10 alimentos que jamais devem ser requentados: fuja da cilada

Requentar alimentos é uma prática comum na rotina da maioria das pessoas. Afinal, em meio à correria do dia a dia, sobram poucas oportunidades para preparar refeições frescas constantemente.

Com isso, as sobras do almoço ou do jantar são facilmente reaproveitadas no micro-ondas ou no fogão. No entanto, embora essa seja uma maneira prática de otimizar o tempo e evitar o desperdício, nem todos os alimentos devem passar por esse processo.

Alguns alimentos, ao serem reaquecidos, podem perder boa parte de seus nutrientes, alterando a sua qualidade nutricional. Além disso, o sabor e a textura podem ser significativamente comprometidos, tornando a refeição menos agradável.

Ainda mais preocupante, em certos casos, o reaquecimento pode causar alterações que favorecem o crescimento de bactérias ou até mesmo liberar substâncias tóxicas, colocando em risco a saúde de quem consome.

Hoje, aqui no SaúdeLAB, você vai aprender sobre os 10 alimentos que não devem ser requentados e os motivos pelos quais é preferível evitar o reaquecimento deles.

Por que não requentar certos alimentos?

Descubra agora por quais razões que não deve requentar certos tipos de alimentos:

Segurança alimentar

O processo de reaquecimento pode favorecer a proliferação de bactérias em alguns alimentos. Quando esses alimentos não são armazenados adequadamente ou são expostos a altas temperaturas novamente, microrganismos como a Salmonella e a Bacillus cereus podem se multiplicar rapidamente.

Essas bactérias podem sobreviver em condições de armazenamento inadequadas e, mesmo com o reaquecimento, ainda representar um risco à saúde, causando intoxicações alimentares e problemas gastrointestinais.

Perda de nutrientes

O calor intenso e repetido pode prejudicar o valor nutricional de diversos alimentos. Vitaminas sensíveis ao calor, como a vitamina C e algumas do complexo B, são especialmente vulneráveis e podem ser destruídas no processo de reaquecimento.

Além disso, as proteínas presentes em certos alimentos podem se degradar, comprometendo a qualidade nutricional e afetando a capacidade do corpo de absorver esses nutrientes corretamente.

Alteração no sabor e textura

Além dos riscos à saúde e à perda de nutrientes, o reaquecimento também pode comprometer o sabor e a textura dos alimentos. Alguns ingredientes podem ficar borrachudos, ressecados ou até mesmo perder o sabor original.

Alimentos ricos em amido, como batatas e arroz, por exemplo, podem ficar com uma textura desagradável, tornando o prato menos apetitoso. Dessa forma, a qualidade da refeição é comprometida, mesmo que pareça uma solução prática.

10 alimentos que não devem ser requentados

Veja agora quais são os 10 alimentos que você deve evitar ao máximo requentar, pois podem representar riscos à saúde ou comprometer seu valor nutricional e sabor.

1. Frango

O frango é uma fonte rica de proteínas, mas, ao ser requentado, pode se tornar um risco à saúde. Isso acontece porque, quando resfriado e reaquecido, as proteínas presentes no frango se decompõem de maneira prejudicial, o que pode causar desconforto digestivo.

Além disso, há um risco elevado de proliferação de bactérias, como a Salmonella, que podem sobreviver ao processo de resfriamento se o frango não for armazenado corretamente.

Alternativa: Para evitar problemas, uma solução é consumir o frango frio. Por exemplo, ele pode ser aproveitado em saladas, sanduíches ou wraps, sem precisar ser reaquecido.

2. Ovos

Os ovos são outro alimento que deve ser consumido com cautela ao ser reaquecido. Pratos à base de ovos, como omeletes ou ovos mexidos, podem liberar toxinas quando submetidos a um novo aquecimento.

Além disso, a presença de bactérias como a Salmonella pode aumentar com o reaquecimento, resultando em sérios problemas gastrointestinais.

Alternativa: A melhor opção é evitar o reaquecimento de pratos que contenham ovos cozidos ou mexidos. Se você não puder consumi-los imediatamente, é preferível utilizá-los em pratos frios, como uma salada de ovos, para manter a segurança alimentar.

3. Arroz

O arroz pode parecer inofensivo, mas quando armazenado incorretamente e depois reaquecido, ele pode representar um perigo significativo à saúde.

