Gestante pode tomar creatina? Entenda o que diz a ciência e os especialistas

Muitas gestantes que já mantinham uma rotina de treinos ou suplementação antes da gravidez se perguntam: gestante pode tomar creatina? A dúvida é legítima e bastante comum — afinal, tudo o que é ingerido durante a gestação pode impactar tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento do bebê.

A creatina é um suplemento amplamente utilizado. No entanto, quando se trata de creatina na gravidez, a segurança e os possíveis efeitos ainda levantam questionamentos importantes.

Hoje, no SaúdeLAB, você vai entender se a creatina é segura para gestantes, quais os possíveis riscos, quando ela pode ser contraindicada e o que os estudos atuais revelam sobre sua utilização durante a gestação.

O que é a creatina e para que serve?

A creatina é uma substância naturalmente produzida pelo corpo humano, especialmente no fígado, rins e pâncreas. Ela também pode ser obtida por meio da alimentação, principalmente em carnes vermelhas e peixes.

No organismo, a creatina atua como uma fonte rápida de energia para as células, especialmente durante esforços físicos intensos e de curta duração.

No contexto da suplementação, a creatina é amplamente utilizada por praticantes de atividade física e atletas, pois favorece:

  • o aumento da força muscular;
  • a melhora da performance em treinos de alta intensidade;
  • a recuperação muscular após o exercício;
  • e, em alguns casos, o ganho de massa magra.

Do ponto de vista fisiológico, ela age na molécula que fornece energia para as células. Por isso, é comum seu uso por quem busca desempenho e resistência.

Além dos benefícios no esporte, estudos mais recentes têm investigado o possível papel da creatina em contextos clínicos, incluindo doenças neuromusculares, disfunções metabólicas e, mais recentemente, sua aplicação em determinadas fases da gestação.

No entanto, é fundamental destacar que o uso de qualquer suplemento, especialmente durante a gravidez, exige avaliação médica criteriosa.

Apesar de ser uma substância considerada segura em contextos gerais, a suplementação na gravidez apresenta especificidades que precisam ser analisadas com cuidado.

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Gestante pode tomar creatina?

Em geral, a creatina não é recomendada para gestantes sem prescrição médica, pois ainda há poucos estudos definitivos sobre seu uso durante a gravidez.

Isso não significa que a substância seja proibida, mas sim que seu consumo exige uma avaliação criteriosa feita por profissionais de saúde, considerando o histórico individual e os riscos envolvidos.

Embora a creatina seja considerada segura em populações adultas saudáveis e esteja entre os suplementos mais estudados do mundo esportivo, o mesmo não pode ser afirmado com segurança para gestantes.

Durante a gestação, mudanças fisiológicas e metabólicas aumentam a sensibilidade do organismo a diversas substâncias, o que torna prudente adotar uma postura conservadora quanto ao uso de suplementos.

A decisão sobre o uso de creatina na gravidez deve sempre ser tomada com orientação do obstetra e de um nutricionista especializado, especialmente em gestantes que praticam atividade física e já faziam uso do suplemento antes da concepção.

No Brasil, a creatina é aprovada como suplemento pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e está disponível comercialmente, mas não há regulamentação específica sobre seu uso em gestantes. Por isso, o princípio da precaução se aplica.

Em resumo, grávida pode usar creatina? Apenas sob orientação médica e nutricional, com avaliação individualizada e acompanhamento profissional constante.

O que a ciência diz sobre o uso de creatina na gravidez?

Nos últimos anos, pesquisadores passaram a investigar mais profundamente o impacto da creatina na gravidez, especialmente devido ao seu papel no fornecimento de energia celular.

Estudos experimentais com animais e análises laboratoriais têm levantado hipóteses promissoras, mas ainda não há consenso científico ou recomendações formais para seu uso durante a gestação.

Em estudos conduzidos com roedores, por exemplo, observou-se que a suplementação materna com creatina pode ter efeitos protetores no desenvolvimento fetal, especialmente em situações de hipóxia — quando há redução no suprimento de oxigênio para o feto.

Isso levou cientistas a especularem que a creatina poderia ajudar a prevenir lesões cerebrais ou musculares decorrentes de complicações perinatais.

Outras investigações em andamento analisam possíveis benefícios no suporte ao metabolismo fetal, especialmente nos estágios finais da gravidez, quando as demandas energéticas aumentam.

Ainda assim, a maioria dos estudos foi feita em modelos animais ou in vitro, o que limita a extrapolação direta para seres humanos.

