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Câncer de próstata: o que todo homem precisa saber
“Falar sobre o câncer de próstata é uma forma de quebrar o silêncio e promover o cuidado"
Quando falamos sobre câncer de próstata, é comum que muitos homens ainda tenham dúvidas, medos e até resistências.
Seja por tabu, vergonha ou falta de informação, essa doença, que está entre as mais comuns do público masculino, muitas vezes acaba sendo descoberta tardiamente.
Vejo de perto os impactos do diagnóstico precoce, e, também, do diagnóstico tardio.
Por isso, acredito que falar de forma clara sobre o assunto é uma forma de cuidar da saúde de quem nos lê.
Entender o que é o câncer de próstata, quais são os fatores de risco, os sintomas e as opções de tratamento pode ajudar muitas pessoas a buscarem ajuda no tempo certo.
O que é o câncer de próstata?
A próstata é uma glândula do tamanho de uma noz, localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto.
Ela faz parte do sistema reprodutor masculino e tem como função principal a produção de parte do líquido que compõe o sêmen.
O câncer de próstata acontece quando células dessa glândula começam a crescer de forma descontrolada.
Na maioria das vezes, esse crescimento é lento e silencioso.
Muitos homens, inclusive, podem viver anos com a doença sem apresentar sintomas.
Mas em outros casos, o tumor pode ser mais agressivo e se espalhar rapidamente.
Quais são os fatores de risco?
O câncer de próstata não tem uma causa única, mas existem alguns fatores que aumentam a chance de desenvolver a doença. Os principais são:
- Idade: o risco aumenta com o tempo, principalmente após os 50 anos.
- Histórico familiar: ter pai, irmão ou outro parente de primeiro grau com a doença aumenta o risco.
- Raça: homens negros têm maior risco de desenvolver e também de ter formas mais agressivas do câncer.
- Alimentação: dietas ricas em gordura animal e pobres em vegetais podem influenciar.
- Sedentarismo e obesidade: manter um estilo de vida saudável também influencia na prevenção.
Importante reforçar que ter um ou mais fatores de risco não significa que a pessoa terá a doença. Mas é um sinal de que deve haver ainda mais atenção ao acompanhamento médico.
Sintomas: quando é hora de se preocupar?
O grande desafio do câncer de próstata é que, nas fases iniciais, ele geralmente não provoca sintomas.
Quando eles aparecem, é possível que o tumor já esteja mais avançado.
Entre os principais sinais de alerta, estão:
- Dificuldade para urinar;
- Jato de urina fraco ou interrompido;
- Necessidade de urinar com frequência, especialmente à noite;
- Dor ou ardência ao urinar;
- Presença de sangue na urina ou no sêmen;
- Dor nos ossos (em casos mais avançados).
É essencial lembrar: esses sintomas também podem estar relacionados a outros problemas da próstata, como a hiperplasia benigna, que é o crescimento não canceroso da glândula.
Por isso, o diagnóstico correto só pode ser feito por um médico.
Como é feito o diagnóstico?
Para detectar o câncer de próstata, dois exames são fundamentais:
- Toque retal: permite ao médico sentir possíveis alterações no tamanho, forma e textura da próstata.
- PSA (Antígeno Prostático Específico): exame de sangue que mede uma substância produzida pela próstata. Níveis elevados podem indicar problemas, inclusive câncer.
Se houver suspeita, o médico pode solicitar exames adicionais, como ressonância magnética ou biópsia, para confirmar o diagnóstico e avaliar o estágio da doença.
Quando começar a se cuidar?
A recomendação geral é que homens a partir dos 50 anos conversem com o urologista sobre a necessidade de realizar os exames.
Para quem tem histórico familiar ou é da população de maior risco (como homens negros), essa conversa deve acontecer a partir dos 45 anos.
Não é uma regra que todos devam fazer exames anualmente, mas essa decisão deve ser tomada junto ao médico, com base nos fatores de risco e no histórico individual.
O câncer de próstata tem cura?
Sim. Quando descoberto nas fases iniciais, o câncer de próstata tem altas chances de cura.
Por isso, o acompanhamento regular é tão importante.
O tratamento depende de vários fatores, como idade, estado geral de saúde, estágio da doença e preferências do paciente. As principais opções incluem:
- Vigilância ativa: para tumores de crescimento lento, em pacientes sem sintomas, pode-se apenas monitorar a evolução com exames regulares.
- Cirurgia: chamada de prostatectomia, remove totalmente a próstata e pode ser indicada em casos localizados.
- Radioterapia: usa radiações para destruir as células cancerígenas.
- Hormonioterapia: reduz os níveis de testosterona, hormônio que alimenta o crescimento do câncer.
- Quimioterapia: indicada principalmente em casos mais avançados ou resistentes à hormonioterapia.
Efeitos colaterais: o que esperar?
Um dos receios mais comuns entre os homens em relação ao tratamento do câncer de próstata envolve os efeitos colaterais, principalmente no que diz respeito à vida sexual e urinária.
Alguns tratamentos podem provocar:
- Disfunção erétil;
- Incontinência urinária;
- Redução da libido;
- Alterações no sêmen ou infertilidade.
É importante dizer que esses efeitos variam de pessoa para pessoa, e hoje há diversos recursos para minimizar esses impactos e ajudar o paciente a retomar sua qualidade de vida.
Informação é cuidado
Falar sobre o câncer de próstata é uma forma de quebrar o silêncio e promover o cuidado.
Muitos homens ainda resistem em ir ao médico, em fazer exames ou em conversar sobre sua saúde íntima. Mas saúde não é tabu.
Quanto mais cedo o câncer é detectado, mais chances de tratamento eficaz e de cura.
Por isso, é fundamental que os homens estejam atentos, busquem informações de qualidade e mantenham em dia seus exames e consultas.
Não espere sentir algo errado para cuidar de si. A prevenção ainda é o melhor caminho.
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Sou Dr. Victor Cordeiro Trevas, médico especialista em Oncologia
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