O arroz cozido, se mantido em temperatura ambiente por muito tempo, pode desenvolver uma bactéria chamada Bacillus cereus, que é resistente ao aquecimento. Mesmo após o reaquecimento, essa bactéria pode sobreviver e causar intoxicação alimentar, com sintomas como náuseas e vômitos.

Alternativa: A recomendação é consumir o arroz no mesmo dia em que é preparado ou refrigerá-lo (ou congelar) adequadamente logo após o cozimento. Se precisar armazená-lo, certifique-se de que foi resfriado e guardado rapidamente na geladeira, e evite requentá-lo.

4. Batata

Batatas são ricas em nutrientes, como vitamina C e potássio, mas quando são resfriadas e depois reaquecidas, há uma perda significativa desses nutrientes. Além disso, se armazenadas de maneira inadequada, as batatas podem desenvolver bactérias que proliferam rapidamente e tornam o alimento prejudicial à saúde.

O reaquecimento também pode alterar a textura da batata, tornando-a farinhenta ou com um gosto metálico.

Alternativa: Para preservar os nutrientes e a qualidade, armazene as batatas de forma adequada e, se precisar consumi-las novamente, opte por pratos frios, como uma salada de batata, em vez de reaquecê-las.

5. Cogumelos

Os cogumelos são ricos em proteínas e nutrientes que podem ser sensíveis ao calor. Quando aquecidos pela segunda vez, as proteínas dos cogumelos podem se degradar rapidamente, causando desconfortos digestivos, como indigestão ou gases.

Além disso, a textura dos cogumelos pode ficar borrachuda e seu sabor comprometido.

Alternativa: Para evitar esse problema, consuma os cogumelos logo após o preparo ou aproveite-os frios em saladas ou acompanhamentos. Se possível, evite prepará-los em grandes quantidades para evitar sobras.

6. Espinafre

O espinafre é altamente nutritivo e uma excelente fonte de vitaminas e minerais, como ferro e cálcio. No entanto, ele também é rico em nitratos, compostos que, ao serem reaquecidos, podem se transformar em nitritos e, eventualmente, em nitrosaminas, substâncias conhecidas por serem cancerígenas.

Esse processo ocorre principalmente quando o espinafre é submetido ao calor repetidamente, o que torna seu consumo potencialmente perigoso.

Alternativa: Para evitar esses riscos, consuma espinafre fresco ou logo após o cozimento. Se sobrar espinafre, prefira consumi-lo frio em saladas ou sanduíches.

7. Aipo

Assim como o espinafre, o aipo também contém altos níveis de nitratos, que podem se converter em compostos nocivos quando submetidos ao calor repetido. Isso é especialmente importante em pratos que utilizam aipo cozido, como sopas e caldos.

O reaquecimento pode transformar os nitratos em substâncias tóxicas, comprometendo a segurança do alimento.

Alternativa: Evite requentar sopas, caldos ou outros pratos que contenham aipo cozido. Se você planeja armazenar esses pratos, remova o aipo antes de reaquecer, ou consuma as sobras em temperatura ambiente.

8. Beterraba

A beterraba é uma raiz rica em antioxidantes, vitaminas e nitratos. Esses nitratos, que trazem benefícios ao sistema cardiovascular quando consumidos frescos, podem se transformar em compostos prejudiciais à saúde quando o alimento é reaquecido.

A transformação de nitratos em nitritos durante o aquecimento pode resultar na formação de nitrosaminas, assim como ocorre com o espinafre.

Alternativa: A melhor forma de consumir beterraba é em temperatura ambiente ou refrigerada, em saladas ou pratos frios. Se precisar cozinhar a beterraba, consuma-a logo após o preparo para evitar o risco da formação de compostos perigosos.

9. Peixes e frutos do mar

Peixes e frutos do mar são altamente perecíveis e se deterioram rapidamente. O reaquecimento desses alimentos pode aumentar consideravelmente o risco de intoxicação alimentar, já que bactérias como a Listeria podem crescer durante o armazenamento inadequado e sobreviver ao aquecimento.

Além disso, o reaquecimento tende a modificar a textura dos peixes e frutos do mar, deixando-os secos e borrachudos.

Alternativa: O ideal é consumir peixes e frutos do mar imediatamente após o preparo. Caso sobrem, armazene-os corretamente na geladeira e consuma frios em saladas ou sanduíches.

