Jornalismo tem três áreas entre as 10 profissões mais estressantes do mundo, aponta pesquisa

São as profissões que mais adoecem, segundo estudo estadunidense, a saúde mental é a mais preocupante

Setembro Amarelo – O jornalismo tem três áreas das dez profissões mais estressantes do mundo, segundo o site de empregos estadunidense Career Cast. O portal pesquisou, entre 200 profissões, quais eram mais estressantes e das dez, três são ligadas a comunicação: Relações Públicas, Fotojornalismo e Reportagem. Os outros sete são: Professores, metalúrgicos, trabalhadores da construção civil, motoristas de taxi e aplicativos, bombeiros e atendentes do Samu, funcionários domésticos e policiais.

O estudo levou em consideração vários aspectos críticos de cada profissão, porém os critérios fundamentais foram ambiente, renda, perspectivas, demandas físicas e estresse. O que mais chama a atenção no estudo, entretanto, é justamente a possibilidade de prever a quantidade de estresse que um trabalhador experimenta, observando as demandas e crises típicas inerentes ao seu trabalho.

O estresse pode variar muito dependendo das condições particulares de trabalho, seu chefe e colegas, perspectiva mental e uma infinidade de outros fatores que desempenham um papel no estresse.

Porém, todas as pessoas ligadas a diferentes áreas do jornalismo entrevistadas, apontam como profissões estressantes e possuem queixas ligadas à saúde mental, como esgotamento psicológico, dificuldades de sono, medo do desemprego e dificuldade em manter relações pessoais. Além disso, a grande maioria relatou cargas horárias irregulares de trabalho e falta de hábitos alimentares saudáveis.

Profissões estressantes e de risco

profissões estressantes
Profissões estressantes e de risco podem gerar grande estresse (Foto: David Peinado)

 

O jornalismo é considerado profissão de risco e por isso, grande parte dos profissionais sente insegurança física, financeira e social. Sabendo que as emoções influenciam todos os aspectos do ser, então, o desafio é enfrentar a rotina de trabalho, trânsito e familiar. Logo, podemos apontar a cultura profissional como fator de estresse,

A tecnologia trouxe diversos benefícios e facilidades, por exemplo, a otimização das atividades jornalísticas, trabalho e apuração a distância, recebimento de denúncias quase em tempo real. Em contrapartida, o jornalista que
já tinha dificuldades em se desligar da profissão, hoje acaba ligado a ela 24h, graças aos aplicativos de mensagens e redes sociais.  O mercado de trabalho define hora de início e término do expediente, mas os acontecimentos que geram as notícias não param.

Concomitantemente, casos de violência contra jornalistas seguem elevados no Brasil. Justificando suas profissões estressantes, em 2021 foram registrados 430 boletins de ocorrência, vitimando a imprensa e repetindo os mesmos números de 2020, quando a violência explodiu e bateu recorde.

Então, aponta o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa publicado anualmente pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a partir dos dados coletados pela entidade e Sindicatos da categoria em todos os estados do Brasil. Porém, estima-se um número maior, se forem incluídas as ameaças, injúrias raciais e abusos verbais que, por falta de materialidade não são divulgadas.

Cuidar da saúde mental é preciso

Para ser considerado saudável não basta a ausência de enfermidades, é necessário bem-estar em todas as esferas de saúde. Segundo a OMS, globalmente 4,4% da população sofre de depressão e 3,6% de ansiedade em todo mundo. Para a organização, saúde emocional é controlar e gerenciar as emoções que são responsáveis por alterar nossos comportamentos.

Entretanto, todos os jornalistas entrevistados apresentavam esgotamento mental, estágio que antecede a Síndrome de Burnout, caracterizada por esgotamento físico, mental e emocional com origem no ritmo de trabalho. Outros sintomas citados nas entrevistas são a insônia e dores no corpo, bem como problemas de coluna, enxaqueca e ansiedade.

Segundo a OMS, a Síndrome de Burnout, depressão e ansiedade são a segunda causa mais recorrente de incapacidade laboral do mundo. A depressão, em casos mais graves, é a doença mais ligada ao suicídio. No entanto, assim como a diabetes e a hipertensão, a depressão é uma doença que tem tratamento.

O médico psiquiatra e o psicólogo podem ajudar e orientar o doente que trabalha em profissões estressantes a ter qualidade de vida. O SUS oferece atendimento gratuito na Rede de Apoio Psicossocial. Para indicação de locais para atendimento gratuito em psiquiatria, consulte: www.setembroamarelo.com.

Veja mais: Setembro Amarelo: casos de suicídio aumentam no Brasil, saiba como ajudar

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Consulte mais informação