Cardiologista alerta: o que o cigarro faz com seu coração é mais grave do que você pensa

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, é uma campanha criada pelo Ministério da Saúde para alertar a população sobre os danos causados pelo cigarro e incentivar mudanças de hábitos para a proteção da saúde.

Embora o fumo seja amplamente associado a doenças pulmonares, seus efeitos sobre o coração e o sistema cardiovascular são igualmente graves e, muitas vezes, subestimados.

Combate ao fumo: como o cigarro afeta o coração

O tabaco contém milhares de componentes químicos, incluindo nicotina, monóxido de carbono e alcatrão.

Quando inaladas, essas substâncias entram na corrente sanguínea e provocam alterações nocivas:

  • aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, devido ao efeito estimulante da nicotina;
  • redução do oxigênio no sangue, causada pelo monóxido de carbono, o que obriga o coração a trabalhar mais;
  • e lesões na parede dos vasos sanguíneos, que facilitam o acúmulo de placas de gordura (aterosclerose).

Com o tempo, esses danos aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e doenças das artérias periféricas.

O perigo do tabagismo passivo

Outro ponto frequentemente ignorado é o chamado tabagismo passivo.

Inalar a fumaça de cigarros de outras pessoas também eleva o risco de problemas cardiovasculares. Ou seja, não é apenas quem fuma que sofre.

Estima-se que a exposição frequente à fumaça aumente em até 30% o risco de doenças do coração em não fumantes.

Vapes e cigarros eletrônicos: um risco subestimado

Muitos acreditam que dispositivos eletrônicos, como vapes e pods, são mais seguros.

Essa ideia é equivocada: eles também contêm nicotina e outras substâncias tóxicas, capazes de provocar inflamação e danos vasculares, aumentando o risco cardiovascular — especialmente entre jovens.

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Benefícios imediatos de parar de fumar

A boa notícia é que o corpo começa a se recuperar rapidamente após a interrupção do tabagismo:

  • 20 minutos: pressão arterial e batimentos cardíacos começam a se normalizar.
  • 12 horas: os níveis de monóxido de carbono no sangue caem significativamente.
  • 1 ano: o risco de doença cardíaca cai pela metade em relação a um fumante.
  • 5 a 15 anos: o risco de AVC pode se igualar ao de quem nunca fumou.

Sabemos que parar de fumar é um desafio, mas existem recursos e tratamentos disponíveis, como terapia cognitivo-comportamental, medicamentos e grupos de apoio.

Consultar um médico ou um cardiologista é fundamental para definir a melhor estratégia.

O Dia Nacional de Combate ao Fumo é um lembrete poderoso de que proteger o coração começa por evitar o cigarro.

Cada cigarro a menos é um passo a mais para uma vida mais saudável, longa e com mais qualidade. Afinal, cuidar do coração é cuidar da vida.

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Dr. Ricardo Ferreira é médico cardiologista, doutor pela Universidade de São Paulo e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial, Arritmia Clínica e Eletrofisiologia Clínica e Invasiva.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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