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O analgésico popular que pode estar fazendo menos bem do que se imagina
Quem já tomou tramadol e passou mal costuma se fazer a mesma pergunta: esse remédio é realmente seguro? Náusea, tontura, sonolência e outros efeitos colaterais são queixas frequentes entre usuários do medicamento, amplamente prescrito para tratar dores persistentes.
Agora, um grande estudo reforça um alerta. Além de oferecer pouco alívio para a dor crônica, o tramadol pode aumentar o risco de problemas mais graves.
O tramadol é um analgésico opioide indicado para dores moderadas a intensas, tanto agudas quanto crônicas.
Durante anos, ganhou fama de opção “mais leve” e supostamente mais segura do que outros opioides.
Esse rótulo ajudou a impulsionar seu uso em protocolos médicos e no dia a dia de muitos pacientes. No entanto, evidências recentes colocam essa reputação em xeque.
O que o estudo analisou
Pesquisadores analisaram 19 estudos clínicos, envolvendo mais de 6.500 participantes, para avaliar a eficácia e a segurança do tramadol no tratamento da dor crônica.
Os trabalhos compararam o medicamento com placebo (uma substância sem efeito terapêutico) em pessoas com condições como dor lombar persistente, artrose, dor neuropática, fibromialgia e dor relacionada ao câncer.
A idade média dos participantes foi de 58 anos, e o uso do medicamento variou entre duas e 16 semanas, período em que foram observados tanto o alívio da dor quanto a ocorrência de efeitos colaterais.
Pouco alívio na prática
Quando os resultados foram analisados em conjunto, o benefício do tramadol ficou aquém do esperado.
O medicamento até reduziu a dor, mas de forma discreta — pequena demais para ser considerada clinicamente relevante no dia a dia dos pacientes.
Na prática, isso ajuda a explicar por que muitas pessoas continuam sentindo dor mesmo após iniciar o tratamento, apesar da expectativa de uma melhora significativa.
Riscos que chamam atenção
O principal alerta do estudo está nos efeitos adversos.
O uso de tramadol foi associado a quase o dobro do risco de eventos graves em comparação ao placebo.
Boa parte desses problemas envolveu o sistema cardiovascular, incluindo dor no peito, doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca.
Também surgiram sinais de aumento no risco de alguns tipos de câncer, embora os autores ressaltem que o tempo de acompanhamento foi curto demais para conclusões definitivas.
Além disso, efeitos colaterais mais comuns (como náusea, tontura, prisão de ventre e sonolência) apareceram com mais frequência entre os usuários.
O que isso significa para quem usa tramadol
Segundo os pesquisadores, o equilíbrio entre riscos e benefícios não favorece o tramadol no tratamento da dor crônica.
Mesmo em períodos relativamente curtos de uso, os possíveis danos tendem a superar o alívio limitado oferecido pelo medicamento.
Isso não significa que o remédio deva ser descartado em todas as situações, mas reforça a importância de avaliação médica cuidadosa, acompanhamento próximo e a busca por alternativas sempre que possível, incluindo abordagens não medicamentosas para o controle da dor.
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