10. Leite e derivados (molhos à base de creme)

Molhos e pratos à base de creme de leite ou outros derivados lácteos, como sopas cremosas e molhos bechamel, são sensíveis ao reaquecimento. O calor excessivo pode fazer com que esses ingredientes separem, causando a formação de grumos, além de alterar o sabor e a textura do prato.

Além disso, o processo pode afetar a segurança alimentar ao permitir o crescimento de bactérias prejudiciais.

Alternativa: Ao preparar molhos e pratos com derivados de leite, faça porções menores para consumo imediato. Se precisar armazenar, prefira aquecer em fogo baixo ou, se possível, consumir o prato frio.

Essas são algumas das principais razões pelas quais esses alimentos não devem ser reaquecidos. Manter boas práticas de armazenamento e preparo é essencial para garantir a segurança alimentar e preservar o valor nutricional de suas refeições.

Dicas para Evitar a Necessidade de Reaquecer

Para evitar os riscos associados ao reaquecimento de alimentos, algumas estratégias simples podem ser aplicadas no dia a dia. Veja abaixo algumas dicas práticas:

Armazenamento correto

Um dos principais fatores para garantir a segurança alimentar é o armazenamento adequado. Para evitar a necessidade de reaquecimento ou, pelo menos, minimizar os riscos, siga estas orientações:

Refrigere alimentos o quanto antes: Após o preparo, coloque as sobras na geladeira em recipientes bem vedados, no máximo duas horas após a refeição. Isso impede o crescimento de bactérias que proliferam em temperaturas mornas.

Congele alimentos se não forem consumidos em breve: Se não houver planos de consumir as sobras nos próximos dois dias, a melhor opção é congelá-las. No freezer, os alimentos duram mais e você pode reaquecer porções específicas quando necessário.

Evite recipientes metálicos: Ao armazenar alimentos, use potes de vidro ou plástico próprio para alimentos. Recipientes metálicos podem reagir com certos ingredientes e modificar o sabor ou a qualidade.

Preparação de porções menores

Uma forma eficiente de reduzir o desperdício e evitar o reaquecimento é preparar porções menores. Assim, você pode consumir o prato na sua totalidade logo após o preparo, sem a necessidade de guardar sobras para reaquecer posteriormente.

Planeje as refeições: Cozinhe a quantidade certa para evitar excessos. Isso não só diminui o risco de precisar armazenar e reaquecer, mas também contribui para uma dieta mais organizada e saudável.

Porções individuais: Se for mais prático cozinhar em grandes quantidades, divida em porções menores antes de armazenar, facilitando o consumo imediato de cada porção sem necessidade de reaquecer uma grande quantidade.

Uso de alimentos em temperatura ambiente

Nem todos os alimentos precisam ser consumidos quentes. Muitos podem ser saboreados frios ou em temperatura ambiente, especialmente se forem armazenados e manipulados adequadamente.

Pratos frios: Muitos pratos, como saladas de frango, sanduíches com peixes, ou até preparações à base de ovos, podem ser consumidos frios, mantendo os sabores e a qualidade sem o risco associado ao reaquecimento.

Saladas e acompanhamentos: Aproveite sobras de alimentos cozidos, como legumes e batatas, em saladas ou como acompanhamentos frios, evitando a necessidade de expô-los ao calor novamente.

Saber quais alimentos podem ou não ser reaquecidos é uma prática essencial para manter a segurança alimentar e garantir que suas refeições mantenham o sabor e os nutrientes.

Ao evitar o reaquecimento inadequado de certos alimentos, você protege sua saúde e evita os riscos de contaminação bacteriana, perda de nutrientes e alterações desagradáveis na textura e sabor.

No dia a dia, adotar práticas como o armazenamento correto, o preparo de porções menores e o consumo de alimentos em temperatura ambiente pode ajudar a reduzir a necessidade de reaquecer alimentos, garantindo que as suas refeições sejam sempre seguras e saborosas.

Dica final: Esteja sempre atento aos sinais de que o alimento pode não estar mais adequado para consumo, como mudanças de cheiro, textura ou aparência. Seguir boas práticas na cozinha e manter a segurança alimentar como prioridade são formas eficazes de evitar problemas de saúde.

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Kethlyn Bukner
Kethlyn Bukner

Graduanda de Biomedicina pela Unicesumar no Paraná, também possui quatro anos de experiência na área de Farmácia, através do curso técnico.

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