Lábios ressecados: o que pode ser e quando isso pode indicar algo mais sério

Se você está enfrentando lábios ressecados com frequência e se perguntando o que pode ser, saiba que esse desconforto pode ter causas simples ou indicar algo mais sério, como deficiências nutricionais ou até doenças sistêmicas.

Embora o ressecamento labial seja comum, especialmente em períodos de baixa umidade, há situações em que ele sinaliza algo além do ambiente ou da rotina de cuidados pessoais.

Aqui, no SaúdeLAB, você vai entender as principais causas do ressecamento nos lábios, quando esse sintoma deve gerar preocupação e quais medidas ajudam a aliviar e prevenir o problema de forma segura e eficaz.

Lábios ressecados: o que pode ser?

Os lábios possuem uma pele mais fina e delicada do que o restante do rosto, o que os torna mais suscetíveis a agressões externas e desequilíbrios internos.

A seguir, conheça as principais causas de lábios ressecados, divididas em fatores ambientais, comportamentais e de saúde:

Clima seco e exposição ao sol ou vento

Temperaturas frias, vento intenso ou exposição solar prolongada podem retirar a umidade natural da pele dos lábios. Isso favorece a descamação, rachaduras e até feridas. Ambientes com ar-condicionado também contribuem para o ressecamento.

Desidratação

Beber pouca água ao longo do dia é uma das causas mais frequentes de boca seca e lábios rachados. A falta de hidratação interna se reflete diretamente na pele, incluindo a região labial.

Hábito de lamber os lábios

Embora pareça aliviar momentaneamente, lamber os lábios piora o ressecamento. A saliva evapora rapidamente e remove a oleosidade natural da pele, agravando as fissuras e o aspecto áspero.

Reações alérgicas (a batons, pastas de dente, alimentos)

Alguns cosméticos, como batons ou protetores labiais com fragrância ou corantes, podem desencadear reações alérgicas que levam ao ressecamento. O mesmo pode ocorrer com certos cremes dentais ou alimentos ácidos.

Uso de medicamentos

Medicamentos como isotretinoína (usada no tratamento da acne), diuréticos e alguns ansiolíticos podem provocar ressecamento da mucosa oral, incluindo os lábios. É um efeito colateral comum, mas que requer atenção.

Deficiência de vitaminas

A falta de nutrientes essenciais, especialmente as vitaminas do complexo B (como B2 e B12) e o ferro, está associada ao aparecimento de lábios rachados e queilite (inflamação dos cantos da boca). É um sinal de que o organismo pode estar com deficiências nutricionais importantes.

Problemas dermatológicos

Condições como dermatite de contato, eczema ou queilite actínica podem afetar os lábios, causando descamação persistente, irritação e feridas. Nestes casos, é fundamental o diagnóstico por um dermatologista.

Doenças sistêmicas

Algumas doenças como diabetes, lúpus e outras condições autoimunes podem provocar ressecamento da boca e dos lábios. Quando os lábios ressecados ocorrem de forma recorrente e com outros sintomas, pode ser sinal de uma condição de saúde mais ampla.

Fatores hormonais também podem influenciar

Embora menos discutido, o ciclo hormonal, especialmente em mulheres, pode influenciar na hidratação da pele e dos lábios.

Alterações nos níveis de estrogênio e progesterona ao longo do mês, principalmente no período pré-menstrual, podem levar a uma maior sensibilidade da pele e predisposição ao ressecamento.

Mulheres que usam anticoncepcionais ou estão em fases como a menopausa também podem notar alterações na textura e umidade labial. Nestes casos, hidratação constante e alimentação equilibrada ajudam a minimizar os efeitos.

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Lábios ressecados em crianças ou idosos: o que muda?

Tanto crianças quanto idosos podem apresentar ressecamento nos lábios com mais frequência, mas por razões que variam de acordo com a fase da vida.

No caso das crianças, é comum que o uso de chupeta, a respiração pela boca durante o sono ou o hábito de lamber os lábios constantemente favoreça o aparecimento de rachaduras.

Além disso, o sistema imunológico ainda em desenvolvimento pode torná-las mais vulneráveis a infecções labiais, como a queilite angular.

Entre os idosos, o ressecamento pode estar relacionado à redução natural da produção de saliva, ao uso de múltiplos medicamentos (como diuréticos ou anti-hipertensivos) e ao envelhecimento da pele, que perde lipídeos e hidratação com o tempo.

Em ambos os casos, manter uma boa hidratação e usar produtos seguros e específicos para cada faixa etária é essencial para a saúde labial.

Respiração bucal e apneia do sono: uma causa pouco conhecida

A respiração pela boca durante o sono é uma causa frequente, porém pouco lembrada, de lábios extremamente secos ao acordar.

Isso ocorre porque o ar exalado continuamente pela boca resseca a mucosa oral e os lábios durante toda a noite.

Esse padrão respiratório pode estar associado a:

• Obstrução nasal crônica
• Desvio de septo
• Rinite alérgica
• Ou até síndrome da apneia obstrutiva do sono

Se você costuma dormir de boca aberta, ronca ou acorda com os lábios sempre rachados, vale investigar com um otorrinolaringologista ou clínico.

