Fígado é Remoso? Entenda seus efeitos na cicatrização e inflamação

O fígado bovino é um alimento amplamente consumido no Brasil, especialmente por seu alto valor nutricional, mas também é alvo de muitas dúvidas e polêmicas. Entre as questões mais comuns está: “o fígado é remoso?”. Para algumas pessoas, alimentos considerados “remosos” podem interferir no processo de cicatrização, causar inflamações ou até agravar condições de saúde já existentes.

O termo “remoso” é amplamente utilizado na cultura popular para descrever alimentos que supostamente podem provocar ou intensificar processos inflamatórios no organismo. Essa crença, embora difundida, não tem base científica completamente estabelecida, mas merece ser analisada.

Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos esclarecer o que significa um alimento ser remoso, desmistificar conceitos populares e apresentar informações embasadas sobre o consumo do fígado em diferentes contextos de saúde e métodos de preparo.

O que significa alimento remoso?

Na tradição popular, alimentos remosos são aqueles que supostamente podem dificultar a cicatrização, causar inflamação ou piorar condições como feridas e alergias. Essa crença é comum em diversas culturas, especialmente na América Latina e na Ásia, sendo frequentemente transmitida de geração em geração.

O conceito de “alimento remoso” não tem uma definição científica clara, mas está associado a alimentos ricos em gorduras, proteínas de difícil digestão ou substâncias que podem sobrecarregar o organismo. Por isso, alimentos como carne de porco, frutos do mar, ovos e fígado entram nessa classificação.

Entre os alimentos considerados remosos pela cultura popular, destacam-se:

  • Carnes gordurosas: como carne suína e fígado.
  • Frutos do mar: camarão, caranguejo e outros mariscos.
  • Ovos: especialmente a gema.
  • Alimentos fritos ou muito temperados: ricos em óleos e especiarias que podem ser irritantes para algumas pessoas.
  • Leite e derivados: em casos específicos de alergias ou intolerâncias.
  • Relação entre alimentos e inflamação no organismo: mito ou verdade?

Do ponto de vista científico, a inflamação no organismo pode ser agravada por certos alimentos, mas isso ocorre de forma mais complexa do que a categorização de “remosidade” sugere. Alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, por exemplo, podem aumentar marcadores inflamatórios no sangue quando consumidos em excesso.

Por outro lado, o fígado bovino, embora considerado remoso popularmente, é uma fonte de nutrientes como ferro, zinco e vitaminas do complexo B, que desempenham papéis cruciais na regeneração celular e no fortalecimento do sistema imunológico.

Portanto, seu consumo moderado e em condições adequadas dificilmente causará inflamação ou complicações.

Fígado é remoso?

O fígado bovino é considerado um dos alimentos mais nutritivos disponíveis, para saber se o fígado é remoso vamos entender sua composição. Ele é rico em:

  • Ferro heme: altamente biodisponível, essencial para prevenir anemia.
  • Vitaminas do complexo B (especialmente B12): fundamentais para a saúde do sistema nervoso, formação de glóbulos vermelhos e regeneração celular.
  • Vitamina A: importante para a saúde da visão, imunidade e pele.
  • Zinco e selênio: antioxidantes que ajudam a combater processos inflamatórios.
  • Proteínas de alta qualidade: essenciais para a reparação de tecidos e construção muscular.

Esses nutrientes fazem do fígado um alimento funcional em muitos aspectos, mas seu alto teor de gordura e colesterol gera dúvidas sobre possíveis efeitos inflamatórios.

Relação entre o consumo de fígado bovino e processos inflamatórios

Algumas pessoas acreditam que o fígado é remoso mas, o fígado bovino não é comprovadamente pró-inflamatório quando consumido em quantidades adequadas. No entanto, excessos podem causar problemas em pessoas sensíveis, como aquelas com colesterol alto ou doenças inflamatórias pré-existentes.

O modo de preparo também é relevante: fígado frito pode gerar compostos oxidantes que potencialmente aumentam a inflamação, enquanto preparos grelhados ou cozidos preservam os benefícios nutricionais sem grandes riscos.

Portanto,  fígado em pequenas porções e refogado não é remoso. Mas, se for em grande quantidade e frito aí sim, o fígado é remoso.

Comparação com fígado de outros animais

Fígado de frango: Mais leve, com menor teor de gordura e colesterol, mas menos concentrado em ferro e vitaminas do complexo B. Geralmente menos associado à “remosidade”.

Fígado de porco: Nutricionalmente semelhante ao bovino, mas frequentemente apontado como mais “remoso” pela cultura popular devido ao maior teor de gordura.

