Com mais de 20 mil casos anuais, câncer de boca e laringe são mais comuns nos homens

Nesta quarta-feira (27), é celebrado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. No Brasil, os principais alertas são para a alta incidência de tumores evitáveis que acometem a cavidade oral e a laringe, principalmente em homens.

Mais de 1,5 milhão de novos casos de câncer de cabeça e pescoço são registrados, todos os anos, no mundo, segundo o levantamento Global Cancer Observatory (GCO). O número de mortes anuais gira em torno de 460 mil pessoas. No Brasil, os dois tipos de tumores de cabeça e pescoço mais comum nos homens são de cavidade oral e laringe. Os dois tipos totalizam 22,8 mil casos (17,6 mil deles entre os homens). Dessa forma, considerando todos os tipos de câncer da região de cabeça e pescoço (lábios, cavidade oral, faringe, laringe, cavidade nasal e tireoide), o número de casos anuais salta para 45 mil e mais de 10 mil mortes por ano.

Outro agravante, entretanto, é que os tumores de cabeça e pescoço, exceto de tireoide, são diagnosticados tardiamente em 70% a 80% dos casos. Assim como, a descoberta da doença em fase avançada torna o tratamento mais complexo e com menor chance de sucesso.

As principais causas de câncer de cabeça e pescoço são o tabagismo, consumo de álcool, bem como infecção pelo vírus HPV. Portanto, são doenças evitáveis. Além disso, a atenção aos sinais, também ajuda no diagnóstico precoce. Outras causas, segundo o GCO, são lesões pré-malignas, baixa resposta imunológica e infecção pelo vírus Epstein-Barr.

Um dos propósitos da campanha Julho Verde, em especial, do Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, é que profissionais de saúde de outras especialidades conheçam melhor os tumores citados. Bem como sejam capazes de contribuir com a descoberta mais precoce da doença, de acordo com o cirurgião oncológico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, Héber Salvador.

Sintomas câncer de boca e laringe

Entre os sinais que demandam atenção de um especialista estão as feridas na boca que não cicatrizam; manchas esbranquiçadas na boca; rouquidão persistente; dor de garganta que não melhora com o uso de antibiótico. E ainda dificuldade de deglutir, nódulos cervicais, sangramento ou secreção persistente pelo nariz; dor persistente no ouvido ou dificuldade para ouvir; dores de cabeça e tosse persistentes.

“Diante de uma alteração incomum, como um nódulo no pescoço ou dificuldade prolongada de engolir ou respirar, o ideal é buscar atendimento especializado”, diz Salvador.

O cirurgião membro da comissão científica da Cabeça e Pescoço da SBCO, José Guilherme Vartanian, explica que é “Importante destacar que o diagnóstico precoce resulta em melhor qualidade de vida para o paciente”, afirma Vartanian, “lesões iniciais demandam tratamentos menos complexos, cirurgias menos extensas, com menores taxas de morbidade e mortalidade, além de menor complexidade de outras modalidades de tratamento, como radioterapia e quimioterapia”, pontua o cirurgião.

Evolução das técnicas cirúrgicas em casos de câncer

O procedimento cirúrgico, segundo o especialista, depende do tipo e estadiamento do câncer. Logo, uma cirurgia para um tratamento será diferente da adotada para outro, por exemplo. “A evolução das técnicas cirúrgicas trouxe opções menos invasivas para o tratamento do câncer de cabeça e pescoço”, diz Vartanian.

Finalmente, é importante contar com a experiência de um cirurgião oncológico e sua equipe multidisciplinar. Logo, a habilidade de operar o câncer com diversas técnicas, assim como planejar o tratamento e tomar a decisão sobre a melhor estratégia cirúrgica com o intuito curativo e com o cuidado de preservação das funções motoras, de deglutição e fala.

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