Sinais de câncer de pele: estudo revela onde eles surgem mais em homens e mulheres

Os sinais de câncer de pele merecem atenção redobrada, especialmente em países como o Brasil, que tem clima tropical e altos índices de radiação solar durante praticamente todo o ano. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil, representando cerca de 33% de todos os diagnósticos de câncer no país.

O cenário é preocupante: a cada ano, mais de 220 mil brasileiros recebem o diagnóstico de algum tipo de câncer de pele, conforme estimativas válidas até o período de 2025.

Dentro desse número, o melanoma se destaca como o tipo mais grave e perigoso, sendo o principal responsável pelos casos de morte ligados à doença.

Para reforçar os cuidados e a prevenção, um estudo britânico trouxe uma informação muito importante: existem diferenças claras nas partes do corpo onde homens e mulheres costumam desenvolver o melanoma, o tipo mais agressivo do câncer de pele.

Entender isso pode ajudar muita gente a ficar mais atenta aos sinais e, principalmente, a se proteger melhor.

Onde o câncer de pele aparece mais em homens e mulheres

Quando falamos dos sinais de câncer de pele, é fundamental entender que eles não surgem de forma aleatória no corpo.

O estudo, feito pela instituição britânica Cancer Research UK, revelou que os locais mais comuns onde o melanoma aparece variam de acordo com o gênero. Veja:

📊 Distribuição do Melanoma por Gênero e Região do Corpo

👤 Gênero📍 Local mais comum📈 Casos por ano📝 Observações
👨 HomensTronco (costas, peito e abdômen)~3.700 casosMais afetado: tronco. Dobro de risco na cabeça e pescoço (24% vs. 13%).
👩 MulheresPernas (do quadril aos tornozelos)~3.200 casosMais comum: pernas. Apenas 22% dos casos no tronco.

Tabela: Onde os sinais de câncer de pele aparecem mais em homens e mulheres / Fonte: Cancer Research UK

Dados adicionais importantes do estudo:

  • O risco de melanoma na cabeça e pescoço é quase duas vezes maior em homens do que em mulheres.
  • 87% dos casos de melanoma estão ligados diretamente à exposição excessiva aos raios UV, seja do sol ou de câmaras de bronzeamento.

Por que essas diferenças acontecem?

Os pesquisadores acreditam que essa diferença está muito ligada aos hábitos de exposição ao sol.

Por exemplo, homens costumam ficar mais tempo sem camisa, principalmente em praias, piscinas ou durante atividades ao ar livre.

Isso explica a maior incidência no tronco e no couro cabeludo.

Por outro lado, as mulheres costumam usar roupas que deixam as pernas mais expostas, como saias, shorts e vestidos, o que pode justificar a alta incidência de melanoma nessa região.

Além dos hábitos, a própria estrutura corporal influencia.

De maneira geral, os homens têm o tronco proporcionalmente maior e mais largo, enquanto, nas mulheres, as pernas ocupam uma parte maior da superfície do corpo.

Até mesmo a quantidade de pelos corporais, que tende a ser maior nos homens, pode influenciar a proteção natural em algumas áreas.

Sinais de câncer de pele que você não pode ignorar

Identificar os primeiros sinais de câncer de pele pode ser a diferença entre um tratamento bem-sucedido e o avanço da doença.

O melanoma, apesar de ser menos comum que outros tipos de câncer de pele, como o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, é o mais perigoso, pois tem alto potencial de se espalhar para outras partes do corpo.

Fique atento se perceber:

  • Uma pinta nova ou que mudou de tamanho, cor ou formato.
  • Uma pinta com bordas irregulares e que apresenta mais de uma cor.
  • Lesões que coçam, sangram ou não cicatrizam.
  • Qualquer mancha, ferida ou alteração na pele que parece diferente das outras.

Os dermatologistas utilizam uma regra chamada ABCDE para avaliar as pintas:

  • A – Assimetria: metade diferente da outra.
  • B – Bordas: irregulares, mal definidas.
  • C – Cor: variações dentro da mesma pinta (preto, marrom, vermelho).
  • D – Diâmetro: maior que 6 mm (tamanho de uma borracha de lápis).
  • E – Evolução: qualquer mudança ao longo do tempo.

O que causa o câncer de pele e como se proteger

O principal fator de risco para o câncer de pele é a exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV), seja ela do sol ou de câmaras de bronzeamento artificial.

O estudo revelou que cerca de 87% dos casos de melanoma poderiam ser evitados, simplesmente com cuidados adequados contra o sol.

A radiação UV danifica o DNA das células da pele, gerando mutações que podem evoluir para câncer.

Segundo orientação do Ministério da Saúde, a melhor forma de prevenção contra o câncer de pele é adotar medidas simples no dia a dia, como:

  • Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, quando a radiação ultravioleta (UV) é mais intensa.
  • Usar protetor solar com FPS 30 ou superior, aplicando generosamente nas áreas expostas e reaplicando a cada duas horas, especialmente após entrar na água ou suar.
  • Utilizar roupas que cubram bem o corpo, como camisetas de manga longa, calças e tecidos com proteção UV.
  • Usar chapéus de abas largas, que protegem rosto, orelhas e pescoço.
  • Usar óculos de sol com proteção UV, para proteger também os olhos e a pele ao redor.
  • Sempre que possível, buscar locais com sombra, utilizando também sombrinhas ou guarda-sóis, principalmente em dias muito ensolarados.

Além disso, nunca use câmaras de bronzeamento artificial. Elas são proibidas no Brasil justamente pelos altos riscos de câncer de pele.

Câncer de pele no Brasil: um problema de saúde pública

O Brasil tem uma das maiores taxas de câncer de pele no mundo.

A combinação de clima tropical, muita exposição ao sol e hábitos culturais, como praias e atividades ao ar livre, faz com que a população brasileira esteja constantemente exposta ao risco.

Segundo o INCA, para o triênio que inclui 2025, foram estimados cerca de 8.400 casos de melanoma, que é o tipo mais agressivo e responsável pela maioria das mortes.

Além disso, é importante lembrar que quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de cura, principalmente no melanoma, que é o tipo que mais oferece risco de metástase (espalhar para outros órgãos).

Portanto, o melhor caminho continua sendo a prevenção e o diagnóstico precoce.

Consultar um dermatologista regularmente e ficar atento aos sinais de câncer de pele são atitudes que salvam vidas.

Se você percebeu alguma mancha, pinta ou lesão na sua pele que mudou, não espere. Procure um médico especialista. Fazer o exame na hora certa pode fazer toda a diferença.

✨ Leitura Recomendada: Câncer de Pele e o Dezembro Laranja: Vou te contar o que tenho visto

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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