avaliação médica para descartar outras condições e, se necessário, iniciar o tratamento adequado.

Hanseníase mata?

A resposta é não. “Com o tratamento adequado, a hanseníase não causa morte e tem cura”, enfatiza o Dr. Linnaldo.

Contudo, o especialista faz um alerta: se não tratada, a doença pode causar complicações graves, como lesões nos nervos, nos olhos e em outros órgãos, além de levar a incapacidades físicas.

Ele afirma que “o diagnóstico e o início precoce do tratamento são fundamentais para evitar sequelas permanentes. Quanto mais cedo a pessoa buscar ajuda, melhor será a recuperação.”

O alerta final do especialista

No Brasil, muitas pessoas ainda convivem com hanseníase sem saber que estão doentes.

Isso acontece porque os sintomas podem ser confundidos com outras condições, como dores articulares e fraqueza muscular, ou mesmo ignorados.

Para o Dr. Linnaldo, é fundamental que a população esteja informada e atenta aos sinais da doença.

Os principais sintomas incluem:

  • Manchas na pele (esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas) com perda de sensibilidade;
  • Dormência ou formigamento em algumas partes do corpo;
  • Dores articulares ou fraqueza muscular persistente;
  • Coriza constante ou sangramento nasal.

Se você ou alguém próximo apresentar esses sinais, procure uma unidade de saúde imediatamente.

O diagnóstico precoce e o tratamento são essenciais para a cura completa. E lembre-se: o tratamento é gratuito e está disponível pelo SUS.

Informar-se sobre o que é hanseníase e saber como agir pode salvar vidas.

Compartilhe este conhecimento com sua família e amigos e ajude a combater o preconceito e o desconhecimento em torno dessa doença.

Leia mais: Fibromialgia: compreendendo a condição, sintomas, diagnóstico e tratamento

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Redação SaúdeLab
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