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O que é treino HIIT e por que ele vem chamando atenção na miosite
Estudo publicado na revista eBioMedicine trouxe uma novidade importante para quem convive com miosites inflamatórias (um grupo de doenças autoimunes raras que afetam diretamente a força e a resistência dos músculos). A pesquisa revela que o treino HIIT, conhecido pelos intervalos curtos e intensos, pode ter um papel mais relevante do que se imaginava no tratamento dessas condições.
Logo no início, os cientistas lembram que pessoas com polimiosite, dermatomiosite e outras formas de miosite costumam apresentar uma queda acentuada na capacidade aeróbica.
Mesmo com o início dos medicamentos, muitos pacientes não recuperam o fôlego nem a força no ritmo esperado.
Daí veio a pergunta principal, será que um exercício mais intenso, mas monitorado, poderia ajudar?
Treino HIIT e os resultados que chamam atenção
Ao comparar o treino HIIT com os exercícios moderados mais comuns, os pesquisadores encontraram uma diferença clara.
Quem fez HIIT três vezes por semana teve um aumento de 16% na capacidade aeróbica.
Em termos simples, isso significa conseguir realizar atividades do dia a dia com menos cansaço; caminhar mais, subir escadas com menos pausa, manter o ritmo por mais tempo.
Já o grupo que praticou exercícios leves teve apenas pequenas mudanças.
E não foi só no desempenho que o HIIT se destacou.
As mitocôndrias, que são as responsáveis pela produção de energia nas células musculares, também apresentaram uma resposta melhor ao treino mais intenso.
Nesse grupo, houve aumento de proteínas ligadas ao metabolismo energético, mostrando que o músculo passou a produzir energia de forma mais eficiente.
O que é treino HIIT e por que ele funciona
Para entender o que é treino HIIT, imagine uma sequência de movimentos feitos no máximo do seu fôlego por alguns segundos, seguidos de pequenas pausas ativas para o corpo recuperar, mas sem parar totalmente.
É como correr forte por 30 segundos e depois caminhar devagar por 1 minuto, repetindo isso algumas vezes. Ou pedalar bem rápido, descansar um pouco, e acelerar de novo.
As sessões são curtas, mas fazem o coração trabalhar de verdade.
Esse formato “acelera e recupera” obriga o corpo a ativar mecanismos de produção de energia que normalmente não entram em ação durante exercícios leves.
Por isso o HIIT melhora o fôlego e a resistência mesmo quando o treino dura poucos minutos. Algo que o estudo confirmou também em pessoas com doenças musculares inflamatórias.
Segurança foi um ponto-chave da pesquisa
Um receio comum entre médicos e pacientes é que movimentos intensos possam piorar a inflamação muscular. Mas, no estudo, isso não aconteceu.
Os exames laboratoriais permaneceram estáveis, não houve aumento da atividade da doença, e o desconforto relatado foi o esperado após esforços mais fortes: fadiga transitória e dor muscular leve por um ou dois dias.
Nada persistente ou capaz de impedir a continuidade do programa de 12 semanas.
Esse dado é relevante porque, durante muitos anos, o consenso era que pessoas com miosite deveriam evitar atividades intensas por segurança. Uma visão que vem mudando conforme novas pesquisas surgem.
O impacto para quem convive com miosite
A pesquisa reforça a ideia de que, quando bem orientado, o movimento pode ser um aliado poderoso.
Para quem tem miosite, ganhar um pouco mais de capacidade aeróbica significa mais autonomia no dia a dia.
Em outras palavras, poder subir escadas com menos pausa, caminhar mais, realizar tarefas simples sem tanto cansaço.
O treino HIIT aparece, assim, como uma ferramenta promissora dentro do tratamento.
Ele não substitui os medicamentos, mas pode complementar o cuidado e melhorar a qualidade de vida quando aplicado com acompanhamento profissional.
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