Bacalhau é um peixe ou um processo de conservação? Entenda o que você está comendo

Descubra se bacalhau é um peixe ou um processo. Entenda as diferenças e saiba como identificar o verdadeiro bacalhau nas suas compras.

Você já se perguntou se bacalhau é um peixe ou um processo de conservação? Essa dúvida é muito mais comum do que parece — especialmente em datas como a Semana Santa, quando o consumo de bacalhau aumenta e muitas pessoas se deparam com diferentes tipos, preços e até nomes nas embalagens.

Afinal, por que encontramos “bacalhau do Porto”, “tipo bacalhau” e até peixes salgados que parecem bacalhau, mas não são? Seria bacalhau apenas uma técnica de preparo? Ou existe mesmo um peixe chamado assim?

Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos esclarecer de forma clara e objetiva o que é o bacalhau, de onde ele vem e por que nem todo peixe salgado pode ser chamado oficialmente de bacalhau.

A resposta à pergunta “bacalhau é um peixe ou um processo?” envolve história, cultura, tradição e até legislação. Continue a leitura, aqui no SaúdeLAB, e entenda tudo o que você precisa saber antes de levar esse clássico para a sua mesa.

De onde vem o bacalhau?

Para entender se bacalhau é um peixe ou um processo, é fundamental saber de onde ele vem — tanto geograficamente quanto historicamente.

O bacalhau tradicional vem das águas frias e profundas do Atlântico Norte, principalmente das regiões próximas à Noruega, Islândia e Canadá. A espécie mais valorizada é o Gadus morhua, também conhecido como bacalhau-do-Atlântico, considerado o verdadeiro bacalhau.

A história do bacalhau é antiga. Os vikings, há mais de mil anos, já secavam o peixe ao ar livre para conservar os alimentos durante longas viagens. Com o tempo, os portugueses aperfeiçoaram essa técnica, acrescentando o sal ao processo de secagem — o que deu origem ao bacalhau salgado seco que conhecemos hoje.

Com isso, o nome “bacalhau” passou a representar não apenas o peixe em si, mas também o processo de conservação por salga e secagem. É por isso que, atualmente, o termo pode causar confusão: bacalhau pode se referir tanto a uma espécie específica de peixe, quanto a uma técnica tradicional de conservação.

E é justamente essa dualidade que vamos explorar nos próximos tópicos.

Bacalhau é uma espécie de peixe?

Sim, bacalhau é, antes de tudo, uma espécie de peixe — ou melhor, um grupo de espécies.

O mais conhecido é o Gadus morhua, também chamado de bacalhau-do-Atlântico, considerado o verdadeiro bacalhau e o mais valorizado comercialmente. Ele é originário das águas frias do Atlântico Norte, especialmente na região da Noruega, Islândia e Canadá.

Outra espécie nobre é o Gadus macrocephalus, conhecido como bacalhau-do-Pacífico. Embora menos valorizado do que o Gadus morhua, também é considerado uma espécie legítima de bacalhau e possui características similares em textura e sabor.

Contudo, nem todo peixe salgado e seco que você encontra no mercado é, de fato, dessas espécies. Muitos produtos vendidos como “tipo bacalhau” são, na verdade, peixes de outras espécies, que passam por um processo semelhante de salga e secagem. Entre eles, destacam-se:

  • Saithe (Pollachius virens) – sabor mais forte e carne menos firme
  • Zarbo (Brosme brosme) – carne mais clara, mas menos apreciada
  • Ling (Molva molva) – sabor suave, textura mais fibrosa
CaracterísticaBacalhau VerdadeiroTipo Bacalhau
EspécieGadus morhua ou Gadus macrocephalusSaithe, Ling, Zarbo, entre outros
TexturaFirme, em camadas que se soltamMais macia e menos estruturada
CorAmarelado claro ou cremeBranco-acinzentado
PreçoMais alto (produto nobre)Mais acessível
SaborDelicado e característicoSabor mais forte e menos refinado

 

Esses peixes são comercializados de forma mais acessível e, muitas vezes, confundem o consumidor. Por isso, é importante observar o rótulo e identificar se o produto realmente vem de uma espécie de bacalhau ou apenas imita o original.

E o processo? O que torna o peixe em bacalhau?

Além de ser uma espécie, o bacalhau também é, sim, o resultado de um processo tradicional de conservação, que envolve salga e secagem. Esse método é tão importante quanto o próprio peixe, pois é ele que dá ao bacalhau suas principais características: o sabor marcante, a textura firme e a longa durabilidade.

