Entenda porque, mesmo após socorridos, índios Yanomames podem não resistir

Apenas dar comida não é o suficiente para reverter a desnutrição

A situação de desnutrição que os índios tribos Yanomamis estão passando é muito grave. Muitas pessoas pensam que basta voltar a dar comida e água e logo tudo se resolve. Mas, não é bem assim. A princípio, a falta de assistência que ocorreu nos últimos quatro anos gerou essa situação nas comunidades. Contudo, o SaúdeLAB mostra como é difícil reverter alguns quadros de desnutrição. Entenda!

Saiba por que é difícil reverter desnutrição na reserva Yanomami

A BBC Brasil conversou com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade (SBMFC) e falou que este cenário é o pior que ele viu em 20 anos de carreira. De acordo com ele este tipo de situação não acontecia no Brasil, apenas em países longínquos e muito vulneráveis.

O que vemos atualmente nas comunidades Yanomami é um cenário de desnutrição crônica, pois os indígenas passaram por muito tempo sem assistência para ter uma nutrição adequada. Contudo, o mesmo reforça que não é apenas a falta de alimento que deixou eles nesta situação.

Dentre os motivos está o fato de que a região sofre surtos de malária, causado por um mosquito contaminado por um protozoário. Deste modo, quando não tratada de maneira correta poderá deixar o paciente ainda mais debilitado e com peso.

Sendo assim, Marco Túlio, explica que a desnutrição não foi causada apenas pela falta de alimento e perda de peso, visto que existem a falta também de vitaminas e nutrientes. Já que todos estes fatores causam no organismo, problemas de pele, visão e neurológicos.

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Comida não é a única solução

Um dos médicos voluntários, o pediatra Pedro Azzolini, da Associação Médicos da Floresta que tem experiência em atendimento em comunidades yanomamis, explicou que, apenas dar comida poderá ocasionar uma síndrome de realimentação. Onde acontece uma reação clínica e metabólica. Nosso organismo não está acostumado a receber uma certa quantidade de alimentos quando estamos neste estado de desnutrição.

Ou seja, a reintrodução de comida e líquidos não deve ser rápida e exagerada, pois a quantidade normal pode ser demais para uma pessoa desnutrida. Portanto, a reintrodução deve ser feita com cautela, o quadro de saúde de cada indígena está sendo avaliado, e a alimentação acompanha a sua condição.

Assim sendo, a pediatra Bruna Abilio, que atua também na Associação Médicos da Floresta explicou que aqueles com condição mínima de comer pela boca estão sendo encaminhado para UBS indígena para que ele receba a alimentação todos os dias com a quantidade adequada feita por um profissional.

Desta maneira o aporte calórico ao longo dos dias poderá ser aumentado aos poucos. No entanto, a situação está muito grave, dado que algumas unidades de saúde estão sem alimentos adequados. O médico Pedro Azzolini afirmou que durante as expedições nas comunidades Yanomamis notou que os estados mais críticos são aquelas onde as terras estão próximos de atividades de garimpo ilegal.

Além disso, reforçou que a reabilitação do organismo deles dependerá do quadro de cada um. O tempo para mudar essa condição leva em conta a idade de cada um, e as infecções causadas por outras doenças da região. Algo em torno de 10 a 15 dias.

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