Planta Guiné: benefícios, usos medicinais e espirituais, cuidados e contraindicações

A Guiné, conhecida cientificamente como Petiveria tetrandra, é uma planta medicinal amplamente utilizada na fitoterapia e na medicina popular, especialmente em países da América Latina e no Caribe.

Também chamada de erva-de-guiné ou tipi, ela pertence à família Phytolaccaceae. Suas folhas verdes e aromáticas e sua raiz robusta são as partes mais valorizadas por suas propriedades terapêuticas e usos espirituais.

Nativa das regiões tropicais e subtropicais das Américas, a planta se adaptou bem ao solo brasileiro e é cultivada tanto em jardins medicinais quanto em áreas de mata.

Historicamente, a Guiné é associada a práticas medicinais indígenas, afrodescendentes e de comunidades tradicionais, que a utilizam em rituais de purificação, como repelente natural e para tratar diversas condições de saúde.

No Brasil, a Guiné carrega um simbolismo que vai além do aspecto físico. É amplamente utilizada em práticas religiosas e espirituais, como na umbanda e no candomblé, onde se acredita que suas folhas têm o poder de limpar energias negativas.

Contudo, seus benefícios medicinais também têm conquistado atenção por suas propriedades científicas reconhecidas.

Apesar dos benefícios potenciais, é essencial destacar a importância do uso responsável dessa planta. Assim como qualquer substância terapêutica, o consumo de Guiné, seja em forma de chá, tintura ou uso tópico, deve ser orientado por um profissional de saúde capacitado. O uso inadequado ou em excesso pode trazer riscos à saúde.

Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos explicar tudo sobre essa planta.

Propriedades medicinais e benefícios da Guiné

A Guiné é uma planta rica em compostos bioativos que justificam seu uso na medicina popular. Entre seus princípios ativos, destacam-se flavonoides, alcaloides e compostos fenólicos, que possuem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e analgésicas.

Além disso, a planta contém compostos sulfurados que podem ter ação antimicrobiana e antiparasitária.

Propriedades terapêuticas reconhecidas

Anti-inflamatória: A Guiné é conhecida por aliviar inflamações no corpo, seja por meio de compressas, tinturas ou chás. Esse efeito é atribuído à presença de compostos fenólicos, que ajudam a reduzir a resposta inflamatória nos tecidos.

Analgésica: Há evidências de que o uso tópico ou interno da planta pode contribuir para o alívio de dores musculares, articulares e até mesmo cólicas menstruais. Na medicina popular, é comum aplicar óleos ou compressas preparados com a planta diretamente na área dolorida.

Calmante: As folhas e raízes da Guiné têm propriedades relaxantes, sendo utilizadas em infusões para combater insônia, ansiedade e tensão muscular.

Antimicrobiana: Estudos apontam que os extratos da Guiné podem ajudar a combater infecções bacterianas e fúngicas, auxiliando no tratamento de feridas e infecções cutâneas.

Repelente natural: A planta é frequentemente usada como repelente natural de insetos, sendo empregada em rituais ou até mesmo colocada em locais estratégicos para afastar pragas.

Desintoxicante: Na medicina tradicional, acredita-se que a Guiné contribui para a desintoxicação do organismo, promovendo a eliminação de toxinas e melhorando a função hepática.

Embora muitos dos benefícios sejam amplamente aceitos na medicina popular, é importante lembrar que as evidências científicas ainda são limitadas. Pesquisas adicionais são necessárias para validar e compreender completamente os mecanismos de ação desses compostos bioativos.

A Guiné é um excelente exemplo de como a sabedoria popular pode andar lado a lado com a ciência, mas sempre com responsabilidade e moderação.

Uso da raiz de guiné com vinho branco

A raiz de Guiné com vinho branco é um preparo tradicional amplamente conhecido em comunidades que valorizam o uso de plantas medicinais. Essa combinação é frequentemente utilizada devido às propriedades potencialmente terapêuticas da raiz, que são intensificadas pela extração dos compostos ativos no vinho.

Receita tradicional e modo de preparo

  1. Lave bem uma raiz de Guiné de tamanho médio.
  2. Corte-a em pedaços pequenos ou triture-a levemente.
  3. Coloque os pedaços em uma garrafa de vidro esterilizada.
  4. Adicione 750 ml de vinho branco seco de boa qualidade.
  5. Tampe a garrafa e deixe em maceração por 7 a 10 dias, em local fresco e protegido da luz.
  6. Agite a garrafa diariamente para ajudar na liberação dos princípios ativos. Após esse período, coe e conserve em local refrigerado.

Finalidade do uso e benefícios associados

A mistura é frequentemente consumida em pequenas doses, geralmente uma colher de sopa por dia, como um tônico para fortalecer o organismo. Os benefícios relatados incluem:

  • Alívio de dores reumáticas: devido às propriedades anti-inflamatórias da raiz.
  • Ação antioxidante: ajuda a combater os radicais livres.
  • Estímulo à circulação: promove sensação de vigor e disposição.

Cuidados e contraindicações

O consumo deve ser moderado e sempre com orientação profissional, já que o uso excessivo pode ser tóxico.

Contraindicado para grávidas, lactantes, pessoas com histórico de doenças hepáticas ou problemas gástricos.