O processo começa com a limpeza do peixe, que é então cortado, aberto e salgado em camadas. Após alguns dias, o peixe é lavado para retirar o excesso de sal e, em seguida, é levado para a secagem. Essa cura pode ser feita ao ar livre, em temperaturas controladas, ou em câmaras industriais, respeitando os parâmetros tradicionais.

Esse modo de conservação remonta aos tempos dos vikings e foi amplamente difundido pelos portugueses, que dominaram a técnica e a levaram ao mundo. O bacalhau salgado e seco tornou-se um alimento estratégico, pois podia ser armazenado por meses sem refrigeração.

Portanto, a resposta à pergunta “bacalhau é um peixe ou um processo?” é: os dois. Bacalhau é o nome de peixes específicos, mas também do produto final obtido após o processo de cura. Ou seja, é a combinação da espécie com a técnica que resulta no verdadeiro bacalhau.

Bacalhau é um peixe ou um processo.
Bacalhau é um peixe ou um processo? Foto: Canva PRO

Por que essa dúvida é tão comum?

A confusão entre bacalhau e outros peixes salgados é mais comum do que se imagina — e grande parte dela vem da maneira como os produtos são apresentados no mercado. Muitos rótulos utilizam expressões como “tipo bacalhau” ou “peixe salgado e seco”, sem deixar claro qual é a espécie de origem.

Além disso, a aparência externa desses peixes — após passarem pelo mesmo processo de salga e secagem — pode ser bastante semelhante à do bacalhau verdadeiro, o que engana o olhar do consumidor.

Por isso, é fácil pensar que todo peixe salgado seja bacalhau, quando, na verdade, apenas algumas espécies específicas podem receber esse nome oficialmente.

A falta de padronização e clareza nas embalagens acaba alimentando essa dúvida legítima: afinal, o que é mesmo o bacalhau?

Como identificar o verdadeiro bacalhau?

Saber identificar o verdadeiro bacalhau faz toda a diferença, tanto para garantir qualidade quanto para evitar pagar caro por um produto inferior. O Gadus morhua, considerado o mais nobre, possui características bem específicas.

Veja o que observar:

  • Textura: firme, mas macia ao toque. Não deve esfarelar com facilidade.
  • Coloração: clara, levemente amarelada. Evite peixes com aparência muito escura.
  • Postas: largas e altas, com camadas bem definidas.
  • Cheiro: característico, mas não forte ou desagradável. Se o odor for excessivo, pode ser sinal de má conservação.
  • Identificação no rótulo: procure o nome científico (Gadus morhua ou Gadus macrocephalus) — ele deve estar presente nas embalagens.

Com essas dicas, você terá muito mais segurança ao escolher o bacalhau ideal para suas receitas — especialmente nas épocas em que ele se torna o protagonista da mesa.

Afinal, bacalhau é um peixe ou um processo?

Chegamos à resposta: bacalhau é sim uma espécie de peixe, mais precisamente espécies como o Gadus morhua e o Gadus macrocephalus. No entanto, o termo também está associado ao processo tradicional de conservação por salga e secagem, que é o que dá ao bacalhau sua textura, sabor e longevidade característicos.

Ou seja, bacalhau é tanto um alimento natural quanto um produto transformado pela técnica. Entender essa diferença é essencial para fazer boas escolhas na hora da compra — e para não cair em armadilhas de marketing.

Todo peixe salgado é bacalhau?

Não. Apenas algumas espécies específicas podem ser chamadas de bacalhau. Outras, como o saithe ou o zarbo, são apenas “tipo bacalhau”.

Qual é o melhor tipo de bacalhau?

O mais valorizado é o Gadus morhua, conhecido como bacalhau do Porto. Tem postas altas, sabor delicado e textura macia.

Bacalhau fresco existe?

Sim, mas é raro no Brasil. O bacalhau costuma ser comercializado salgado e seco. O termo “fresco” geralmente se refere ao peixe cru antes da salga.

Como saber se estou comprando o verdadeiro bacalhau?

Verifique a espécie no rótulo (procure por Gadus morhua), observe a espessura das postas e prefira fornecedores confiáveis.

Por que o bacalhau é tão consumido na Páscoa?

A tradição vem de costumes religiosos antigos, quando o consumo de carne vermelha era restrito durante a Quaresma. O bacalhau, por ser um peixe durável e fácil de transportar, se tornou uma alternativa comum — e acabou se tornando símbolo das celebrações.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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