Quem tem H. pylori pode comer ovo? Saiba o que acontece

A infecção por Helicobacter pylori (H. pylori) é uma condição mais comum que se imagina. Pois, trata-se de uma bactéria que pode causar diversos problemas estomacais, desde gastrites até úlceras. Deste modo, será que quem tem H. pylori pode comer ovo?

Neste artigo do SaúdeLAB, vamos esclarecer essa questão e fornecer orientações dietéticas para quem vive com H. pylori.

O que é a H. pylori?

Helicobacter pylori (H. pylori) é uma bactéria que se aloja no estômago e no início do intestino delgado. E, sua característica única é a capacidade de sobreviver no ambiente ácido do estômago, onde pode provocar inflamação e danificar as paredes estomacais.

Esta ação pode levar ao desenvolvimento de gastrites e úlceras pépticas. Inclusive, a bactéria H. pylori chama atenção pois, conforme estudos científicos, embora presente em uma grande parte da população mundial, não sempre leva a doenças; a infecção pode ser assintomática em muitos indivíduos.

Sintomas e diagnóstico

Muitas pessoas infectadas com H. pylori não apresentam sintomas. Então, quando os sintomas ocorrem, eles geralmente estão relacionados a problemas como gastrite ou úlceras pépticas.

Neste caso, os sinais comuns incluem dor ou ardor no estômago, especialmente quando vazio, náuseas, perda de apetite, inchaço, arrotos frequentes e perda de peso não intencional. E, em casos mais graves, pode haver sangramento gastrointestinal, manifestando-se como fezes escuras ou vômito com sangue.

O diagnóstico de infecção por H. pylori é tipicamente confirmado por exames laboratoriais e endoscopia, onde um tubo fino com uma câmera é inserido pela garganta para coletar amostras de tecido do estômago para teste.

Mas, quem tem H. pylori pode comer ovo?

Quando se trata de H. pylori e dieta, muitos se perguntam sobre alimentos específicos, como os ovos. De forma geral, os ovos são seguros para pessoas com infecção por H. pylori, principalmente devido ao seu baixo teor de acidez e à rica oferta de proteínas e nutrientes essenciais.

Inclusive, eles não são conhecidos por piorar os sintomas associados à infecção por H. pylori, como dor estomacal, inchaço ou indigestão, principalmente porque não irritam as paredes do estômago de forma direta.

Pode consumir, mas com cuidado

No entanto, existem algumas recomendações importantes para o consumo de ovos por indivíduos infectados pelo H. pylori.

Modo de preparo

Neste caso, prefira ovos cozidos, pochê ou mexidos em vez de fritos. Pois, métodos de cozimento que requerem menos óleo são preferíveis, pois as gorduras em excesso podem agravar os sintomas de desconforto estomacal.

Os ovos fritos, devido ao maior teor de gordura devido ao óleo, podem ser mais difíceis de digerir para algumas pessoas, levando a possíveis desconfortos gástricos.

Cozimento completo

É crucial que os ovos sejam bem cozidos para eliminar qualquer risco de salmonela, uma bactéria que pode causar infecção alimentar.

Afinal, pessoas com um sistema digestivo já comprometido, como aquelas com infecção por H. pylori, podem ser mais suscetíveis a complicações decorrentes de alimentos contaminados. Portanto, evite ovos mal cozidos ou com a gema líquida.

Frequência e quantidade

Consuma ovos com moderação. Apesar de serem nutritivos, tudo em excesso pode ser prejudicial.

Assim, integrar ovos em uma dieta balanceada, sem depender exclusivamente deles para aporte proteico, é a abordagem mais saudável.

Atenção às reações individuais

Cada pessoa reage de forma diferente a diferentes alimentos.

Então, se notar que o consumo de ovos piora os sintomas da H. pylori, é aconselhável reduzir a quantidade ou eliminá-los temporariamente da dieta e consultar um médico ou nutricionista.

Alimentação para quem tem H. pylori

A alimentação exerce um papel crucial no manejo dos sintomas e na recuperação de indivíduos infectados pelo Helicobacter pylori, conforme já apontado em vários estudos científicos. Neste caso, a qualidade da dieta pode influenciar a intensidade da inflamação estomacal e a eficácia do tratamento.

Por isso, uma alimentação balanceada ajuda a fortalecer o sistema imunológico, promover a saúde gastrointestinal e reduzir o desconforto causado pela infecção.

Alimentos a evitar

Pessoas diagnosticadas com H. pylori devem considerar alguns ajustes em sua dieta para minimizar os sintomas e promover a cicatrização do estômago:

  • Alimentos ácidos: Frutas cítricas como laranjas, limões e tomates podem aumentar a irritação do estômago já inflamado pela infecção.
  • Comidas picantes: Alimentos com muita pimenta ou especiarias podem piorar a dor e o desconforto abdominal.
  • Alimentos gordurosos: Carnes com alto teor de gordura, frituras e produtos de fast-food podem agravar os sintomas de indigestão e desconforto estomacal.
  • Cafeína e álcool: Bebidas como café, chá preto, refrigerantes e álcool podem irritar o revestimento do estômago e devem ser consumidas com moderação ou evitadas.

Alimentos a consumir

Enquanto alguns alimentos devem ser evitados, outros podem ser benéficos e auxiliar na recuperação:

  • Alimentos ricos em fibras: Vegetais, frutas, legumes e grãos integrais ajudam na digestão e no trânsito intestinal, podendo reduzir os sintomas como inchaço e constipação.
  • Probióticos: Iogurtes e outros alimentos fermentados contêm bactérias benéficas que podem melhorar a saúde intestinal e potencialmente reduzir a carga bacteriana de H. pylori.
  • Proteínas magras: Carnes brancas, peixes e leguminosas fornecem nutrientes essenciais sem sobrecarregar o estômago.
  • Água e chás suaves: Manter-se hidratado é fundamental. Chás como o de camomila podem ter efeitos calmantes sobre o estômago.

Dieta balanceada é o segredo

Manter uma dieta equilibrada é crucial, especialmente para indivíduos lutando contra a infecção por H. pylori. Assim, uma dieta bem balanceada apoia o sistema imunológico, promove a saúde do trato digestivo e pode ajudar a mitigar os sintomas da infecção.

É importante notar que a tolerância a diferentes alimentos pode variar significativamente de uma pessoa para outra. Por isso, manter um diário alimentar pode ser uma ferramenta útil para identificar alimentos específicos que desencadeiam ou pioram seus sintomas.

Com base nisso, você pode ajustar sua dieta para melhor atender às suas necessidades individuais, sempre considerando as orientações gerais para uma alimentação saudável e equilibrada.

Mas, lembre-se, essas recomendações dietéticas devem complementar, e não substituir, qualquer tratamento médico para H. pylori. Consultar um profissional de saúde ou um nutricionista pode proporcionar orientações personalizadas adaptadas às suas necessidades específicas e condição de saúde.

Em resumo, pessoas com infecção por H. pylori podem consumir ovos, desde que de forma moderada e atentas à forma de preparo. Mas, é importante manter uma dieta equilibrada e seguir as recomendações médicas para tratamento e alívio dos sintomas. Se você tem H. pylori, consulte seu médico sobre as melhores práticas dietéticas para sua situação específica.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
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