Em humanos, há poucos ensaios clínicos robustos e a literatura ainda é escassa.

Alguns estudos observacionais sugerem que mulheres fisicamente ativas que usaram creatina antes da gestação podem ter níveis musculares mais estáveis durante a gravidez, mas a segurança do uso contínuo não foi estabelecida.

Assim, embora existam indícios de que a creatina possa ter aplicações clínicas futuras na obstetrícia, a recomendação atual é de cautela.

Ainda são necessários estudos amplos, controlados e de longo prazo para comprovar se a creatina é segura para gestantes e em que contextos ela poderia ser benéfica.

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Riscos potenciais do uso de creatina na gestação

Mesmo sendo considerada segura para adultos saudáveis, a creatina pode oferecer riscos específicos quando utilizada durante a gravidez, especialmente sem orientação adequada.

O organismo da gestante passa por alterações fisiológicas significativas, o que torna o uso de qualquer suplemento uma decisão sensível.

Entre os principais riscos potenciais estão:

Sobrecarga renal: A creatina é metabolizada nos rins. Em gestantes com predisposição a problemas renais ou com alterações nos exames de função renal, o suplemento pode representar uma sobrecarga e aumentar o risco de complicações.

Desequilíbrio eletrolítico: O uso de creatina pode influenciar a retenção de água e alterar o balanço de eletrólitos, o que é especialmente delicado durante a gestação, quando o equilíbrio hidroeletrolítico já está naturalmente mais instável.

Interações com outros suplementos ou medicamentos: Gestantes que fazem uso de vitaminas, ferro, cálcio ou outros medicamentos prescritos pelo obstetra devem ter atenção redobrada, pois a creatina pode interferir na absorção ou metabolismo de algumas dessas substâncias.

Falta de padronização de dose segura: Não existem diretrizes específicas sobre dosagem segura de creatina na gravidez. A dose utilizada para adultos ativos pode não ser adequada para gestantes, o que aumenta os riscos de efeitos adversos.

Acima de tudo, o fator de segurança fetal deve prevalecer. Até que haja evidências científicas mais sólidas e regulamentações específicas, o uso de creatina na gestação deve ser evitado ou rigorosamente monitorado, sempre com acompanhamento médico e nutricional especializado.

Existe algum benefício comprovado para gestantes?

Até o momento, não há benefícios comprovadamente estabelecidos para o uso de creatina em gestantes.

Alguns estudos experimentais sugerem que a suplementação com creatina poderia ter efeitos positivos. No entanto, esses achados ainda são preliminares e, na maioria das vezes, baseados em modelos animais.

Na prática clínica, a creatina não é indicada como suplemento padrão na gravidez justamente pela falta de dados robustos em humanos. Mesmo que os resultados iniciais sejam promissores, eles não substituem a avaliação médica personalizada.

Portanto, qualquer possível benefício só pode ser considerado após uma análise criteriosa do histórico da gestante, sob acompanhamento de um obstetra e, preferencialmente, um nutricionista especializado em saúde materna.

Alternativas seguras de suplementação na gravidez

Durante a gestação, existem suplementos amplamente estudados e recomendados para garantir a saúde da mãe e do bebê. Os mais comuns incluem:

  • Ácido fólico: essencial na prevenção de defeitos do tubo neural
  • Ferro: previne a anemia gestacional
  • Vitamina D: contribui para o desenvolvimento ósseo fetal
  • Ômega-3 (DHA): apoio ao desenvolvimento cerebral do bebê
  • Probióticos: podem beneficiar a saúde digestiva e imunológica

Além dos suplementos, a alimentação equilibrada continua sendo a principal aliada da saúde materna. Frutas, vegetais, proteínas de boa qualidade, gorduras saudáveis e carboidratos complexos devem compor a base da dieta.

O foco na gestação não deve ser o desempenho físico, mas sim a saúde integral e o desenvolvimento seguro do bebê. Suplementos como a creatina, voltados ao ganho de performance, devem ser avaliados com muito mais critério.

O que a gestante deve fazer?

Se você está grávida e tem dúvidas sobre o uso de creatina, o mais importante é buscar orientação profissional qualificada.

A creatina só deve ser considerada com acompanhamento médico especializado, e mesmo nesses casos, sua indicação é rara.

A saúde do bebê e da gestante deve sempre vir em primeiro lugar. Por isso, evite qualquer tipo de automedicação ou suplementação sem avaliação personalizada.

Converse com seu obstetra e, se necessário, consulte um nutricionista com experiência em saúde materna.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
E-mail: raqueldefaria68@gmail.com

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