Tratamento com óleo de cannabis reverte sintomas de Alzheimer em 28 voluntários

Estudo feito pela Unila, em Foz do Iguaçu, tem aprovação do comitê de ética

Esperança – Um tratamento experimental, a base de óleo de cannabis reverteu os sintomas de Alzheimer em 28 voluntários, segundo a Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila). O laboratório de neurofarmacologia clínica da universidade, que é pioneiro no país, com aprovação do comitê de ética da Unioeste.

No entanto, o tratamento mostrou-se eficiente também para o Parkinson e outras doenças degenerativas.  Conforme dados do departamento, todos os voluntários apresentaram quadro clínico estável depois de seis meses de tratamento.

O tratamento com o óleo de cannabis

Um agricultor, de 78 anos, um dos primeiros voluntários do estudo, começou o tratamento com o óleo de cannabis em 2017. Seu diagnóstico era de Alzheimer moderado ao iniciar o tratamento. Então, depois de 22 meses de acompanhamento, o paciente apresentou reversão dos sintomas, tendo por exemplo, melhoras no humor, sono e memória, além da estabilização da doença.

Já no segundo semestre de 2021, outros pacientes diagnosticados com Alzheimer leve ou moderado também passaram a ser acompanhados. Logo foram divididos em dois grupos, a metade deles utilizando o óleo de cannabis, enquanto a outra metade recebia placebo. O resultado, por fim, foi que o grupo que utilizou cannabidiol, durante seis meses, tornou-se clinicamente estável.

Segundo o docente de Medicina e Biociências da Unila, Francisney Nascimento, que é o coordenador do estudo, acredita que a pesquisa pode inspirar projetos maiores e pautar novos tratamentos e protocolos futuros.

Atualmente, durante toda a pesquisa são feitas avaliações clínicas nos voluntários. O objetivo é avaliar memória, cognição e aprendizado do paciente. Paralelamente, são feitas avaliações bioquímicas com coletas de sangue para avaliar proteínas, enzimas e medidores inflamatórios.  Em outras palavras, são analisados todos os parâmetros que possam ter relação com Alzheimer. “Avaliamos se a cannabis pode recuperar a cognição do paciente, o déficit de memória e se é capaz de reduzir a progressão da doença”, esclarece Nascimento.

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Novos voluntários para o tratamento com óleo de cannabis

O projeto já foi aprovado pelo Comitê de Ética da feita na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Por isso, semestralmente aceita novos voluntários em estágio de leve a moderado da doença. A pesquisa utiliza cannabis fornecida pela Associação Brasileira de Apoio Abrace Esperança, organização sem fins lucrativos e única instituição brasileira autorizada pela justiça a cultivar a maconha para fins medicinais.

Para candidatar-se ao estudo experimental de 12 meses com óleo de cannabis é necessário que o paciente tenha sido diagnosticado com Alzheimer e tenha um cuidador com disponibilidade para acompanhá-lo em todas as fases do estudo.

Igualmente, deverá comparecer mensalmente à Universidade e ser submetido a exames de sangue e testes cognitivos. Os interessados devem mandar e-mail para laborató[email protected] ou no site www.labneurofarmaco.com.

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