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O que é DPOC: estudo revela que mulheres têm maior risco mesmo sem fumar
Entenda o que é DPOC, por que a doença preocupa especialistas e o motivo do risco ser maior entre mulheres, mesmo sem tabagismo.
O que é DPOC? A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente aquelas que fumam ou já fumaram.
Mas um novo estudo chamou a atenção da comunidade médica ao mostrar que as mulheres têm quase 50% mais chances de desenvolver DPOC do que os homens (mesmo que nunca tenham fumado ou tenham fumado muito menos).
O dado surpreende e levanta um alerta: há algo além do cigarro que precisa ser investigado quando se trata da saúde respiratória feminina.
Por isso, entender o que é DPOC e por que ela afeta mais as mulheres é fundamental para a prevenção, diagnóstico e tratamento dessa doença crônica.
O que é DPOC: definição e causas mais comuns
Entender o que é DPOC é o primeiro passo para identificar seus sinais e prevenir a progressão da doença.
Como mencionado acima, a sigla significa Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, um termo que engloba duas condições principais: a bronquite crônica e o enfisema pulmonar.
Ambas dificultam a respiração e tendem a piorar com o tempo, comprometendo seriamente a qualidade de vida.
- Fumo ativo (principal fator de risco)
- Fumo passivo (inalar a fumaça do cigarro de outras pessoas)
- Poluição do ar
- Exposição prolongada a poeira, produtos químicos ou fumaça em ambientes de trabalho
- Histórico de infecções respiratórias na infância
- Fatores genéticos, como a deficiência de alfa-1 antitripsina
No entanto, como mostram os dados mais recentes, essas causas não explicam tudo, especialmente no caso das mulheres.
Isso reforça a importância de ampliar a compreensão sobre o que é DPOC e quais fatores, além do cigarro, contribuem para o desenvolvimento da doença.
Mulheres com DPOC: estudo revela risco maior mesmo sem histórico de cigarro
A pesquisa publicada no periódico BMJ Open Respiratory Research analisou dados de mais de 23 mil adultos nos Estados Unidos.
Os resultados apontaram que as mulheres têm um risco 47% maior de serem diagnosticadas com DPOC em comparação aos homens.
O dado é ainda mais impressionante entre os não fumantes: entre as pessoas que nunca fumaram, as mulheres apresentaram 62% mais risco de desenvolver a doença do que os homens.
Mesmo entre aquelas pessoas que fumaram, o risco era 43% maior para as mulheres.
Essas descobertas foram feitas com base em dados da Pesquisa Nacional de Entrevistas de Saúde (NHIS) de 2020, nos Estados Unidos, com homens e mulheres com 40 anos ou mais.
Mas por que isso acontece?
Até recentemente, a explicação mais aceita era que as mulheres eram mais suscetíveis aos efeitos da fumaça do cigarro.
No entanto, o novo estudo desafia essa teoria.
Segundo os pesquisadores, se a maior vulnerabilidade feminina estivesse ligada apenas ao cigarro, as taxas de DPOC não seriam tão altas entre mulheres que nunca fumaram.
Isso sugere que outros fatores podem estar envolvidos, como:
- Influências hormonais (como os níveis de estrogênio);
- Características genéticas específicas;
- Diferenças na estrutura pulmonar;
- Exposição a poluentes domésticos, como fumaça de fogão a lenha;
- Ocupações que envolvam contato com poeira, gases ou produtos químicos.
Essas hipóteses ainda precisam ser melhor investigadas, mas já mostram que o entendimento sobre o que é DPOC precisa ir além da relação com o cigarro, especialmente no caso das mulheres.
Diferenças nos hábitos de fumo entre homens e mulheres
O estudo também observou o comportamento dos participantes em relação ao cigarro e outros produtos com nicotina.
Os dados mostraram que:
- As mulheres fumavam menos cigarros por dia (18, em média, contra 22 dos homens);
- Fumavam por menos anos do que os homens;
- Eram menos propensas a começar a fumar antes dos 15 anos;
- Usavam menos produtos derivados do tabaco, como charutos, cachimbos e tabaco sem fumaça;
- Tinham taxas semelhantes de uso de vaporizadores (cigarros eletrônicos).
Ainda assim, mesmo com esse perfil de consumo mais leve ou inexistente, a prevalência de DPOC era maior entre as mulheres.
Sintomas de DPOC: o que observar
Entender o que é DPOC também passa por reconhecer os sintomas mais comuns da doença, que podem aparecer de forma lenta e se agravar ao longo do tempo. São eles:
- Falta de ar (principalmente ao fazer esforço físico);
- Tosse crônica com produção de muco;
- Chiado no peito;
- Sensação de aperto no peito;
- Cansaço excessivo;
- Infecções respiratórias frequentes.