Fígado de cordeiro: Rico em nutrientes, mas com sabor forte, sendo menos consumido. Culturalmente, também entra na lista de alimentos “remos”.

Consumo de fígado e processos inflamatórios em casos específicos

Após passar por uma cirurgia, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, o corpo entra em um processo de recuperação que exige cuidados específicos, incluindo a alimentação.

O consumo de certos alimentos, como o fígado, pode ter efeitos positivos ou negativos dependendo do tipo de procedimento realizado e do estado de saúde do indivíduo.

Aqui, vamos entender se o consumo de fígado após cirurgias de pequeno porte, como a remoção de sinais ou biópsias, e discutir seus potenciais impactos na recuperação e no processo inflamatório.

Após cirurgias de pequeno porte

Exemplos de pequenas cirurgias incluem:

  • Remoção de sinais ou verrugas.
  • Pequenas biópsias de pele.

Nestes casos, o consumo de fígado pode ser benéfico por sua riqueza em nutrientes como ferro e zinco, que auxiliam na regeneração celular e cicatrização. Contudo, moderação é importante, pois alimentos pesados podem sobrecarregar o sistema digestivo, especialmente nos primeiros dias pós-operatórios.

Portanto, nestes casos, o fígado não é remoso.

Recomendação: Opte por preparações leves (cozido ou grelhado) e evite temperos excessivamente fortes ou frituras.

Após cirurgias de médio e grande porte

Exemplos de cirurgias:

  • Médio porte: Cesárea, apendicectomia, cirurgias ginecológicas.
  • Grande porte: Cirurgias cardíacas, ortopédicas extensas, bariátricas.

Durante a recuperação de cirurgias maiores, o sistema imunológico está mais vulnerável. O consumo de fígado pode ajudar na reposição de ferro e no fortalecimento imunológico. Porém, devido ao risco de dificuldades digestivas ou intolerâncias, é importante respeitar as orientações do médico ou nutricionista.

Além disso, o consumo de alimentos fritos ou com alto teor de gordura pode prejudicar a digestão e causar desconfortos, como náuseas ou sensação de peso. Neste caso, o fígado é remoso.

Recomendação geral:

  • Priorizar refeições leves e evitar alimentos gordurosos.
  • Sempre consultar um profissional de saúde antes de introduzir o fígado ou outros alimentos ricos em nutrientes na dieta pós-operatória.

Consumo de fígado durante cicatrização de piercing e tatuagem

Piercings e tatuagens iniciam um processo de cicatrização que depende de uma boa saúde da pele e do sistema imunológico.

Fígado na dieta pode fornecer nutrientes como zinco e vitamina A, que favorecem a regeneração da pele. No entanto, a crença popular associa o fígado a reações alérgicas ou aumento da inflamação, o que não é sustentado por evidências científicas sólidas. Neste caso, fígado não é remoso.

A alegação de que o fígado “prejudica” a cicatrização em casos de piercing ou tatuagem está mais relacionada a crenças culturais do que a estudos clínicos. O que realmente importa é o preparo e o equilíbrio na dieta geral.

Recomendação:

  • Consumir fígado em porções moderadas, preferencialmente cozido ou grelhado.
  • Evitar excessos e acompanhar o processo de cicatrização com boas práticas de higiene e cuidados locais.

Ao longo deste texto, abordamos a questão do fígado ser ou não remoso e os impactos desse alimento no organismo, especialmente em relação a processos inflamatórios e cicatrização.

Esclarecemos que, embora o fígado bovino seja frequentemente associado à “remosidade” na cultura popular, não há uma base científica sólida que comprove que ele, de fato, agrava inflamações, desde que consumido de maneira adequada e em porções moderadas.

Seu alto valor nutricional, com destaque para ferro, vitaminas do complexo B e antioxidantes, faz dele um alimento importante para a saúde, quando preparado de forma saudável.

No entanto, a forma de preparo e o consumo excessivo de fígado, especialmente frito ou cru, podem desencadear efeitos adversos, como a liberação de substâncias pró-inflamatórias e o risco de contaminação por patógenos.

É importante considerar sempre o estado de saúde individual e as necessidades do corpo, especialmente em situações de cicatrização, após cirurgias ou em casos de inflamações já existentes. Portanto, o fígado é remoso apenas em situações específicas.

Em caso de dúvidas sobre o consumo de fígado ou se ele pode interferir na recuperação de condições específicas, como cirurgias, tatuagens ou outros processos inflamatórios, sempre busque orientação médica.

Cada organismo reage de maneira única e a consulta com um profissional é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
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