Você sofre com enxaquecas? O problema pode estar no leite que você consome

Qual o melhor leite para quem tem enxaqueca? Você sabia que simples mudanças podem trazer muitos benefícios para quem sofre de enxaqueca

A enxaqueca é um distúrbio neurológico debilitante que afeta mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, comprometendo a qualidade de vida e a produtividade.

Enquanto fatores como estresse, privação de sono e desequilíbrios hormonais são frequentemente citados como gatilhos, uma pesquisa recente sugere que o tipo de leite consumido pode desempenhar um papel relevante – e a escolha entre leite integral e desnatado pode fazer diferença

Ou ainda qual o melhor leite para quem tem enxaqueca? Vamos explicar sobre o assunto aqui, no SaúdeLAB

Leite integral x leite desnatado: qual é melhor para quem tem enxaqueca?

Um estudo publicado na revista BMC Nutrition investigou a relação entre o consumo de leite e a prevalência de enxaquecas em adultos americanos.

Os pesquisadores analisaram dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), coletados entre 1999 e 2004, e descobriram que o leite desnatado estava associado a uma menor ocorrência de enxaquecas em comparação ao leite integral, mesmo após ajustes para fatores como idade, sexo, hábitos alimentares e estilo de vida.

Os resultados mostraram que, embora o consumo diário de leite em geral não apresentasse uma ligação clara com a redução das crises, o tipo de leite fazia diferença: pessoas que consumiam exclusivamente leite desnatado tiveram menor probabilidade de relatar enxaquecas do que aquelas que preferiam leite integral.

Por que o leite pode influenciar a enxaqueca?

O leite é uma fonte importante de nutrientes como riboflavina (vitamina B2), vitamina D e cálcio, que podem ter efeitos protetores contra a enxaqueca. No entanto, a gordura presente no leite integral pode ter o efeito contrário. Algumas hipóteses levantadas pelo estudo incluem:

  • Gordura saturada e inflamação – O leite integral contém mais gordura saturada, que pode aumentar processos inflamatórios no organismo, um fator conhecido por desencadear crises de enxaqueca.
  • Metabolismo lipídico – A gordura do leite pode interferir no metabolismo de lipídios, afetando indiretamente a função neurológica e a sensibilidade à dor.
  • Riboflavina e triptofano – O leite desnatado, apesar de ter menos gordura, mantém níveis significativos de riboflavina (que auxilia na produção de energia celular) e triptofano (precursor da serotonina, um neurotransmissor relacionado ao bem-estar e à regulação da dor).

Vale ressaltar que o estudo não avaliou a intolerância à lactose como fator determinante, mas pesquisas anteriores já sugeriram que pessoas com sensibilidade à lactose podem ter maior propensão a dores de cabeça ao consumir laticínios.

O que isso significa na prática?

Se você sofre com enxaquecas frequentes, vale a pena testar a substituição do leite integral pelo desnatado por algumas semanas para observar se há melhora nos sintomas. Essa é uma mudança simples, de baixo custo e que pode ser incorporada facilmente à rotina.

No entanto, é importante lembrar que a enxaqueca é multifatorial, e outros aspectos da dieta e do estilo de vida também devem ser considerados:

  • Hidratação adequada – A desidratação é um gatilho comum para dores de cabeça.
  • Consumo moderado de cafeína – Em excesso, pode piorar as crises; em quantidades controladas, algumas pessoas relatam alívio.
  • Sono regulado – Noites mal dormidas estão fortemente associadas a crises de enxaqueca.
  • Alimentos processados e embutidos – Produtos com nitratos, glutamato monossódico e conservantes podem desencadear episódios em pessoas sensíveis.

Qual o melhor leite para quem tem enxaqueca?

O leite de vaca tradicional contém proteínas como a caseína e a lactose, que podem desencadear reações em pessoas sensíveis.

Alguns estudos sugerem que a caseína, em particular, pode estar associada a processos inflamatórios que pioram a enxaqueca em certos indivíduos. Além disso, a lactose pode causar desconforto digestivo em quem tem intolerância, aumentando o risco de crises.

Para quem busca alternativas, o leite sem lactose pode ser uma opção, pois elimina o açúcar do leite que causa problemas digestivos em algumas pessoas. No entanto, ele ainda contém caseína, o que mantém o potencial risco para quem é sensível a essa proteína.

Leites vegetais, como o de amêndoas, aveia ou coco, são frequentemente recomendados por não conterem lactose ou caseína.

O leite de amêndoas, por exemplo, é rico em magnésio, um mineral que ajuda a relaxar os vasos sanguíneos e pode reduzir a frequência das crises. Já o leite de aveia oferece fibras e vitaminas do complexo B, que auxiliam no equilíbrio do sistema nervoso.

O mais importante é observar a resposta individual. Algumas pessoas podem tolerar bem o leite de vaca, enquanto outras precisam evitá-lo completamente.

Manter um diário alimentar pode ajudar a identificar se o leite ou seus derivados estão relacionados às crises de enxaqueca. Em caso de dúvida, consultar um nutricionista é essencial para personalizar a dieta e garantir uma nutrição adequada sem agravar os sintomas.

Com base nas evidências atuais, o leite desnatado parece ser uma opção mais favorável para quem sofre de enxaquecas, possivelmente devido ao seu menor teor de gordura saturada e à manutenção de nutrientes benéficos.

Se você já experimentou outras abordagens sem sucesso, essa pode ser uma alternativa simples e acessível a ser considerada.

No entanto, cada organismo reage de forma diferente, e a melhor estratégia é sempre observar como seu corpo responde a mudanças na alimentação. Manter um diário de crises e hábitos alimentares pode ajudar a identificar padrões e ajustar a dieta de maneira personalizada.

Se as enxaquecas persistirem, consulte um neurologista ou nutricionista para uma avaliação mais aprofundada e um plano de tratamento individualizado.

Leia mais: Enxaquecas e desconfortos no corpo: como a saúde bucal está ligada às dores crônicas nas mulheres

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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