Quem tem pressão alta pode tomar chá de cravo? Veja quando é seguro e quando evitar

Quem tem pressão alta pode tomar chá de cravo? Essa é uma dúvida comum entre pessoas que buscam alternativas naturais para aliviar dores, melhorar a digestão ou fortalecer o sistema imunológico.

O cravo-da-índia é uma especiaria bastante popular na culinária e na fitoterapia, mas seus efeitos sobre o sistema cardiovascular ainda geram questionamentos — especialmente entre quem convive com a hipertensão arterial.

Hoje, no SaúdeLAB, vamos esclarecer o que se sabe sobre os efeitos do chá de cravo no organismo, os possíveis riscos para quem tem pressão alta, e quais cuidados são recomendados antes de consumir.

Se você ou alguém da sua família tem hipertensão, é fundamental entender como esse chá pode interferir na saúde do coração e da circulação.

Para que serve o chá de cravo e por que é tão usado?

O chá de cravo é tradicionalmente utilizado como um remédio natural para diversas condições comuns do dia a dia.

Preparado a partir dos botões florais secos do cravo-da-índia (Eugenia caryophyllus), ele é conhecido por seu sabor marcante e por suas propriedades bioativas.

Entre os principais usos populares do chá de cravo, destacam-se:

  • Ação digestiva: utilizado para aliviar desconfortos como inchaço, gases e má digestão;
  • Efeito analgésico e anti-inflamatório: útil no alívio de dores musculares e articulares;
  • Propriedades antifúngicas e antibacterianas: pode auxiliar no combate a infecções leves;
  • Apoio imunológico: é rico em antioxidantes, como o eugenol, que ajudam a combater os radicais livres.

Pessoas que utilizam terapias naturais frequentemente recorrem ao chá de cravo para fortalecer o organismo de forma preventiva ou complementar.

No entanto, por mais que seja um produto natural, isso não garante ausência de riscos, especialmente quando se trata de condições cardiovasculares como a hipertensão.

O uso do chá deve ser orientado por critérios de segurança, especialmente para quem faz uso contínuo de medicamentos ou tem doenças crônicas.

Chá de cravo faz mal para quem tem pressão alta?

Essa é uma das principais preocupações de quem convive com a hipertensão. Embora o cravo-da-índia tenha uma composição rica em compostos bioativos, como o eugenol, nem todos os seus efeitos são inofensivos para pessoas hipertensas.

O eugenol é um composto fenólico com ações antioxidantes, anti-inflamatórias e vasodilatadoras.

Em estudos laboratoriais, ele demonstrou capacidade de relaxar os vasos sanguíneos em determinados contextos, o que poderia indicar um efeito hipotensor.

No entanto, os resultados ainda são inconclusivos quando aplicados a humanos, especialmente em indivíduos que já têm diagnóstico de pressão alta ou fazem uso de medicamentos anti-hipertensivos.

Além disso, o chá de cravo pode exercer um efeito estimulante leve em algumas pessoas, o que, teoricamente, poderia interferir no ritmo cardíaco e na regulação da pressão arterial.

Há também a possibilidade de interações medicamentosas, sobretudo com fármacos anticoagulantes, antiplaquetários e anti-hipertensivos, o que reforça a necessidade de precaução.

É importante considerar que o organismo de cada pessoa pode reagir de forma diferente ao uso do chá, e fatores como quantidade ingerida, frequência de consumo e sensibilidade individual fazem diferença.

Embora o cravo tenha propriedades antioxidantes, ainda não há consenso científico sobre sua segurança em pessoas hipertensas.

Em excesso, o chá pode provocar efeitos adversos, como alterações na pressão e desconfortos gastrointestinais.

Por isso, não é recomendável o uso frequente ou concentrado do chá de cravo por pessoas com hipertensão, sem avaliação individualizada por um profissional de saúde.

Hipertensos podem tomar chá de cravo com segurança?

O consumo de chá de cravo por pessoas com pressão alta exige cautela.

Em casos de hipertensão leve e controlada, o uso esporádico e em pequenas quantidades pode não representar risco significativo, especialmente quando não há uso concomitante de medicamentos.

