Será que gostar de música é genético? Estudo revela

Gostar de música é uma das experiências humanas mais universais e emocionantes, mas novas pesquisas sugerem que a razão pela qual sentimos prazer ao ouvir nossas músicas favoritas pode estar parcialmente ligada ao nosso DNA.

Embora grandes pensadores, como Platão, Aristóteles, Schopenhauer e Nietzsche já tenham reconhecido o poder da música para moldar a alma humana, o estudo levanta uma questão interessante: será que gostar de música é algo que herdamos geneticamente?

Platão, por exemplo, via a música como uma ferramenta essencial para a educação moral e emocional, capaz de influenciar a mente e o caráter.

Schopenhauer, por sua vez, argumentava que a música era uma manifestação direta da vontade humana e uma das poucas formas de arte que poderia revelar a essência da vida.

Já Nietzsche acreditava que a música era a expressão mais pura da vida e que, sem ela, a existência perderia seu sentido.

Essas reflexões de pensadores ao longo dos séculos emolduram ainda mais as descobertas científicas atuais, que buscam entender o impacto da música em nosso ser — não apenas cultural, mas também biológico.

Na sequência do texto, aqui no SaúdeLab, vamos analisar as descobertas do estudo sobre a relação entre genética e o prazer musical, detalhando como a música afeta diferentes áreas do cérebro e traz benefícios para nossa saúde mental e cognitiva.

Gostar de música e a base genética

Pesquisadores do Instituto Max Planck de Psicolinguística, na Holanda, conduziram um estudo que analisou a base genética do prazer musical, em colaboração com outras instituições internacionais.

O estudo envolveu mais de 9.000 gêmeos e revelou que, de fato, gostar de música tem uma base genética significativa — cerca de 54% das variações no prazer musical entre os participantes podem ser atribuídas a fatores genéticos.

Isso significa que, em boa parte, nossa resposta emocional à música pode ser influenciada por genes que herdamos.

Base genética do prazer musical:

O estudo do Max Planck focou exclusivamente na base genética do prazer musical, sem explorar aspectos como os efeitos da dopamina ou terapias musicais.

Ele constatou que os genes relacionados ao prazer musical são parcialmente independentes de outros tipos de prazer, como o prazer proporcionado pela comida ou pelo dinheiro.

Fatores ambientais e culturais:

Embora a genética desempenhe um papel importante, gostar de música também é moldado por fatores ambientais e culturais.

A música é uma experiência culturalmente rica, que varia de uma sociedade para outra, e muitos dos nossos gostos musicais são moldados pelas experiências que vivemos ao longo da vida.

Habilidades perceptivas musicais:

Além de avaliar o prazer que sentimos com a música, os pesquisadores também investigaram como percebemos aspectos como tom, melodia e ritmo.

Eles descobriram que nossos genes afetam tanto o prazer que sentimos ao ouvir música quanto a nossa capacidade de perceber esses detalhes musicais, mas de formas diferentes.

Ou seja, o prazer musical e a percepção de elementos como melodia e ritmo são influenciados por genes distintos.

O impacto da música no cérebro

Embora o estudo do Max Planck tenha se concentrado na base genética do prazer musical, outras pesquisas em instituições como a Universidade de Toronto e a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), mostram que a música tem um impacto positivo no cérebro.

Essas pesquisas revelam que a música pode ativar várias regiões cerebrais, promovendo benefícios cognitivos e motores.

A música tem um papel importantel no desenvolvimento de funções como:

  • Memória
  • Atenção
  • Linguagem
  • Emoção
  • Movimento

Estudos também sugerem que a música pode ser uma ferramenta poderosa no tratamento de distúrbios neurológicos e emocionais.

Como gostar de música pode ser benéfico para a saúde

A música não só é agradável, mas também benéfica para a saúde mental e emocional.

Ao ouvir música, o cérebro libera dopamina, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer.

Isso pode ajudar a melhorar o humor, reduzir os níveis de estresse e aumentar o bem-estar geral.

Além disso, a música pode melhorar a concentração e a memória, ajudando pessoas a focar melhor em suas atividades diárias.

A música e as pesquisas futuras

Novas pesquisas podem revelar quais genes específicos influenciam nossa capacidade de gostar de música e como essa forma de arte afeta nosso cérebro.

Esses descobrimentos podem abrir caminho para novas terapias e tratamentos baseados em sons, além de ajudar a entender melhor como essa expressão cultural pode beneficiar nossa saúde mental e física.

Portanto, a música deixa de ser apenas uma forma de entretenimento ou expressão artística, tornando-se uma força poderosa com raízes biológicas.

Como Nietzsche disse, sem música, a vida seria um erro — e agora sabemos que parte dessa paixão por gostar de música pode estar, de fato, escrita no nosso DNA.

Veja também: Os perigos do enema de café: será que o risco vale a pena?

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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