Nos casos mais graves, a pessoa pode ter dificuldades até para realizar atividades simples, como tomar banho ou caminhar por curtas distâncias.
Mulheres tendem a ter sintomas mais graves e precoces
Outro ponto levantado pela pesquisa é que as mulheres com DPOC costumam apresentar sintomas mais intensos e em idade mais jovem do que os homens.
Isso significa que, além do risco aumentado de desenvolver a doença, elas também podem sofrer mais cedo e com maior impacto na qualidade de vida.
Esses dados reforçam a importância de identificar a DPOC logo nos primeiros sinais, especialmente em mulheres que nunca fumaram, já que o diagnóstico pode demorar justamente por não se encaixar no perfil clássico de fumante crônico.
Diagnóstico da DPOC: como é feito
O diagnóstico da DPOC costuma envolver:
- Avaliação clínica dos sintomas;
- Histórico de exposição a fatores de risco;
- Teste de espirometria (exame que mede a função pulmonar);
- Radiografias ou tomografias do tórax.
Mesmo sem histórico de tabagismo, pessoas com sintomas respiratórios persistentes devem procurar um pneumologista.
Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, melhor a resposta ao tratamento.
Leia mais: Descubra 15 benefícios do agrião para o pulmão e saiba como aproveitá-lo corretamente
Existe cura para DPOC?
Infelizmente, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica não tem cura, mas existem tratamentos eficazes que ajudam a controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e retardar a progressão da doença.
Segundo a Mayo Clinic e o Ministério da Saúde, as abordagens mais comuns incluem:
- Broncodilatadores: medicamentos que relaxam os músculos das vias respiratórias, facilitando a respiração.
- Corticoides inalatórios: usados para reduzir a inflamação nos pulmões.
- Reabilitação pulmonar: um conjunto de exercícios físicos, orientações nutricionais e suporte psicológico, conduzido por fisioterapeutas especializados.
- Oxigenoterapia: indicada para pessoas com níveis muito baixos de oxigênio no sangue, principalmente em estágios avançados da DPOC.
- Vacinação anual contra gripe e pneumonia: recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para prevenir infecções que podem agravar o quadro.
Além disso, parar de fumar é uma das medidas mais importantes para evitar o agravamento da doença, conforme reforçado por diversas diretrizes internacionais, como as da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD).
Prevenção da DPOC: o que pode ser feito
Entender o que é DPOC também ajuda na adoção de hábitos preventivos.
Ainda que o tabagismo continue sendo o principal fator de risco, há outras formas de proteção que fazem a diferença.
Confira as principais medidas preventivas recomendadas por instituições como a American Lung Association e o próprio Ministério da Saúde:
- Evitar fumar e não se expor ao fumo passivo;
- Reduzir o contato com poeira, fumaça e produtos químicos nocivos, especialmente em ambientes de trabalho;
- Usar máscaras ou equipamentos de proteção adequados, quando necessário;
- Manter a vacinação em dia, especialmente contra influenza e pneumococo;
- Praticar atividades físicas com regularidade, para fortalecer os pulmões e o sistema imunológico;
- Buscar ajuda médica ao notar sintomas persistentes, como tosse frequente, falta de ar ou chiado no peito.
DPOC é coisa de mulher também: o alerta do estudo
Durante muito tempo, acreditou-se que a DPOC era uma “doença de fumantes”, especialmente de homens.
Mas a nova pesquisa quebra esse estigma.
Os autores afirmam que os dados devem mudar a forma como vemos a DPOC em mulheres, e defendem políticas de saúde pública mais atentas à realidade feminina.
Em resumo, eles destacam que a alta taxa de DPOC entre mulheres não pode ser explicada apenas pelo cigarro e reforçam a necessidade de mais estudos para identificar os fatores específicos que aumentam o risco no público feminino.
FAQ – dúvidas comuns sobre o que é DPOC
Quem pode ter DPOC?
Qualquer pessoa exposta a fatores de risco como fumo, poluição ou poeira pode desenvolver DPOC. Embora mais comum em adultos com histórico de cigarro, pessoas que nunca fumaram, especialmente mulheres, também podem ser diagnosticadas.
DPOC é o mesmo que asma?
Não. A DPOC é uma doença crônica progressiva causada principalmente por exposição prolongada a agentes irritantes. Já a asma costuma ter origem alérgica e pode apresentar melhora com o tempo.
Existe teste rápido para DPOC?
Sim. O exame chamado espirometria é simples, rápido e não invasivo. Ele mede a capacidade pulmonar e ajuda no diagnóstico da DPOC.
DPOC tem tratamento gratuito pelo SUS?
Sim. O SUS oferece tratamento para DPOC, incluindo medicações inalatórias, oxigenoterapia (quando indicada), acompanhamento com especialistas e reabilitação pulmonar.
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