O que é demência? Estudo revela ligação surpreendente entre casamento e risco da doença

Você já se perguntou o que é demência e como ela pode afetar a vida das pessoas? Essa é uma condição que compromete a memória, o pensamento e as habilidades sociais, a ponto de interferir nas atividades cotidianas de uma pessoa.

Com o avanço da medicina, temos aprendido mais sobre os fatores que podem influenciar o risco de desenvolver essa doença.

Uma nova pesquisa trouxe uma questão surpreendente sobre o casamento: ele poderia, de fato, estar relacionado ao aumento do risco de demência?

Até o momento, muitos estudos tinham sugerido que o casamento trazia benefícios à saúde, incluindo uma menor incidência de doenças cardíacas e até uma maior expectativa de vida.

No entanto, a pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual da Flórida, trouxe à tona um dado inesperado: estar casado pode, em certos casos, elevar o risco de demência, especialmente quando comparado a pessoas solteiras.

Mas por que isso acontece? Vamos entender melhor esse estudo.

O que é demência e como ela afeta a vida das pessoas?

Antes de aprofundarmos na pesquisa, é importante entender melhor o que é demência e como ela pode impactar o dia a dia.

Demência é um termo genérico usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a memória, o comportamento e a capacidade de pensar de forma clara.

A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência, mas existem outras variações que também comprometem a qualidade de vida.

Com o envelhecimento da população, a demência se torna uma preocupação crescente em todo o mundo, já que ela afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos.

A perda de memória, a dificuldade em se comunicar e as mudanças de comportamento são alguns dos sinais mais comuns da condição.

Agora que entendemos mais sobre o que é demência, voltemos ao estudo que revela uma relação inusitada entre o casamento e o risco de desenvolver essa doença.

A pesquisa que mudou a forma de pensar sobre o casamento e a demência

A pesquisa, publicada no periódico Alzheimer’s & Dementia, analisou a saúde de 24.107 idosos com uma média de 71,8 anos ao longo de 18 anos.

Eles foram divididos em quatro grupos: casados, viúvos, divorciados e nunca casados.

O objetivo do estudo era verificar se o estado civil tinha alguma relação com o risco de desenvolver demência.

Os resultados foram surpreendentes: pessoas que nunca se casaram tinham 40% menos chance de desenvolver demência do que as casadas.

Além disso, viúvos e divorciados também apresentaram um risco menor de demência, com reduções de 27% e 34%, respectivamente.

No entanto, quando os pesquisadores levaram em conta outros fatores, como nível de educação, genética e saúde geral, os resultados mudaram.

No caso dos viúvos, a diferença no risco desapareceu. Mas os participantes que nunca se casaram ainda apresentaram um risco 24% menor de demência, e os divorciados, 17% a menos, em relação aos casados.

Isso mostra que o risco de demência não depende apenas do estado civil.

Outros fatores, como saúde e genética, também têm grande influência.

Importante: o estudo não afirma que o casamento cause demência, mas sim que há uma relação que precisa ser mais bem compreendida.

O que explica essa relação?

Uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores é que o casamento pode ter impactos diferentes dependendo da qualidade do relacionamento.

Casamentos felizes e saudáveis podem, de fato, proporcionar benefícios à saúde, oferecendo apoio emocional e segurança social.

Por outro lado, casamentos infelizes ou conflituosos podem ter efeitos negativos, aumentando o estresse e a ansiedade, o que pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de demência.

Além disso, o estudo sugere que as pessoas solteiras podem ser mais propensas a manter uma rede de apoio social ativa, o que pode ajudar a reduzir o risco de demência.

A interação com amigos, vizinhos e a participação em atividades sociais podem ser fatores protetores contra o desenvolvimento da doença, já que estimulam a mente e mantêm as pessoas engajadas com o mundo ao seu redor.

O impacto da perda e do divórcio na saúde mental

Outro ponto interessante levantado pelos pesquisadores é o impacto emocional que a perda de um parceiro, seja por morte ou divórcio, pode ter na saúde mental das pessoas.

Curiosamente, a pesquisa revelou que algumas pessoas que passaram por essas experiências difíceis, como o luto por um cônjuge ou a recuperação após um divórcio, mostraram sinais de maior felicidade e satisfação com a vida após esses eventos.

Isso pode ser porque, após a perda de um parceiro, essas pessoas tendem a se reengajar socialmente, o que é benéfico para a saúde mental.

Além disso, a pesquisa também apontou que indivíduos que nunca se casaram são mais propensos a adotar comportamentos mais saudáveis do que aqueles que estão em casamentos.

Isso pode incluir praticar exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação balanceada e até mesmo buscar ajuda médica com mais frequência.

A complexidade da relação entre casamento e demência

Embora os resultados do estudo possam sugerir que pessoas solteiras podem ter um risco menor de desenvolver demência, é importante destacar que essa relação não é definitiva.

Vale lembrar, que o estudo não afirma que o casamento causa demência, mas sim que há uma associação observada.

A diferença pode ser explicada por uma série de fatores, como o nível de apoio social, a saúde mental e até mesmo fatores genéticos que podem influenciar a probabilidade de uma pessoa desenvolver a doença.

Além disso, no processo de compreensão mais aprofundada sobre o que é demência e sua complexidade, é importante ressaltar que suas causas ainda não são completamente compreendidas.

Fatores como genética, estilo de vida, dieta e doenças preexistentes também desempenham um papel importante no risco de desenvolvimento da doença.

Por isso, é fundamental considerar todas as variáveis envolvidas ao avaliar o impacto do casamento sobre a saúde cognitiva.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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