Anticoncepcional e trombose hemorroidária: o que toda mulher precisa saber

A relação entre trombose hemorroidária e o uso de anticoncepcional ainda gera muitas dúvidas entre as mulheres, e não é à toa.

Não raro pacientes chegam assustadas, tentando entender se a pílula pode ser a responsável pelo surgimento daquele caroço doloroso e repentino na região anal.

Sim, existe relação.

O anticoncepcional pode aumentar o risco de trombose hemorroidária, e entender o motivo disso ajuda a reduzir o medo e a tomar decisões mais seguras sobre o próprio corpo.

Por que o anticoncepcional pode favorecer a trombose hemorroidária?

A maioria das pílulas combina hormônios sintéticos, que são versões produzidas em laboratório do estrogênio e da progesterona.

Esses hormônios ajudam a impedir a gravidez, mas também tornam o sangue mais propenso à formação de coágulos.

E por que isso importa para a região anal?

Porque pequenas veias do canal anal podem se romper com esforço, evacuação difícil ou fezes endurecidas.

Quando isso acontece, o organismo tenta estancar esse micro-sangramento formando um coágulo.

Se o sangue está ainda mais predisposto a coagular, como ocorre em usuárias de anticoncepcional, as chances de desenvolver trombose hemorroidária aumentam.

É um processo natural do corpo, mas que, nas circunstâncias certas, provoca o quadro doloroso que muitas mulheres conhecem bem.

Quais são os sintomas da trombose hemorroidária associada ao anticoncepcional?

Os sintomas são iguais para quem usa ou não usa anticoncepcional.

O que muda é apenas o risco aumentado em algumas mulheres. Entre os sinais mais frequentes estão:

  • Dor intensa ao sentar;
  • Caroço ou protuberância dolorosa no ânus;
  • Desconforto e dor durante a evacuação.

Vale lembrar que o uso de pílulas pode elevar o risco também de outros tipos de trombose, como a venosa profunda (geralmente nas pernas) e quadros mais graves, como trombose arterial, associada a infarto e AVC.

Quais anticoncepcionais têm maior relação com a trombose hemorroidária?

As pílulas combinadas, que unem estrogênio e progesterona, são as que mais aumentam o risco de formação de coágulos.

Isso não significa que toda mulher que usa esse tipo de método terá problemas, mas reforça a importância de avaliar fatores de risco e histórico familiar com um médico.

Como reduzir o risco de trombose hemorroidária mesmo usando anticoncepcional?

A mulher que já teve trombose hemorroidária não precisa, obrigatoriamente, abandonar o anticoncepcional. Porém, alguns hábitos e cuidados fazem diferença:

  • Evitar vida sedentária;
  • Manter o peso adequado;
  • Controlar hipertensão e diabetes;
  • Redobrar atenção após os 35 anos;
  • Hidratar-se bem e evitar que as fezes endureçam;
  • Reduzir esforço ao evacuar.

Métodos contraceptivos com menor impacto no risco de trombose

É importante esclarecer:

Métodos contendo estrogênio (como pílulas combinadas e o anel vaginal) aumentam o risco de trombose. Portanto, o anel vaginal não deve ser incluído entre opções de menor risco.

Entre as alternativas que reduzem significativamente o risco estão:

  • Pílulas somente com progesterona (minipílula);
  • Anticoncepcional injetável de progesterona;
  • Preservativos;
  • DIU (hormonal ou de cobre).

Cada caso precisa ser avaliado individualmente.

Só o médico consegue indicar a melhor opção contraceptiva para cada paciente.

Outros riscos do anticoncepcional que merecem atenção

O estrogênio e a progesterona presentes na pílula podem causar efeitos como náuseas, sensibilidade nas mamas, dores de cabeça, retenção de líquido, baixa libido e alterações de humor.

Algumas mulheres também podem notar mudanças visuais sutis, já que a córnea pode ficar mais espessa com o uso contínuo.

O que mais pode provocar trombose hemorroidária?

O anticoncepcional é apenas um dos fatores.

Outros hábitos e situações comuns no dia a dia também aumentam o risco, como:

  • Levantar peso de forma inadequada (especialmente em treinos com agachamentos pesados);
  • Crises de diarreia;
  • Constipação severa;
  • Esforço excessivo e repetido durante a evacuação.

Ou seja, mesmo mulheres que não usam métodos hormonais podem desenvolver o problema se tiverem maior sobrecarga na região anal.

Leitura Recomendada: Por que a dieta para hemorroidas faz tanta diferença

Dr. Alexandre Nishimura

Médico cirurgião-geral, cirurgião robótico e coloproctologista. Membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva, Robótica e Digital (SOBRACIL). Atua com foco em técnicas avançadas e tratamentos de alta precisão.

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