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Antibióticos e obesidade infantil? Como o uso precoce pode aumentar o risco de obesidade nas crianças
Antibióticos e obesidade infantil - Estudo revela que o uso precoce desses medicamentos pode aumentar risco de obesidade e afetar a saúde das crianças.
Antibióticos e obesidade infantil – Você sabe realmente o que são antibióticos? Esses medicamentos, fundamentais no tratamento de infecções bacterianas como pneumonia, infecções respiratórias e urinárias, têm um papel essencial na medicina.
No entanto, será que estamos cientes dos impactos que seu uso, especialmente nos primeiros anos de vida, pode ter sobre a saúde das crianças?
Pesquisadores descobriram que o uso de antibióticos nos primeiros dois anos de vida pode estar relacionado ao aumento do índice de massa corporal (IMC) na infância, o que pode elevar o risco de obesidade.
A seguir, você entenderá melhor o que são antibióticos e como um novo estudo envolvendo milhares de crianças revela os possíveis efeitos desse uso precoce.
O que são antibióticos e como eles funcionam?
Antes de explorarmos mais a fundo os resultados do estudo, é importante compreender o que são antibióticos e como eles agem no nosso corpo.
Esses medicamentos combatem infecções bacterianas.
Eles agem de diferentes maneiras para destruir ou inibir a proliferação das bactérias, impedindo que elas se espalhem e causem danos ao corpo.
Existem vários tipos de antibióticos, e eles são prescritos de acordo com o tipo de infecção que a pessoa tem.
Alguns exemplos comuns incluem:
- Penicilina: usada para tratar infecções como amigdalite e otite.
- Amoxicilina: indicada para infecções respiratórias, como bronquite.
- Azitromicina: frequentemente utilizada para tratar infecções respiratórias e doenças sexualmente transmissíveis.
É importante lembrar que antibióticos não funcionam contra infecções causadas por vírus, como gripes e resfriados.
Nesse processo de melhor compreensão sobre o que são antibióticos, vale ressaltar que o uso inadequado desses medicamentos — como tomá-los sem necessidade ou interromper o tratamento antes do tempo recomendado — pode levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana, dificultando o tratamento de futuras infecções.
O uso de antibióticos na infância
O que muitas pessoas não sabem é que o uso de antibióticos nos primeiros anos de vida, período essencial para o desenvolvimento da criança, pode ter impactos mais profundos na saúde delas.
No estudo realizado com 33.095 crianças na Finlândia, e que está em apresentação no Encontro de 2025 da Pediatric Academic Societies (PAS), trouxe à tona dados preocupantes sobre o efeito do uso precoce de antibióticos.
Os pesquisadores analisaram o impacto dos antibióticos no IMC das crianças aos dois e aos 12 anos de idade.
Os resultados foram claros: crianças expostas a antibióticos nos primeiros dois anos de vida apresentaram um IMC mais alto em comparação com aquelas que não foram expostas.
Esse aumento de peso foi associado a um risco maior de obesidade na infância.
Os pesquisadores observaram que as crianças que tomaram antibióticos nesse período tinham:
- 9% maior risco de estarem acima do peso.
- 20% maior risco de serem obesas, quando comparadas com aquelas que não usaram esses medicamentos precocemente.
Por que o uso de antibióticos na infância pode aumentar o risco de obesidade?
Uma explicação possível para esse aumento de peso está na forma como os antibióticos afetam a microbiota intestinal das crianças.
A microbiota é o conjunto de micro-organismos (bactérias, vírus e fungos) que vivem no intestino e desempenham um papel vital na digestão e na regulação do metabolismo.
Os antibióticos podem alterar o equilíbrio dessa microbiota, favorecendo o crescimento de bactérias que estão associadas ao aumento de peso e obesidade.
Pesquisas anteriores já mostraram que o uso de antibióticos pode influenciar a composição da microbiota intestinal, especialmente nos primeiros anos de vida, quando o sistema digestivo da criança ainda está em desenvolvimento.
Esse desequilíbrio bacteriano pode afetar o processo de digestão, a absorção de nutrientes e até mesmo os sinais que regulam o apetite, contribuindo para o ganho de peso excessivo.
O estudo: Como foi realizada a pesquisa?
A pesquisa finlandesa acompanhou um grande número de crianças nascidas de parto normal e analisou o uso de antibióticos antes da gravidez, durante a gestação e nos primeiros anos de vida.
Embora os pesquisadores não tenham encontrado correlação entre o IMC e o uso de antibióticos durante a gravidez ou antes da concepção, a exposição a esses medicamentos nos primeiros dois anos de vida foi fortemente associada a um IMC mais elevado.
A relação entre antibióticos e obesidade infantil
O aumento da obesidade infantil é uma preocupação crescente em todo o mundo.
De acordo com dados de 2022, mais de 159 milhões de crianças em idade escolar foram diagnosticadas com obesidade.
Embora fatores como dieta e falta de atividade física desempenhem papéis importantes nesse quadro, pesquisas como a do estudo finlandês sugerem que o uso precoce de antibióticos pode ser um fator adicional que contribui para o aumento de peso e obesidade.
Por isso, é essencial que os pais e responsáveis fiquem atentos ao uso de antibióticos em crianças pequenas e sigam as orientações médicas de forma cuidadosa.
O tratamento com antibióticos deve ser restrito a casos em que realmente há uma infecção bacteriana, e a decisão sobre sua prescrição deve levar em conta os benefícios e riscos envolvidos.
O que os pais podem fazer para proteger seus filhos?
A melhor forma de proteger as crianças contra o uso excessivo de antibióticos é garantir que apenas sejam usados quando realmente for necessário.
Para isso, é importante:
- Evitar automedicação: Nunca administrar antibióticos sem prescrição médica, mesmo que os sintomas pareçam semelhantes aos de uma infecção bacteriana.
- Buscar alternativas naturais: Em casos de resfriados e gripes, priorizar tratamentos mais simples, como hidratação adequada, repouso e alimentação saudável.
- Consultar o médico: Se houver dúvida sobre a necessidade de antibióticos, consulte um médico para obter uma avaliação precisa. O profissional de saúde pode sugerir alternativas que não envolvam antibióticos, dependendo do caso.
O uso de antibióticos, quando bem administrado, salva vidas. No entanto, como o estudo demonstra, sua prescrição deve ser feita com cautela, especialmente nas fases críticas do desenvolvimento infantil.
Compreender melhor o que são antibióticos e como eles afetam o corpo é essencial para garantir o tratamento adequado.
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