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Inhame é bom para dengue? Descubra o que é mito e o que faz sentido
A dengue é uma preocupação recorrente para milhões de brasileiros, especialmente nos períodos mais quentes e chuvosos do ano.
Quando os sintomas aparecem — febre alta, dores no corpo, mal-estar e, em alguns casos, queda de plaquetas — é natural buscar tudo o que possa ajudar na recuperação.
E é justamente aí que entram os conselhos populares, passados de geração em geração. Um dos mais comuns? Comer inhame para “purificar o sangue” e “aumentar a imunidade”.
Mas será que isso realmente faz sentido? Inhame é bom para dengue? Pode mesmo ajudar na recuperação ou tudo não passa de um mito sem base científica?
Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos analisar essa crença popular à luz da ciência, explicar os nutrientes do inhame e mostrar como ele pode — ou não — contribuir para o cuidado durante a dengue.
Por que as pessoas associam o inhame ao tratamento da dengue?
A associação entre o inhame e o tratamento da dengue tem raízes na sabedoria popular, especialmente em regiões do Brasil onde o uso de plantas e alimentos com fins medicinais é tradicional.
Frases como “inhame purifica o sangue” ou “aumenta a imunidade” são repetidas de geração em geração e fazem parte de um repertório cultural que valoriza os alimentos naturais como formas de prevenir e tratar doenças.
Essa ideia ganhou força principalmente porque a dengue afeta o sistema imunológico e pode causar queda nas plaquetas — células importantes para a coagulação do sangue.
O inhame, por sua vez, é visto como um alimento nutritivo e “fortalecedor”, o que leva muitas pessoas a acreditar que ele poderia auxiliar na recuperação.
Embora essas crenças sejam comuns e, em muitos casos, baseadas na observação empírica, é essencial que sejam avaliadas à luz da ciência.
A boa notícia é que esse interesse popular em soluções naturais não precisa ser descartado — mas sim orientado de forma responsável, com base em evidências e no conhecimento atual da medicina e da nutrição.
O que é o inhame e quais são seus principais nutrientes?
O inhame é um tubérculo comestível pertencente ao gênero Dioscorea, amplamente consumido em diversas regiões do mundo, especialmente na África, Ásia e América Latina.
No Brasil, ele é popular tanto por seu valor nutricional quanto por seu uso na culinária e na medicina tradicional.
Trata-se de um alimento rico em carboidratos complexos, o que o torna uma boa fonte de energia, especialmente em períodos de recuperação física. Além disso, o inhame fornece uma série de micronutrientes importantes, como:
- Vitamina C: antioxidante que atua no sistema imunológico e na defesa contra infecções virais;
- Vitamina B6: essencial para o metabolismo e para o bom funcionamento do sistema nervoso;
- Manganês: mineral com ação antioxidante e papel na formação de enzimas;
- Potássio: importante para o equilíbrio dos líquidos e função muscular;
- Fibras alimentares: auxiliam no funcionamento intestinal e na saciedade.
Estudos também destacam a presença de compostos antioxidantes e bioativos no inhame, que podem contribuir para a modulação da imunidade e para a proteção contra o estresse oxidativo — um processo comum em infecções virais como a dengue.
Ainda assim, é fundamental esclarecer que esses efeitos são coadjuvantes e não configuram tratamento ou cura da doença.
Inhame é bom para dengue?
Durante a dengue, é comum ocorrer uma queda significativa na contagem de plaquetas — as células sanguíneas responsáveis pela coagulação.
Essa condição, chamada de trombocitopenia, pode levar a complicações, como sangramentos, e é uma das principais preocupações clínicas da doença.
Diante disso, muitas pessoas procuram alimentos que possam ajudar a aumentar as plaquetas de forma natural, e o inhame costuma ser citado entre os mais populares.
No entanto, é importante esclarecer que não existem estudos científicos diretos que comprovem que o inhame seja capaz de elevar a contagem de plaquetas em casos de dengue ou em outras condições clínicas.
Ainda assim, o inhame pode ser considerado um aliado nutricional complementar no processo de recuperação.
Por ser rico em vitaminas, minerais e compostos antioxidantes, ele contribui para o fortalecimento geral do organismo, o que pode favorecer uma resposta imunológica mais eficiente e, indiretamente, apoiar a estabilização dos níveis de plaquetas.
Embora não existam evidências específicas para o aumento de plaquetas, o papel do inhame como suporte nutricional pode ser valorizado dentro de uma alimentação equilibrada e orientada, sempre em conjunto com o acompanhamento médico.
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Inhame fortalece a imunidade contra dengue?
O sistema imunológico desempenha um papel central na recuperação da dengue.
Como se trata de uma infecção viral, não há medicamentos específicos que eliminem o vírus; portanto, o corpo depende de suas defesas naturais para controlar a doença e restaurar o equilíbrio.
Nesse contexto, uma alimentação rica em nutrientes é essencial para fornecer os substratos necessários à atividade imunológica. O inhame, por sua composição, pode ser considerado um alimento que apoia a função imunológica de maneira indireta.
