Educador Físico alerta uso excessivo de telas e risco de sedentarismo para crianças

O especialista orienta que crianças precisam de uma hora de atividade física ao dia para construção do acervo motor, útil para toda a vida

Embora a tecnologia facilite a vida, o uso excessivo de telas, principalmente pelas crianças, pode ser perigoso para a saúde. Hoje, mais de 45% da população brasileira é sedentária, de acordo com o Diagnóstico Nacional do Esporte (DIESPORTE), coordenado pelo Governo Federal. Ainda segundo o estudo, 28,5% da população realiza atividade física regular e 25,6% são praticantes de algum tipo de esporte.

“Existem crises planetárias de proporções pandêmicas relacionadas a inatividade física, alimentação inadequada e uso excessivo das diferentes telas”, alerta o Doutor em Educação Física, Bruno Castro. Ele atua como diretor do Programa Esportivo e Cultural do Colégio Santa Mônica e em entrevista exclusiva ao SaúdeLab, falou sobre telas e nas quadras.

Crianças e uso excessivo de telas

O educador acredita que é preciso transmitir aos alunos a necessidade de movimentar-se. “Até os 10 anos é primordial que o aluno faça ao menos 60 minutos de atividade física diária, para a construção do acervo motor, útil para toda a vida”, orientou Castro.

Além disso, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) como diabetes, doenças cardiovasculares ou respiratórias podem ser fatais. Então, pessoas sedentárias, que passam muitas horas jogando ou vendo televisão, são mais suscetíveis a desenvolvê-las, segundo o preparador físico.

Por outro lado, “a criança que aprende a se movimentar através da escola e dos exemplos familiares, terá mais chances de ter qualidade de vida e ser um adulto mais consciente e saudável”, pontuou o professor. “Portanto, a melhor forma para educar a dimensão motora dos filhos é preferindo ambientes escolares e não escolares com atividades físicas e lazer”, alinhava Castro.

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Priorizar o ar livre

Em suma, o apelo do educador é “menos sofá e mais praias e parques”, em um modelo de educação que preze pelo movimento físico das crianças e adolescentes. Assim como não deve adotar uma cultura centenária e medieval de confinamento”. Por isso, para o professor, “piscina e quadra poliesportiva também devem ser consideradas como salas de aula e locais de aprimoramento humano”.

Em uma pesquisa feita por Castro para seu doutorado em Educação Física na UFRJ (EEFD/IPUB), ele comparou dois grupos de adolescentes. Um deles, nadava diariamente na escola, enquanto o outro, da mesma série, era formado exclusivamente por sedentários.

“O grupo de nadadores apresentou melhores índices comportamentais e cognitivos”, apontou o entrevistado. “Conjugar o movimento físico com as atividades acadêmicas é a grande saída para um futuro pleno e saudável de toda população mundial”, concluiu o professor.

Colaboração

Bruno Castro.
Bruno Castro. Foro: Divulgação

Bruno Castro é Doutor em Educação Física pela Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) em parceira com o Instituto de Psiquiatria da UFRJ e diretor do Programa Esportivo e Cultural do Colégio Santa Mônica

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