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O que é cisto pilonidal? Conheça o problema que muita gente tem e não sabe
O que é cisto pilonidal? Essa é uma dúvida bastante comum em consultório e, muitas vezes, subestimada pelas pessoas que convivem com o problema.
Esse cisto aparece, na maioria dos casos, na região entre as nádegas, bem acima do ânus, no popular “cofrinho”.
Ele se parece com um pelo encravado, mas pode se transformar em uma condição dolorosa, incômoda e até perigosa se não for tratada adequadamente.
Embora a maior parte dos casos seja diagnosticada nessa região, o cisto também pode surgir em locais como axila, umbigo ou couro cabeludo.
Em todos eles, a presença de pelos e secreção purulenta é um fator característico.
A questão é que, quando ignorado, o cisto pilonidal pode trazer complicações sérias, que vão desde infecções recorrentes até, em casos muito raros, evolução para câncer de pele.
Vou explicar melhor, a seguir, o que é o cisto pilonidal, suas complicações mais frequentes, o processo de diagnóstico, as opções de tratamento e as medidas preventivas.
Complicações mais comuns do cisto pilonidal
Quando falamos em cisto pilonidal, a complicação mais recorrente é a formação de abscessos.
O paciente sente dor, calor local, inchaço e, muitas vezes, febre.
Nesses casos, é fundamental realizar a drenagem adequada da secreção.
Esse procedimento alivia os sintomas e evita que a infecção se espalhe.
Em alguns pacientes, apenas a drenagem resolve temporariamente o problema.
Porém, quando os episódios se tornam repetitivos, a cirurgia passa a ser necessária. Esse ponto costuma gerar muitas dúvidas, e já explico melhor como funciona.
Outro ponto de atenção é o risco de recidiva, ou seja, o cisto voltar depois de um tempo.
Mesmo após a cirurgia, existe a chance de a ferida cicatrizar de forma inadequada ou de novos pelos voltarem a encravar na região.
Cirurgias e novas técnicas de tratamento
Tradicionalmente, o tratamento cirúrgico consiste na retirada completa do cisto (ressecção em cunha).
Nesse caso, o cirurgião pode optar por deixar a ferida aberta, permitindo a cicatrização natural, ou fechá-la com pontos.
Fechar reduz o tempo de recuperação, mas aumenta o risco de retorno da doença.
Em situações mais complexas ou crônicas, técnicas reconstrutivas como a Bascom (com rotação de retalho) podem ser indicadas. Essa abordagem busca melhor resultado estético e recuperação mais rápida.
Nos últimos anos, técnicas minimamente invasivas vêm ganhando espaço, como o tratamento endoscópico (E.P.Si.T.), o uso combinado de laser e endoscopia (L.E.P.Si.T.) e o CiLaser, realizado com laser de diodo.
Essas opções oferecem recuperação mais rápida, menos dor pós-operatória e retorno precoce às atividades.
O problema é que, no Brasil, ainda são poucos os centros especializados com experiência nessas técnicas.
Por isso, a cirurgia convencional continua sendo a mais utilizada.
De todo modo, o importante é que a decisão seja feita junto ao coloproctologista, que vai avaliar cada caso de maneira individualizada.
O risco raro, mas possível, de câncer
Muita gente me pergunta se um cisto pilonidal pode virar câncer.
A resposta é: em casos crônicos, negligenciados e não tratados, existe sim a possibilidade (ainda que rara) de o cisto evoluir para um tipo de câncer de pele chamado carcinoma de células escamosas.
Essa complicação é incomum, mas grave.
Ela reforça a importância de não ignorar os sintomas e buscar ajuda médica desde os primeiros sinais.
Quanto mais cedo o diagnóstico, menores as chances de complicações.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico do cisto pilonidal é, na grande maioria das vezes, clínico.
Isso significa que não há exames laboratoriais específicos: a avaliação médica, associada ao histórico do paciente, já costuma ser suficiente.
Em casos de dúvida ou quando é necessário descartar outras doenças, o médico pode solicitar exames de imagem, mas não é a regra.
O ponto central é que a avaliação seja feita por um especialista em coloproctologia, e não por um dermatologista, como muitas vezes se pensa.
Tratamentos e cuidados no pós-operatório
O tratamento depende do estágio da doença.
Em casos de abscesso, a drenagem é a primeira escolha.
Já nos quadros recorrentes ou crônicos, a cirurgia definitiva se torna a opção mais indicada.
Independentemente da técnica utilizada, os cuidados pós-operatórios são essenciais para uma boa recuperação.
Isso inclui troca de curativos, higiene adequada e, em muitos casos, acompanhamento conjunto com uma enfermeira estomaterapeuta.
Esse suporte especializado melhora a cicatrização e reduz o risco de complicações.
Medidas de prevenção
Mais importante do que tratar é evitar que o cisto apareça ou volte a incomodar. Algumas medidas simples podem ajudar bastante:
- Evitar passar longos períodos sentado;
- Manter o peso adequado;
- Manter a região limpa e sempre seca;
- Usar sabonetes antissépticos;
- Depilar a região, preferencialmente com laser;
- Evitar roupas íntimas apertadas e de tecido sintético.
Esses cuidados não só previnem o aparecimento do cisto, como também reduzem a chance de recidiva após uma cirurgia.
Por que entender o que é cisto pilonidal faz diferença
O cisto pilonidal pode parecer um problema pequeno à primeira vista, mas, quando negligenciado, traz dor, desconforto e até riscos sérios.
Saber o que é cisto pilonidal, identificar seus sinais e procurar ajuda médica especializada faz toda a diferença para evitar complicações.
Buscar tratamento precoce, conhecer as opções cirúrgicas disponíveis e adotar medidas de prevenção são os passos mais seguros para cuidar da sua saúde e manter a qualidade de vida.
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Dr. Alexandre Nishimura
Médico cirurgião-geral, cirurgião robótico e coloproctologista. Membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva, Robótica e Digital (SOBRACIL). Atua com foco em técnicas avançadas e tratamentos de alta precisão.
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