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Disfunção erétil: por que acontece e como tratar sem tabus
A disfunção erétil é um assunto que muitos homens ainda evitam falar, mas que faz parte da vida de milhões deles. E é importante dizer logo no início, que isso não é sinal de fraqueza, falta de virilidade ou simplesmente “coisa da idade”.
Embora a prevalência aumente com o passar dos anos, a disfunção erétil não deve ser encarada como normal, e, na maioria das vezes, tem solução.
É um sintoma comum, geralmente tratável e que pode dizer muito sobre a saúde do corpo como um todo.
O que é disfunção erétil, de forma simples
Quando falamos em disfunção erétil, estamos falando da dificuldade persistente de obter ou manter uma ereção que permita uma relação sexual satisfatória.
Não estamos falando de falhas ocasionais (que são absolutamente normais), e sim de situações que se repetem por semanas ou meses.
Costumo explicar aos pacientes que a ereção funciona como um “termômetro da saúde”.
Ela depende do bom funcionamento do sistema cardiovascular, hormonal, nervoso e também de fatores emocionais e de estilo de vida.
Quando algo sai do equilíbrio, o pênis muitas vezes é um dos primeiros a avisar.
Por que a disfunção erétil acontece?
A disfunção erétil pode ter diversas causas. Entender isso ajuda a tirar o peso e o tabu em torno do tema.
Causas físicas
- Circulação sanguínea prejudicada (colesterol alto, hipertensão, aterosclerose).
- Diabetes, que pode danificar nervos e vasos.
- Obesidade e sedentarismo.
- Alterações hormonais (baixa testosterona, disfunções da tireoide).
- Uso de álcool, cigarro e algumas medicações (antidepressivos, certos anti-hipertensivos).
Causas emocionais
- Ansiedade (especialmente a de desempenho).
- Estresse crônico.
- Depressão.
- Conflitos e tensões no relacionamento.
Em muitos casos, a causa é mista; é parte física, parte emocional.
Disfunção erétil pode ser um sinal de alerta
Poucos homens sabem, mas a disfunção erétil pode ser um dos primeiros sinais de doenças cardiovasculares.
Isso acontece porque as artérias do pênis são muito finas e podem sofrer prejuízo antes das artérias do coração.
Assim, a dificuldade de ereção pode surgir anos antes de sintomas cardíacos clássicos, como dor no peito ou falta de ar.
Por isso, quando o sintoma aparece, ele não deve ser visto apenas como uma questão sexual; é também uma oportunidade de cuidar da saúde como um todo.
Quem tem disfunção erétil sente desejo?
Sim. Quem tem disfunção erétil pode sentir desejo sexual normalmente.
A ereção depende da circulação, dos hormônios e do sistema nervoso.
Já a libido é regulada por outras áreas do cérebro e por fatores emocionais.
Por isso, muitos pacientes dizem no consultório: “Tenho vontade, mas o corpo não acompanha”.
Isso é mais comum do que parece e reforça a importância de diferenciar libido de função erétil.
Quando há queda de testosterona, tanto o desejo quanto a ereção podem ser afetados, mas isso não acontece em todos os casos.
Como o urologista avalia o problema
A avaliação é simples, respeitosa e sem julgamentos. Costuma envolver:
- Conversa aberta sobre sintomas, hábitos e histórico de saúde.
- Exames de sangue (colesterol, glicemia, testosterona).
- Checagem da pressão arterial.
- Avaliação emocional quando necessário.
- Em alguns casos, ultrassom com doppler para avaliar a circulação peniana, explicado com calma para evitar ansiedade.
Tudo é feito com sigilo e com foco no bem-estar do paciente.
O que não fazer
Por vergonha ou pressa, muitos recorrem a atalhos perigosos:
- Comprar comprimidos sem receita.
- Usar “suplementos milagrosos”.
- Acreditar em curas instantâneas.
Isso pode ser arriscado para o coração e ainda mascarar problemas mais sérios. O ideal é sempre buscar orientação médica.
Tratamentos que realmente funcionam
Existem vários tratamentos eficazes para a disfunção erétil. Entre eles:
- Mudanças no estilo de vida (emagrecer, reduzir álcool, parar de fumar, praticar exercícios).
- Medicamentos orais seguros, prescritos pelo urologista.
- Reposição hormonal quando há indicação.
- Terapia psicológica para ansiedade e estresse.
- Aplicações intracavernosas (mais simples e bem toleradas do que muitos imaginam).
- Tratamento com ondas de choque de baixa intensidade — especialmente útil em casos vasculares, embora não funcione para todos.
- Próteses penianas em quadros graves ou refratários; uma solução eficaz e definitiva quando outras opções falham.
Cada caso é único, e o papel do urologista é encontrar o melhor caminho junto com o paciente.
Como evitar a disfunção erétil
Alguns hábitos simples reduzem muito o risco do problema:
- Praticar atividade física.
- Ter alimentação equilibrada.
- Manter o sono regulado.
- Controlar diabetes, colesterol e pressão.
- Reduzir estresse e ansiedade.
- Evitar cigarro e excesso de álcool.
Esses cuidados protegem a ereção e a saúde geral.
Uma mensagem para quem está passando por isso
Se você está vivendo com disfunção erétil, saiba que isso é comum e tratável.
Você não precisa enfrentar sozinho. Quanto antes buscar ajuda, melhor será o resultado.
Cuidar da saúde sexual também é cuidar da autoestima, do relacionamento e do bem-estar. E o primeiro passo é simples: falar sobre o assunto sem medo.
Leitura Recomendada: Quando o corpo avisa: entenda os sintomas de próstata aumentada
Dr. Pedro Bastos, urologista em Juiz de Fora (MG)
Membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e da American Urological Association (AUA)
CRM-MG 48089 | RQE 31390