O tratamento adequado da causa respiratória pode melhorar significativamente o ressecamento labial.

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Quando o ressecamento dos lábios pode ser sinal de alerta?

Nem todo ressecamento labial é inofensivo. Existem situações em que os lábios rachados e descamando podem sinalizar problemas mais sérios, que vão além da exposição ao clima ou da falta de hidratação.

Veja quando é importante buscar avaliação médica:

• O ressecamento persiste por mais de uma semana, mesmo com uso de hidratantes e aumento da ingestão de água
• Há feridas, rachaduras profundas, sangramentos ou inchaço persistente
• O ressecamento vem acompanhado de febre, fadiga, aftas ou dor nos olhos
• Os lábios apresentam descamação intensa ou inflamação nos cantos da boca (queilite angular)

Nessas situações, o ressecamento pode estar relacionado a uma infecção, alergia ou até uma doença sistêmica, exigindo avaliação por um profissional de saúde.

Como aliviar e tratar os lábios ressecados

Felizmente, na maioria dos casos, é possível tratar os lábios ressecados com medidas simples, desde que a causa seja corretamente identificada. A seguir, veja as orientações práticas e seguras:

• Use hidratantes labiais adequados: Prefira produtos sem fragrâncias ou corantes. Ingredientes como lanolina, manteiga de karité, óleo de coco ou vaselina ajudam a criar uma barreira protetora eficaz.
• Beba água ao longo do dia: A hidratação interna é essencial para manter os lábios saudáveis.
• Evite lamber os lábios: Isso agrava o ressecamento e pode aumentar a irritação.
• Proteja os lábios do sol e vento: Em dias muito frios, secos ou ensolarados, use protetor labial com FPS.
• Alimente-se de forma equilibrada: Inclua alimentos ricos em vitaminas B2, B12, ferro e zinco.
• Consulte um dermatologista: Se os sintomas forem persistentes, associados a outros sinais ou não melhorarem com cuidados básicos, é fundamental investigar causas mais profundas.

Como escolher um bom hidratante labial

Nem todo produto que promete hidratar os lábios realmente cumpre sua função — ou o faz de forma segura. Para quem busca um cuidado eficaz e preventivo, vale observar os seguintes critérios ao escolher um hidratante labial:

• Livre de fragrância e corantes: evita reações alérgicas
• Sem álcool ou agentes que ressequem com o tempo
• Com ativos de ação emoliente e protetora, como:
  • Lanolina
  • Pantenol (vitamina B5)
  • Ceramidas
  • Manteiga de karité ou cacau
  • Óleo de coco ou óleo de jojoba

Além disso, em dias de sol, escolha produtos com filtro solar específico para os lábios, uma vez que a região também está sujeita aos danos causados pelos raios UV.

Skincare: sua rotina de beleza pode estar ressecando seus lábios

Quem adota rotinas de cuidados com a pele usando ácidos, como retinol, ácido salicílico ou ácido glicólico, pode experimentar ressecamento labial mesmo sem perceber o motivo.

Essas substâncias, quando aplicadas no rosto, podem se espalhar ou migrar involuntariamente para a região dos lábios, causando irritação e perda da barreira cutânea protetora.

O ideal é:

• Evitar passar esses produtos próximos à linha dos lábios
• Aplicar um hidratante labial como barreira protetora antes da rotina de skincare noturna

Esse cuidado simples pode evitar inflamações e descamações indesejadas.

O que NÃO fazer ao tentar tratar os lábios ressecados

Na tentativa de aliviar o incômodo causado pelos lábios rachados ou descascando, é comum recorrer a práticas que, apesar de populares, podem piorar a situação. Veja o que deve ser evitado:

Evitar esfoliações agressivas

Esfregar os lábios com escova de dentes, açúcar ou outros produtos abrasivos pode remover a camada protetora natural da pele e causar microlesões. Em vez de ajudar, essas práticas tendem a aumentar a inflamação e retardar a cicatrização.

Não puxar “pelinhas”

Mesmo que pareçam soltas, puxar as peles ressecadas pode causar sangramentos e abrir porta para infecções. O ideal é hidratar com frequência até que a pele se solte naturalmente, sem causar feridas.

Cuidado com pomadas com corticoide sem orientação médica

Algumas pessoas recorrem a pomadas dermatológicas com corticoide para aliviar o desconforto, mas seu uso sem prescrição médica pode causar efeitos indesejados, como afinamento da pele ou piora da irritação. Essas medicações só devem ser usadas quando indicadas por um profissional.

Evitar esses erros é tão importante quanto usar os produtos corretos, especialmente quando o objetivo é promover a recuperação rápida e segura da pele dos lábios.

Embora os lábios ressecados sejam comuns, especialmente em determinadas épocas do ano, é essencial entender a causa por trás do problema. Em muitos casos, fatores ambientais ou comportamentais estão envolvidos, mas também pode haver sinais de deficiências nutricionais ou até doenças sistêmicas que precisam de atenção médica.

Observar os sintomas, adotar bons hábitos de hidratação e usar produtos adequados são medidas fundamentais para tratar e prevenir. Se o ressecamento for persistente, doloroso ou vier acompanhado de outros sinais, não hesite em buscar orientação com um dermatologista ou clínico geral.

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