Síndrome Respiratória Grave em crianças: inverno pode agravar o cenário

Há menos de quinze dias da chegada do inverno, a preocupação é com o agravamento da Síndrome Respiratória Grave em crianças. Nesta terça-feira (5), com a chegada de dias mais frios, as baixas temperaturas e umidade relativa do ar tornam ainda mais propícia a propagação de vírus e infecções.

O sistema de saúde pública do país já apresenta crescente ocupação de leitos de UTI pediátrica em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernambuco. De acordo com dados divulgados pelo sistema InfoGripe, da Fiocruz, que usa dados do Ministério da Saúde, somente nos quatro primeiros meses de 2022 o aumento de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de zero a 11 anos foi de 43% em comparação ao ano anterior.

Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Covid-19

Em todo o país, segundo a Fiocruz, observa-se cenário claro de crescimento no número de casos semanais de SRAG associados à Covid-19 em todas as faixas etárias da população. Nas crianças e adolescentes, verificou-se manutenção do sinal de estabilização em patamar elevado. “Os dados laboratoriais apontam que, no grupo até quatro anos, os casos seguem associados ao vírus sincicial respiratório (VSR), embora também se observe presença relevante de Sars-CoV-2 (Covid-19), rinovírus e metapneumovírus”, informa o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe. Nas demais faixas etárias, predomina as ocorrências de Sars-CoV-2, de acordo com ele.

Além disso, Gomes ressaltou a importância da dose de reforço da vacina para as crianças e da volta do uso de máscaras. “É fundamental que a população retome tais medidas simples e eficazes como o uso de máscaras, especialmente no transporte público, seja ele coletivo ou individual”. Ele afirma ainda que a vacinação é “simplesmente fundamental”.

Síndrome Respiratória Grave em crianças
Síndrome Respiratória Grave em crianças. Foto: Canva Pro

Diagnóstico preciso da Síndrome Respiratória Aguda Grave

Apesar de sintomas semelhantes, como coriza, tosse, febre e dor de garganta, a SRAG pode ser causada também pelo vírus da gripe. Por isso, há uma crescente adesão a novas tecnologias, como os testes sindrômicos que ajudam as equipes médicas na precisão dos diagnósticos. Com ele, a classificação de gravidade é mais eficiente, uma esperança ao gerenciamento efetivo deste quadro de saúde pública.

Ao identificar, simultaneamente, diversos vírus e bactérias agindo no sistema imunológico do paciente, os testes sindrômicos para Síndrome Respiratória Aguda Grave podem reduzir consideravelmente a administração de antibióticos e internações desnecessárias, além do tempo das crianças nos hospitais.

O teste sindrômico

“São ferramentas laboratoriais de testagem, capazes de identificar e diferenciar uma série de patógenos simultaneamente, e apontar, inclusive, se a criança está contaminada por mais de um agente infeccioso ao mesmo tempo”, destaca Marcela Varela, Gerente da QIAGEN . O teste sindrômico permite a avaliação de um painel respiratório do paciente ao identificar o causador dos sintomas, incluindo a influenza e o  SARS-Cov-2.

Atuando na linha de frente de combate a essas infecções, o médico intensivista do Hospital das Clínicas, Dr. Daniel Joelsons, explica que essas ferramentas são de extrema importância para a efetividade dos superlotados sistemas de saúde. “Caso a infecção seja por bactéria, já iniciamos a administração de antibióticos. Caso precise de isolamento, já providenciamos essa conduta e o tratamento adequado”, explica.

Os testes sindrômicos para Síndrome Respiratória Aguda Grave facilitam o trabalho da equipe médica e reduzem os efeitos colaterais dos medicamentos desnecessários”, destaca o especialista.

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