Co-sleeping é bom ou ruim para a saúde dos bebês? Entenda os limites da prática

Entenda mais sobre o tema aqui no SaúdeLAB e tome a decisão certa na hora de dormir

Você conhece o co-sleeping e sabe como usar de forma segura? Essa técnica está na moda e muitos pais não sabem dos riscos ao usá-la. Contudo, ela também possui benefícios. Entenda as diversidades de opiniões e faça uma escolha consciente sobre essa nova forma de dormir com seu bebê. É sobre que o SaúdeLAB fala hoje e com riqueza de detalhes para te deixar bem-informado sobre o assunto.

O que é co-sleeping?

O termo co-sleeping ao ser traduzido para o português significa literalmente, dormindo com o bebê. Quem tem filhos, sabe bem como essa hora é complicada, sobretudo quando o bebê nasce. Existem várias maneiras de implementar o método, seja com um delimitador de espaço na cama do casal ou mesmo com um berço adaptado.

Se você deseja utilizá-lo de forma prática, saiba que existem suportes prontos para isso. Mas caso queira improvisar, faça um rolo firme com colcha ou cobertor e delimite o espaço para colocar o bebê. De preferência, que ele não fique no centro da cama, e sim, na lateral. E para que tenha mais segurança, deixe essa lateral encostada na parede.

berço co-sleeping
O método de dormir co-sleeping pode ser usado com berço sem a lateral ao lado da cama. Foto: Canva Pró

Afinal, co-sleeping é bom ou ruim?

Mas será que esse método do co-sleeping é seguro? Como usá-lo sem trazer riscos ao sono ou saúde da criança? Pois bem, o tema tem divergências de opiniões entre os pediatras, profissionais que lidam com nossos pequenos em grande parte de suas vidas.

Ao escolher a forma de inserir o co-sleeping, alguns relatam que ele pode sim, ajudar na qualidade do sono do baby e melhorar a noite de todos. Além de trazer segurança para o recém-nascido, ele facilita a regulação da temperatura da criança, pela proximidade com a mãe, e agiliza as mamadas. De certa forma, tudo isso contribui para o bom funcionamento do corpo, bem como das funções neuropsicológicas dos bebês.

A morte súbita em recém-nascidos é uma preocupação constante, mas o método tende a evitar que ela aconteça. Aliás, o fato de estar mais próximo dos pais, pode ajudar a manter o sono do lactante menos profundo, visto que nessa fase, os riscos para a morte súbita acontecem com maior frequência.

Pontos de atenção na hora de dormir com o bebê

Se você deseja praticar o co-slleping com seu filho(a), é bom ficar atento para usar com segurança. Então, observe:

1. Evite usar medicações para dormir quando dormirem juntos, isso pode dificultar que acorde para atender a criança durante a noite.

2. Não é aconselhável usar colchões muito macios (aqueles que afundam) para dormir com o bebê.

3. Outra dica é não agasalhar demais a criança, visto que a temperatura dela é ajustada pela proximidade da mãe (ou a pai) na mesma cama.

4. A escolha de cobertores e mantas devem ser mais leves para evitar que esquente demais e/ou sufoque a criança ao dormirem.

5. A prática não é aconselhável para casais obesos, pois, o espaço fica mais reduzido para acomodar o bebê e isso pode colocar a vida dele em risco.

6. Quanto a posição do recém-nascido, deitá-lo de barriga para baixo (posição ventral) não é o mais indicado, prefira a posição lateral ou de barriga para cima com a cabeceira um pouco elevada. Isso facilita a respiração e evita engasgar-se com o leite materno.

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Até quando devo aproveitar o co-sleeping?

Vimos até aqui que há muitas vantagens nessa modalidade do co-sleeping de dormir junto com o bebê, principalmente na fase inicial em ele exige mais atenção e cuidado, sem falar que é período de adaptação para todos.

Contudo, existem prós com o co-sleeping que devem ser levados em consideração.  Veja alguns que merecem seu cuidado:

  • O primeiro deles diz respeito a intimidade do casal. Nesse sentido, ter cuidado com a relação afetiva é de suma importância para preservação a união, a vida sexual e o bem-estar.
  • Em segundo, o bebê pode ficar dependente da presença dos pais para dormir.
  • Por último, o peito da mãe não deve servir de ‘chupeta’ e ficar ‘mamando a noite toda”.

Considerando os problemas que podem surgir ao dormir na mesma cama com o bebê, escolha o momento necessário de fazê-lo. Caso precise por mais tempo após o nascimento, ou em dias em que a criança demande mais atenção por questões de saúde, ou mesmo naqueles dias em ambos os pais estejam mais cansados, faça as escolhas de forma equilibrada e criteriosa.

E por mais que seja cômodo (para ambos), deixar a criança dormir continuadamente na cama do casal, nem sempre é o melhor a se fazer. Ademais, zelar pela saúde emocional também é papel fundamental na formação da criança, ela precisa desenvolver suas habilidades, ter autonomia desde cedo. E dormir sozinha em sua cama faz parte desse aprendizado.

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Como funciona na prática?

Poliana e família
Poliana grávida, com seu esposo Henrique e Melissa – Arquivo pessoal

Para o casal de terapeutas, Poliana e Henrique Godinho, a experiência co-sleeping é um pouco diferente. Ela contou ao SaúdeLAB que a “cama estendida’, como ela nomeia, é um berço adaptado por eles mesmos e que fica acoplado à cama nos primeiros meses, sem a necessidade de ficarem juntos na cama, propriamente dito.

Eles aderiram a ideia com a primeira filha Melissa de 3 anos, que por sinal deu muito certo, e agora repetem a dose com os gêmeos recém-nascidos. Ela diz que ‘é uma facilidade maior para amamentar, acompanhar momentos pós vacina, gorfos ou qualquer outra intercorrência que possa surgir durante a noite”.

berço co-sleeping
Berço acoplado. Arquivo pessoal Poliana Godinho

Não obstante, o quartinho dos bebês fica bem próximo do quarto do casal, e é revezado ao longo do dia para criar vínculo. Essa estratégia mista permite a familiaridade dos filhos com o ambiente. E à medida em que não há demanda para a ‘cama estendida’, eles já vão se adaptando sem problemas. Ao menos, foi o que se deu com a 1ª filha, e certamente com os gêmeos, não será diferente, complementa a Psicanalista.

Ainda mais, Poliana afirma que prefere a cama estendida – “Ela é melhor do que a compartilhada, pois preserva a privacidade do casal, e para a criança é importante também ter o seu espaço. Sutilmente, a crianças crescem entendendo que existe o lugar dos pais e o seu, porém elas pertencem a família. Enfim, são inúmeras as vantagens da cama estendida na sua visão, sobretudo, ‘basta estender a mão e sentir que os filhotinhos estão ok”, conclui.

Colaboração: 

Poliana Godinho*Psicanalista, Mestre em Reiki, especialista em Terapias Energéticas.

Henrique Godinho*Psicólogo e Especialista em Medicina Tradicional Chinesa

 

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