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Casos de síndrome respiratória aguda grave seguem em alta entre crianças e idosos no Brasil, alerta Fiocruz
Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) continuam crescendo no Brasil, especialmente entre crianças pequenas e idosos.
Segundo o novo boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (6), os vírus mais presentes nas infecções graves são o influenza A e o vírus sincicial respiratório (VSR), que já causam um impacto importante em diversas regiões do país.
A análise é baseada nos dados da semana entre 25 e 31 de maio (semana epidemiológica 22) e mostra que a SRAG segue em níveis de alerta ou risco em quase todo o Brasil.
Foram registradas 83.928 notificações de casos em 2025, sendo que mais de 41 mil foram confirmados como infecções por vírus respiratórios.
Entendendo o que é a síndrome respiratória aguda grave
A síndrome respiratória aguda grave é uma infecção respiratória que causa sintomas intensos e pode levar à internação hospitalar.
Ela pode ser provocada por vários vírus, como o influenza A (vírus da gripe), o vírus sincicial respiratório (VSR), o rinovírus e até mesmo o coronavírus (SARS-CoV-2, causador da Covid-19).
Os sintomas incluem febre alta, tosse forte, falta de ar e cansaço extremo.
Em muitos casos, a doença atinge pessoas que já têm a saúde mais frágil, como crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas.
Crianças e idosos são os mais afetados
O boletim InfoGripe chama atenção para o fato de que, nas últimas oito semanas, a mortalidade por síndrome respiratória aguda grave foi parecida entre crianças e idosos.
No caso dos idosos, os óbitos estão principalmente ligados à infecção por influenza A.
Já entre as crianças, os principais responsáveis são o VSR, o rinovírus e também o influenza A.
A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, explica que as internações em crianças de até 4 anos têm sido impulsionadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório.
Outros vírus, como o rinovírus e o influenza A, também estão em circulação e contribuindo para o aumento de casos.
“Já é possível observar que, em alguns estados, especialmente das regiões Centro-Sul e Norte, há sinais de desaceleração ou estabilidade no número de casos em crianças. No entanto, os níveis continuam altos“, alerta Tatiana.
Alta disseminação em quase todos os estados
O levantamento da Fiocruz mostra que 25 das 27 unidades da federação estão em nível de alerta, risco ou alto risco para síndrome respiratória aguda grave, com tendência de crescimento no longo prazo.
Os estados com maior incidência incluem:
- Acre, Amazonas, Amapá e Roraima (Norte);
- Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins (Nordeste);
- Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais (Centro-Oeste);
- Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (Sudeste e Sul).
Além dos estados, 15 capitais também apresentaram nível elevado de atividade da síndrome respiratória aguda grave, incluindo Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia, Maceió, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, entre outras.
Vírus em circulação no Brasil
Entre os casos positivos analisados em 2025, os principais vírus detectados foram:
- Vírus sincicial respiratório (VSR): presente em 45% dos casos positivos;
- Influenza A: detectado em 22,7% dos casos;
- Rinovírus: identificado em 22,8% dos casos;
- Sars-CoV-2 (Covid-19): encontrado em 11,1% dos casos;
- Influenza B: menos comum, presente em apenas 1,2% dos casos.
Quando se observa os óbitos, a presença do influenza A entre os pacientes que faleceram por síndrome respiratória aguda grave é ainda mais significativa, representando 73,4% dos casos confirmados por exames laboratoriais.
Populações mais vulneráveis devem redobrar os cuidados
Diante do aumento dos casos e das hospitalizações, a recomendação das autoridades de saúde é clara: vacinação contra a gripe e reforço dos cuidados básicos de prevenção.
A vacina contra a influenza A é fundamental, principalmente para os grupos mais vulneráveis, como:
- Idosos;
- Crianças pequenas;
- Gestantes;
- Pessoas com doenças crônicas (como asma, diabetes e problemas cardíacos),
A pesquisadora Tatiana Portella reforça:
“A vacinação continua sendo a principal forma de evitar complicações. Os vírus continuam circulando com força em diversas regiões do país, e é fundamental que a população mais vulnerável esteja protegida.”
Sinais de melhora em algumas regiões, mas ainda é cedo para relaxar
O boletim do InfoGripe também identificou uma possível queda nos casos em Mato Grosso do Sul e interrupção do crescimento em estados como Ceará, Pará e Tocantins.
No entanto, os índices ainda são considerados elevados.
Isso significa que, embora existam sinais positivos em algumas localidades, o momento ainda é de atenção.
A síndrome respiratória aguda grave continua sendo um problema de saúde pública, especialmente nos meses mais frios do ano, quando os vírus respiratórios costumam se espalhar com mais facilidade.
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