No entanto, essa avaliação deve sempre ser feita individualmente e com o acompanhamento de um profissional de saúde.

Já em pessoas com hipertensão moderada ou grave, ou que fazem uso contínuo de anti-hipertensivos, o consumo do chá de cravo pode ser mais arriscado.

Isso porque o eugenol — composto ativo presente no cravo — pode interagir com o sistema cardiovascular, alterando a pressão ou interferindo na ação dos medicamentos.

Mesmo em pessoas com pressão bem controlada, o uso frequente, em grandes quantidades ou em concentrações elevadas do chá deve ser evitado.

O consumo diário, por exemplo, não é recomendado sem orientação médica, pois pode sobrecarregar o organismo e favorecer reações adversas.

Portanto, ainda que o chá de cravo seja natural, isso não o torna automaticamente seguro.

Para quem tem hipertensão, o mais prudente é sempre optar pela moderação e buscar orientação individualizada, considerando o histórico clínico, o uso de medicamentos e outros fatores de risco.

Efeitos do chá de cravo no coração e na circulação

O cravo-da-índia possui propriedades que podem influenciar o sistema cardiovascular.

O principal composto ativo da planta, o eugenol, apresenta efeito vasodilatador leve em algumas situações.

Isso significa que pode haver um relaxamento dos vasos sanguíneos, o que, teoricamente, poderia colaborar para a redução da pressão.

No entanto, esse efeito é instável e varia de pessoa para pessoa.

Além disso, o chá de cravo pode ter um leve efeito termogênico, estimulando o metabolismo e, em certos casos, podendo provocar discreto aumento da frequência cardíaca ou da pressão arterial — principalmente em pessoas mais sensíveis ou que já apresentam predisposição cardiovascular.

Outro ponto de atenção é que o eugenol pode interagir com medicamentos anticoagulantes e antiplaquetários, alterando o tempo de coagulação e, potencialmente, aumentando o risco de sangramentos ou dificultando o controle da pressão em pessoas que usam múltiplos fármacos.

É fundamental observar os sinais do próprio corpo após o consumo do chá. Alguns sintomas que merecem atenção incluem:

  • Dor de cabeça persistente
  • Sensação de palpitação ou batimentos acelerados
  • Náusea ou desconforto gástrico
  • Tontura ou sensação de pressão desregulada

Caso qualquer um desses sinais apareça após o consumo do chá de cravo, a recomendação é suspender o uso imediatamente e procurar avaliação médica.

📌 Leitura Recomendada: Chá de erva-doce é bom para pressão alta? Descubra os benefícios e cuidados

Quem deve evitar o chá de cravo?

Apesar de ser uma infusão de origem natural, o chá de cravo não é indicado para todas as pessoas. Alguns grupos apresentam maior risco de efeitos adversos ou complicações decorrentes do consumo:

  • Pessoas com hipertensão descontrolada: o uso do chá pode interferir na regulação da pressão e dificultar o controle clínico da condição.
  • Quem usa anticoagulantes ou medicamentos para pressão: há potencial de interação medicamentosa, o que pode comprometer a eficácia dos tratamentos ou causar reações indesejadas.
  • Gestantes e lactantes: o cravo possui substâncias bioativas potentes, e não há evidências suficientes sobre sua segurança durante a gestação ou amamentação.
  • Pessoas com doenças cardíacas ou hepáticas: o metabolismo do eugenol ocorre em parte pelo fígado, e o sistema cardiovascular pode ser sensível aos seus efeitos. Nesses casos, o uso do chá deve ser evitado ou rigorosamente monitorado.

Em todas essas situações, o ideal é buscar orientação de um médico, nutricionista ou fitoterapeuta antes de consumir o chá de cravo, mesmo que seja ocasionalmente.

Como tomar chá de cravo com mais segurança?

Para quem tem pressão alta e deseja experimentar o chá de cravo, o mais importante é adotar uma abordagem cautelosa.

O consumo deve ser esporádico, em pequenas quantidades e sempre com orientação de um profissional de saúde que conheça seu histórico clínico.

