De volta às origens: por que os chás da nossa terra merecem seu lugar no dia a dia

Atualmente espalhou-se a ideia de que os suplementos alimentares são soberanos e esquecemo-nos da grande herança alimentar que temos, a biodiversidade brasileira.

Procuramos sempre os fitoterápicos, suplementos, gominhas, cápsulas, não alegando que são ruins, eles possuem sim sua atividade importante em alguns casos, mas precisamos retornar às práticas antigas, do alimento orgânico, pratos coloridos de verduras e legumes, e principalmente, receitas de nossos avós em relação aos chás.

Resgatar o hábito de beber chás vai além de um momento de relaxamento, mas podemos agregar saúde ao nosso organismo, optamos sempre por outros meios e nos esquecemos que muitos alimentos da biodiversidade possuem uma quantidade fantástica de compostos bioativos, ação antioxidante, vitaminas, minerais, ação hepatoprotetora, ansiolítica ou neuro estimulante, diurética, laxativa, infinitas funções e na maioria das vezes podemos encontrar essas funções no chá.

Podemos fazer chás de ervas, cascas, raízes, frutas, sementes ou flores, existe uma necessidade de conhecer os alimentos para obter o melhor que ele pode oferecer. Existe um ponto a ser discutido que quando se fala de chás, sempre pensam na Camomila, Gengibre ou o Chá Verde, todavia, existe uma urgência na discussão de demais chás e suas funções, por exemplo:

Chá de Dente de Leão

Considerada popularmente como uma das melhores plantas diuréticas, com efeitos laxativo e hepatoprotetor. A infusão da raiz fresca é utilizada em casos de cálculos biliares, estágios iniciais de cirrose e hepatite.

Indicada para dispepsias como tônico amargo e utilizada em tratamento coadjuvante em processos reumáticos e obesidade e para tratar o excesso de ácido úrico, gota e hipertensão.

Encontramos em sua composição flavonoides (apigenina, luteolina), vitaminas B, C e D, provitamina A (em concentração maior que a da cenoura), potássio, germanólidos, carotenoides (luteína, violoxantina), taraxacina (princípio amargo do grupo das lactonas sesquiterpênicas), aminoácidos (asparagina, glutamina) e cumarinas.

Como fazer

• 2 colheres de chá de raiz de dente-de-leão
• 200 ml de água fervente.

Para fazer o chá de dente-de-leão, basta juntar a água fervente com as duas colheres de raiz e deixar repousar por cerca de 10 minutos.

Chá de Casca de Cacau

Também conhecido como Chá da Felicidade, pois, o cacau é modulador de triptofano em nosso organismo, melhorando nosso humor, foco, podendo ser uma boa opção na substituição do café que algumas pessoas possuem sensibilidade da cafeína.

Epicatequina, catequina e procianidinas são os compostos bioativos que conferem a casca de cacau uma ação anti-inflamatória, antioxidante, ações anti-bacteriana, anti-viral e de inibição de enzimas relacionadas a produção de substâncias inflamatórias, como as da via ciclooxigenase.

Além desses nutrientes, encontramos na infusão da casca de Cacau magnésio, fibras que colaboram para um bom funcionamento intestinal.

Como fazer

Coloque a água para ferver e desligue o fogo durante a borbulha.

Junte a casca de cacau e coloque na panela, tampe e deixe repousar por 10 minutos.

Após o tempo de infusão, coe o líquido e sirva à vontade.

Chá de Espinheira Santa

Essa infusão nos lembra as receitas que nossos avós e bisavós faziam quando alguma refeição não havia nos caído bem, isso acontece porque a Espinheira Santa atua como um tônico para o sistema digestivo, auxiliando na redução de inflamações e acidez estomacal.

Seus compostos naturais auxiliam a proteger a mucosa gástrica, sendo especialmente útil para quem sofre com gastrite e úlceras. E dos compostos bioativos podemos citar a abundância de flavonoides que atuam de forma antioxidante no organismo.

Como fazer

• Coloque as folhas secas em uma xícara;
• Adicione a água fervente e tampe;
• Em seguida, deixe em infusão por 10 minutos;
• Coe a mistura em seguida e adoce à gosto ou beba puro.

Chá de Erva Doce

Muito presente nas mesas de café da tarde no inverno, a Erva Doce possui ação ansiolítica, riquíssima em terpenoides, eugenol e linalol que exercem ações antioxidantes, antivirais, anti-inflamatórias e antibacterianas, ajudando na modulação do sistema imunológico, combatendo bactérias, fungos e vírus e conhecida popularmente por ajudar na melhora de gripes e resfriados.

Como fazer

• Ferva a água;
• Despeje a água fervente (150 a 200ml) sobre a erva-doce (de 1 a 2 colheres de sopa) em uma xícara;
• Tampe por cerca de 10 minutos para não haver perda de óleo essencial;
• Sirva.

Importante salientar que todos os chás citados são feitos infusão e que o conhecimento das plantas é necessário para que não interajam com nenhum medicamento que esteja sendo usado de forma regular.

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