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Esse hábito diário pode reduzir em até 24% o risco de dor lombar crônica
A dor lombar crônica é um dos problemas de saúde mais comuns do mundo e afeta milhões de pessoas todos os anos. Ela não só causa limitações físicas, como também gera custos elevados para os sistemas de saúde.
Mas uma nova pesquisa internacional traz uma notícia animadora: caminhar todos os dias, de forma simples e constante, pode estar associado a um risco menor de desenvolver esse problema.
A dor lombar crônica e seu impacto
A dor lombar crônica é caracterizada por dores persistentes na região inferior das costas que duram três meses ou mais.
Esse problema atinge pessoas de todas as idades, sendo hoje uma das principais causas de incapacidade no mundo.
Além do impacto na qualidade de vida, ela representa um enorme peso financeiro para famílias e governos, já que está associada a altos índices de afastamento do trabalho e gastos médicos.
Segundo estimativas globais, a tendência é que os casos continuem aumentando nas próximas décadas.
Por isso, identificar formas simples e acessíveis de prevenção se tornou uma prioridade para pesquisadores e profissionais de saúde.
O estudo que analisou a caminhada como prevenção
O estudo foi conduzido na Noruega e publicado na revista científica JAMA Network Open.
Mais de 11 mil pessoas, com idade a partir dos 20 anos, participaram da pesquisa.
Nenhuma delas tinha dor lombar crônica no início do acompanhamento.
Os participantes usaram acelerômetros (pequenos dispositivos que medem movimento) por sete dias, para que fosse possível registrar com precisão quanto tempo passavam caminhando e em que intensidade.
Depois, eles foram acompanhados por cerca de quatro anos para verificar quem desenvolveu o problema.
Quanto mais caminhada, menor o risco
Os resultados foram claros: quem caminhava mais por dia tinha menos chance de desenvolver dor lombar crônica.
- Pessoas que caminhavam entre 78 e 100 minutos por dia apresentaram uma redução de 13% no risco.
- Entre 101 e 124 minutos diários, a queda foi de 23%.
- Já quem caminhava 125 minutos ou mais por dia manteve uma redução de aproximadamente 24% no risco em comparação com quem caminhava menos de 78 minutos.
Em outras palavras: incluir cerca de uma hora e meia de caminhada por dia já esteve associado a benefícios relevantes para a saúde da coluna.
Intensidade da caminhada: ajuda, mas tem limites
O estudo também avaliou se caminhar mais rápido fazia diferença.
Foi observado que a intensidade da caminhada tinha algum efeito positivo, mas menor do que o tempo total caminhado.
Além disso, os pesquisadores ainda notaram que, depois de certo ponto, o benefício não continuava crescendo e podia até diminuir levemente.
Ou seja, o fator que realmente fez diferença foi andar mais tempo ao longo do dia, independentemente de o ritmo ser mais leve, moderado ou acelerado.
Políticas de saúde e prevenção acessível
Os pesquisadores destacam que a caminhada é um exercício simples, gratuito e acessível para praticamente qualquer pessoa.
Diferente de atividades que exigem equipamentos, aulas ou deslocamentos, basta o uso de calçados confortáveis para começar.
Diante da alta prevalência de dor lombar crônica, políticas públicas que incentivem a caminhada diária (como espaços seguros nas cidades, programas comunitários e campanhas educativas) poderiam ajudar a reduzir a incidência desse problema e aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde.
O que isso significa para o dia a dia
Embora seja um estudo observacional, ou seja, não prova causa e efeito de forma definitiva, os resultados sugerem fortemente que caminhar mais está associado a uma menor probabilidade de desenvolver dores persistentes na lombar.
Portanto, pequenas mudanças, como ir a pé ao trabalho quando possível, fazer caminhadas no bairro, subir escadas em vez de usar elevadores e incluir passeios ativos nos finais de semana, podem somar minutos importantes.
Além de diminuir o risco de dor lombar crônica, a caminhada também é conhecida por melhorar o humor, fortalecer o coração, ajudar no controle do peso e aumentar a disposição geral.
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