Uma forma segura de preparo é a infusão leve:

Receita segura:

  • Utilize de 2 a 3 cravos-da-índia inteiros
  • Ferva 1 xícara de água (cerca de 200 ml)
  • Desligue o fogo, adicione os cravos e tampe
  • Deixe em infusão por 5 a 7 minutos
  • Coe e consuma sem adoçar, preferencialmente após as refeições

Evite combinar o cravo com outras plantas estimulantes, como gengibre, canela ou guaraná, pois isso pode potencializar os efeitos sobre o sistema cardiovascular.

Após o consumo, observe o seu corpo com atenção. Fique atento a sinais como alterações na pressão arterial, palpitações, dor de cabeça ou desconforto gástrico.

Se qualquer reação adversa surgir, interrompa o uso e procure avaliação médica.

📌 Leitura Recomendada: Quem não pode tomar chá de cravo? Você precisa ficar atento aos riscos

Alternativas seguras de chá para quem tem pressão alta

Se o objetivo for relaxar, melhorar a digestão ou aliviar desconfortos, existem outras opções de chás mais seguras para quem tem hipertensão.

Essas plantas costumam ter efeito calmante ou vasodilatador leve, e geralmente não apresentam riscos cardiovasculares quando consumidas com moderação.

Alguns exemplos indicados são:

  • Chá de hibisco: pode ajudar na redução da pressão, mas deve ser consumido com moderação, especialmente por quem toma medicamentos.
  • Chá de camomila: tem efeito calmante e anti-inflamatório leve, sendo uma opção segura para a maioria dos hipertensos.
  • Chá de capim-limão (capim-santo): possui propriedades relaxantes e digestivas.
  • Chá de erva-cidreira: excelente para acalmar, melhorar o sono e aliviar a tensão, sem impacto significativo na pressão arterial.

Antes de incluir qualquer chá na rotina, o ideal é consultar um fitoterapeuta, nutricionista ou médico, que poderá avaliar possíveis interações com medicamentos e indicar as melhores opções para o seu caso.

Vale a pena tomar chá de cravo se tenho pressão alta?

O chá de cravo pode oferecer benefícios à saúde, como ação digestiva, antioxidante e anti-inflamatória. No entanto, para quem tem hipertensão, o uso deve ser feito com responsabilidade.

Não é possível afirmar que o chá de cravo seja completamente seguro para todos os hipertensos, especialmente em casos de pressão descontrolada ou uso contínuo de medicamentos. Por isso:

  • Use com moderação e apenas de forma esporádica
  • Evite concentrações elevadas ou uso diário
  • Sempre converse com seu médico antes de incluir o chá na rotina

Se você busca bem-estar sem comprometer a pressão arterial, há outras infusões mais seguras, como camomila ou erva-cidreira, que podem cumprir esse papel sem gerar riscos à saúde cardiovascular.

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FAQ – Perguntas frequentes sobre chá de cravo e pressão alta

Quem tem pressão alta pode tomar chá de cravo com limão?

O limão, por si só, não interfere diretamente na pressão arterial.

No entanto, combinado com o cravo, pode tornar a infusão muito ácida, o que pode causar desconforto gástrico em algumas pessoas.

O principal cuidado deve ser com o chá de cravo em si. A moderação continua sendo essencial.

Chá de cravo aumenta ou abaixa a pressão?

Não há evidência conclusiva de que o chá de cravo aumente ou reduza a pressão arterial de forma significativa.

Em algumas pessoas sensíveis, o efeito pode ser levemente estimulante, provocando discreta elevação da pressão ou sensação de palpitação.

Quantas vezes por semana posso tomar chá de cravo se sou hipertenso?

Se o consumo for liberado por seu médico, recomenda-se limitar a ingestão a no máximo 1 ou 2 vezes por semana, sempre em doses leves e bem diluídas.

Posso usar o cravo em receitas mesmo tendo pressão alta?

Sim. O uso culinário do cravo-da-índia, em pequenas quantidades como especiaria em pratos doces ou salgados, geralmente não representa risco para pessoas com pressão alta.

O cuidado maior é com o uso concentrado em forma de chá.

📌 Leitura Recomendada: Chá de cravo é bom para o pulmão? Saiba seus verdadeiros efeitos no sistema respiratório

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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