Energético faz mal ao coração? Caso de homem com AVC reacende alerta médico

Energético faz mal ao coração? A dúvida é comum e aparece constantemente nas buscas online. Jovens e adultos costumam consumir essas bebidas para treinar, estudar ou enfrentar longas jornadas de trabalho.

Um caso clínico recente publicado em uma revista científica ajuda a mostrar por que essa dúvida merece atenção.

O caso clínico que chamou atenção

Um homem de pouco mais de 50 anos, ativo e sem doenças conhecidas, sofreu um AVC após manter por longo tempo o hábito de consumir oito latas de energético por dia, segundo publicação na BMJ Case Reports.

Cada lata tinha alta dose de cafeína, fazendo sua ingestão diária ultrapassar 1.200 mg (mais que o triplo do limite considerado seguro, de cerca de 400 mg ao dia).

De acordo com o relato médico, esse consumo excessivo foi considerado um provável fator contribuinte para um pico de pressão arterial extremamente elevado.

O AVC atingiu uma região do cérebro responsável pela coordenação, equilíbrio e sensibilidade, causando sintomas como dormência, fraqueza e dificuldade para andar.

Ao chegar ao hospital, sua pressão estava tão alta que nem medicamentos potentes conseguiram controlá-la rapidamente.

Só depois de uma investigação mais detalhada o uso diário de energéticos foi identificado como possível gatilho.

Após abandonar o hábito, a pressão voltou ao normal e os remédios deixaram de ser necessários.

Mesmo assim, o paciente manteve sequelas permanentes, como perda de sensibilidade em um dos lados do corpo.

Por que o consumo excessivo de energético faz mal ao coração

Especialistas afirmam que muita gente ainda não associa energético a risco cardiovascular.

Entre jovens, principalmente, essas bebidas são vistas como simples estimulantes usados em treinos, festas ou períodos de estudo intenso, não como algo capaz de elevar a pressão, alterar o ritmo cardíaco ou aumentar o risco de eventos mais graves.

Os energéticos costumam reunir uma combinação que exige atenção:

  • doses elevadas de cafeína;
  • grandes quantidades de açúcar;
  • ingredientes estimulantes adicionais, como guaraná, ginseng e taurina — muitos deles contendo “cafeína oculta”.

Essa mistura potencializa os efeitos estimulantes e dificulta que o consumidor tenha real noção do quanto está ingerindo.

Alguns energéticos têm teor de cafeína semelhante ao de uma xícara de café, enquanto outros equivalem a várias xícaras de uma só vez; existem produtos que ultrapassam 500 mg por porção, segundo relatos científicos.

Mesmo pessoas jovens e aparentemente saudáveis podem apresentar reações inesperadas diante do consumo exagerado.

Em quem já tem pressão alta, arritmia ou histórico cardíaco, o risco é ainda maior.

Uma discussão global sobre riscos dos energéticos

O debate sobre os riscos dos energéticos tem crescido no mundo todo.

No Reino Unido, por exemplo, algumas redes de supermercados passaram a restringir a venda dessas bebidas para menores de 16 anos, inicialmente por causa do excesso de açúcar, mas também pelas preocupações com efeitos cardiovasculares.

Embora o caso clínico represente apenas uma pessoa, ele se soma a uma literatura científica crescente sobre os potenciais riscos do consumo abusivo de energéticos.

Com a popularidade dessas bebidas aumentando, especialmente entre jovens, especialistas defendem mais informação, cautela e, possivelmente, regulação para proteger a saúde do coração e do cérebro.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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