É o fim da picada? Novo medidor não invasivo pode mudar o cuidado do diabetes

A busca por um medidor de glicose não invasivo sempre pareceu um sonho distante. Algo que aparecia em protótipos ou promessas tecnológicas, mas nunca chegava de fato ao dia a dia de quem convive com diabetes. Agora, pesquisadores do MIT deram um passo concreto nessa direção.

Eles desenvolveram um dispositivo capaz de medir a glicemia sem agulhas, sem sensores implantados e sem picadas diárias.

Ainda é uma tecnologia em fase inicial, mas os resultados são animadores.

Medidor de glicose não invasivo: como a tecnologia funciona

Em vez de furar a pele, o aparelho usa luz infravermelha para identificar sinais químicos associados ao açúcar nos tecidos.

Essa técnica, chamada espectroscopia Raman, analisa como a luz se dispersa ao encontrar diferentes moléculas e, a partir desse padrão, permite estimar o nível de glicose no sangue.

A versão original do equipamento tinha o tamanho de uma pequena impressora.

Depois, foi reduzida para algo semelhante a uma caixa de sapatos; e continua passando por ajustes para ficar mais compacta e prática.

Resultados iniciais que chamam atenção

O dispositivo foi testado em um voluntário saudável ao longo de quatro horas.

Durante o experimento, a pessoa tomou duas bebidas ricas em glicose para provocar oscilações rápidas na glicemia.

O novo medidor conseguiu acompanhar essas oscilações quase no mesmo nível dos sensores contínuos usados hoje, que medem a glicose por meio de um pequeno filamento colocado sob a pele.

São dados preliminares, mas que indicam que a tecnologia tem potencial para evoluir.

O próximo passo

Depois dessa primeira versão, os pesquisadores criaram um protótipo ainda menor, do tamanho de um celular, e começaram a testá-lo como monitor vestível.

O dispositivo fica em contato com a pele e realiza medições repetidas ao longo do dia.

Os planos incluem uma versão ainda mais compacta, comparável a um relógio, o que tornaria a experiência muito mais próxima do que pessoas com diabetes já usam atualmente.

Desafios que ainda precisam ser superados

Um dos pontos críticos é garantir que a tecnologia funcione bem em pessoas com diferentes tons de pele, já que a interação da luz com o tecido pode variar conforme a pigmentação.

A equipe está trabalhando para refinar o método e melhorar a precisão nessas situações. Um passo essencial para torná-lo acessível a diversos perfis de usuários.

O impacto para quem convive com diabetes

Se os próximos estudos confirmarem a eficácia do sensor, a medição de glicose pode ficar muito menos incômoda. Isso significaria:

  • menos dor;
  • menos irritação na pele;
  • mais conforto para medir a glicemia várias vezes ao dia.

E isso importa, pois muitas pessoas evitam medir o açúcar no sangue justamente pelo incômodo das picadas.

Uma ferramenta totalmente não invasiva pode incentivar leituras mais frequentes e melhorar o controle da doença.

Os próximos testes incluirão pessoas com pré-diabetes e diabetes, o que vai indicar se a tecnologia está pronta para dar passos maiores rumo ao mercado.

Caso avance, pode representar uma das mudanças mais significativas desde o surgimento dos sensores contínuos.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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