Entre os componentes do inhame que se destacam nesse aspecto, estão:
- Vitamina C: atua como antioxidante e contribui para a proteção das células imunológicas contra o estresse oxidativo;
- Compostos fenólicos: ajudam a modular processos inflamatórios e a neutralizar radicais livres;
- Fibras solúveis: influenciam positivamente a saúde intestinal, que está diretamente ligada à regulação do sistema imune.
Embora esses nutrientes sejam importantes, é fundamental reforçar que o inhame não tem ação antiviral contra o vírus da dengue, nem substitui o tratamento médico.
Seu papel é o de integrar uma alimentação rica, variada e estrategicamente pensada para auxiliar na recuperação.
Assim, o inhame pode ser incluído de forma inteligente em uma dieta durante a fase de recuperação da dengue, contribuindo para a manutenção da energia, da imunidade e do bem-estar geral.
Há riscos em consumir inhame durante a dengue?
De forma geral, não há contraindicações conhecidas para o consumo de inhame durante a dengue, desde que o alimento seja preparado corretamente.
Pelo contrário, ele pode ser uma boa escolha nutricional por ser leve, de fácil digestão e rico em nutrientes úteis para o organismo debilitado.
No entanto, é importante observar alguns cuidados:
- O inhame deve ser sempre consumido cozido. Algumas espécies do gênero Dioscorea, como o inhame-bravo, contêm compostos tóxicos que só são eliminados com o cozimento adequado. O consumo cru ou malcozido pode causar irritações gastrointestinais e até reações adversas.
- Pessoas com alergia a tubérculos ou com histórico de reações alimentares devem consultar um profissional de saúde antes de consumir o alimento, especialmente em períodos de imunidade baixa.
O inhame não deve ser utilizado como substituto de medicamentos, nem como único recurso para tratar os sintomas da dengue.
Quando consumido com orientação e preparo adequados, o inhame pode ser uma adição nutritiva e segura à dieta de quem está se recuperando da doença.
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Como incluir o inhame na alimentação durante a recuperação da dengue
Durante a fase de recuperação da dengue, a alimentação deve ser leve, nutritiva e de fácil digestão. O inhame, nesse contexto, pode ser incorporado de forma segura e funcional, contribuindo com energia, vitaminas e minerais essenciais.
As melhores formas de consumir o inhame durante esse período são:
- Cozido: simplesmente cozido em água, sem adição de gordura ou temperos fortes, é de fácil digestão e pode ser servido amassado ou em pedaços;
- Em sopas e caldos nutritivos: combina bem com legumes como cenoura, abóbora, batata-doce e folhas como couve, além de temperos naturais como alho, cebola e cúrcuma;
- Purês leves: o inhame pode ser preparado como purê, sem uso excessivo de sal ou gordura, ajudando a oferecer energia e conforto ao organismo debilitado.
É importante evitar preparações fritas ou com excesso de gordura, que podem sobrecarregar o sistema digestivo e não contribuem para o processo de recuperação.
Aliar o inhame a outros alimentos ricos em nutrientes, como vegetais folhosos escuros, oleaginosas e fontes naturais de vitamina C, pode potencializar o aporte nutricional.
Além disso, manter uma hidratação constante com água, sucos naturais e caldos é fundamental para o bom funcionamento do organismo durante a infecção.
Por fim, mesmo com uma alimentação equilibrada, o acompanhamento médico é indispensável em todos os casos de dengue, especialmente se houver agravamento dos sintomas.
O que realmente ajuda na recuperação da dengue?
Apesar do interesse crescente em alimentos funcionais como o inhame, é essencial reforçar que nenhum alimento isolado é capaz de curar a dengue. O tratamento da doença exige uma abordagem ampla e cuidadosa, focada em apoiar o organismo durante o combate ao vírus.
As recomendações principais incluem:
- Repouso absoluto: o corpo precisa economizar energia para fortalecer a imunidade e lidar com os sintomas;
- Hidratação intensa: a dengue pode causar desidratação severa, portanto, é crucial ingerir líquidos em abundância (água, soro caseiro, chás leves, sucos naturais);
- Alimentação leve e balanceada: priorizar alimentos ricos em nutrientes, com boa densidade energética, e de fácil digestão;
- Acompanhamento profissional: o monitoramento médico deve ser mantido desde o início da doença até a recuperação completa.
Também é essencial estar atento a sinais de alerta, que indicam risco de evolução para formas graves da dengue:
- Queda brusca no número de plaquetas;
- Sangramentos (gengiva, nariz, urina, fezes ou pele);
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Tontura, fraqueza extrema ou dificuldade para respirar.
Em qualquer um desses casos, a orientação é buscar imediatamente atendimento médico.
Inhame é bom para dengue?
O inhame não é uma cura para a dengue, nem substitui os cuidados médicos. No entanto, pode ser considerado um alimento benéfico e funcional, especialmente durante a recuperação, por ser nutritivo, leve e contribuir com vitaminas e minerais que ajudam a fortalecer o organismo.
A crença de que ele “purifica o sangue” ou “aumenta as plaquetas” não é confirmada por estudos diretos, mas o valor nutricional do tubérculo pode ser aproveitado de forma complementar dentro de uma dieta equilibrada e supervisionada.
O uso do inhame deve ser feito com bom senso, como parte de um plano alimentar completo, e jamais como alternativa ao tratamento médico adequado.
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