Evitar a ingestão concomitante com medicamentos sem orientação médica.

Guiné com álcool: para que serve

A infusão ou tintura de Guiné com álcool é um método tradicional utilizado para aproveitar os compostos ativos da planta. Esse preparo é especialmente valorizado por seus benefícios tópicos.

Preparo de tintura com álcool

  1. Lave e corte finamente folhas, raízes ou ambas.
  2. Coloque 100 g do material vegetal em um recipiente de vidro escuro.
  3. Adicione 500 ml de álcool de cereais ou cachaça de boa qualidade.
  4. Tampe e deixe em maceração por 15 a 20 dias, em local fresco e ao abrigo da luz. Agite o frasco diariamente.
  5. Após esse período, coe e armazene em frasco esterilizado.

Benefícios terapêuticos comuns

Alívio de dores musculares e articulares: aplicação tópica em massagens ou compressas ajuda a relaxar músculos e aliviar inflamações.

Tratamento de reumatismo: devido à ação analgésica e anti-inflamatória.

Desinfecção de feridas: o álcool atua como agente antimicrobiano, enquanto os compostos da Guiné auxiliam na cicatrização.

Instruções de uso e cuidados necessários

Uso externo: aplique algumas gotas em uma compressa e massageie suavemente a área afetada.

Evitar feridas abertas: o álcool pode causar ardência ou irritação.

Contraindicado para uso interno sem supervisão médica.

Folha de guiné no travesseiro

No campo espiritual, a folha de Guiné é amplamente associada à limpeza energética e proteção. Colocar folhas de Guiné no travesseiro é uma prática tradicional para afastar maus sonhos, trazer tranquilidade e promover uma noite de sono mais serena.

Relação com aromaterapia e propriedades da planta

A Guiné exala um aroma característico que pode ter efeito calmante para algumas pessoas. Esse cheiro suave é conhecido por aliviar tensões e reduzir o estresse, sendo comparável a ervas usadas na aromaterapia.

Modo de usar: coloque 2 a 3 folhas secas dentro de um saquinho de tecido e posicione-o sob o travesseiro ou próximo à cama.

Precauções: evite usar folhas frescas, pois podem causar alergias de contato ou liberar um odor muito forte.

Guiné para dor na coluna

A Guiné é reconhecida na medicina popular por aliviar dores na coluna, especialmente em casos de lombalgia e dores crônicas. Os métodos mais comuns incluem compressas quentes, massagens com óleos ou aplicação de tinturas.

Métodos de aplicação

Compressa quente: prepare um chá concentrado com folhas ou raízes de Guiné, embeba uma toalha no líquido quente (mas não escaldante) e aplique na região dolorida por 20 minutos.

Massagem com óleo: misture óleo essencial de Guiné ou uma tintura diluída com um óleo base, como óleo de coco ou amêndoas, e massageie suavemente a área afetada.

Tintura alcoólica: aplique algumas gotas diretamente na pele para alívio local, mas evite o uso em excesso.

Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas científicas para comprovar sua eficácia específica em dores na coluna, há relatos consistentes na medicina popular sobre o efeito analgésico e relaxante da planta. Isso pode ser atribuído à presença de compostos bioativos, como alcaloides e flavonoides.

Cuidados e contraindicações

Apesar de seus benefícios, o uso da Guiné exige cautela. Seus princípios ativos podem ser tóxicos quando consumidos em excesso ou de forma inadequada.

Interno: O consumo de chás, tinturas ou preparados à base de Guiné deve ser moderado, respeitando doses seguras recomendadas por especialistas.

Externo: Embora o uso tópico seja geralmente seguro, é necessário testar a aplicação em uma pequena área da pele para evitar reações alérgicas.

Grupos que devem evitar o uso da planta

Grávidas e lactantes: A Guiné pode ter efeitos abortivos e não é recomendada durante a gravidez ou amamentação.

Crianças: Devido à sensibilidade do organismo infantil, seu uso deve ser evitado.

Pessoas com problemas hepáticos ou renais: O metabolismo de compostos bioativos pode sobrecarregar esses órgãos.

Interações e riscos

Interações medicamentosas: A Guiné pode potencializar ou reduzir o efeito de medicamentos, especialmente anticoagulantes e anti-inflamatórios.

Toxicidade: O uso prolongado ou em doses altas pode causar náuseas, vômitos e problemas hepáticos.

A Guiné (Petiveria tetrandra) é uma planta de grande valor cultural, espiritual e medicinal. Seus benefícios incluem propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e calmantes, além de aplicações no alívio de dores musculares e na proteção espiritual.

No entanto, seu uso deve ser feito de maneira responsável e consciente, respeitando tradições e orientações profissionais.

A combinação entre sabedoria popular e conhecimento científico é fundamental para que a planta seja utilizada de forma segura. Sempre consulte um profissional de saúde antes de incluir a Guiné em sua rotina, especialmente no caso de ingestão ou aplicação tópica regular.

Respeitar a natureza da planta e seus potenciais riscos é essencial para aproveitar seus benefícios com segurança.

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Kethlyn Bukner
Kethlyn Bukner

Graduanda de Biomedicina pela Unicesumar no Paraná, também possui quatro anos de experiência na área de Farmácia, através do curso técnico.

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