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Mais cansado depois dos 40? Eu explico o que pode estar acontecendo com o seu corpo
“Depois dos 40 anos, o corpo passa por mudanças importantes que afetam diretamente a disposição"
Passou dos 40 e agora sente menos disposição? Esse é um relato que escuto com frequência no consultório. Pacientes que antes lidavam bem com jornadas longas, compromissos sociais e até noites mal dormidas chegam relatando fadiga constante, falta de concentração e a sensação de que a energia simplesmente não é mais a mesma.
Muitos atribuem esse cansaço apenas ao estresse da rotina, mas a verdade é que, depois dos 40 anos, o corpo passa por mudanças importantes que afetam diretamente a disposição.
Entender essas transformações é fundamental para recuperar qualidade de vida.
O que acontece no corpo depois dos 40 anos
Depois dos 40 anos, ocorrem alterações fisiológicas naturais. Há uma perda gradual de massa muscular, o que reduz a capacidade de gerar energia e manter a disposição.
Alterações hormonais — como mudanças nos níveis de insulina, testosterona e estrogênio — também influenciam a forma como o corpo processa os nutrientes.
Soma-se a isso a inflamação crônica de baixo grau, um processo silencioso que acelera o envelhecimento celular e fragiliza o organismo.
Quando a dieta é pobre em proteínas, fibras e micronutrientes, esse cenário se agrava, resultando não apenas em cansaço, mas também em acúmulo de gordura abdominal, alterações no sono e até queda de cabelo.
Deficiências nutricionais comuns depois dos 40
As deficiências nutricionais são outro fator-chave.
Ferro, vitamina D, vitamina B12 e magnésio estão entre os nutrientes cuja falta é bastante comum nessa fase da vida.
Muitas vezes, o paciente não entende por que se sente indisposto mesmo se alimentando aparentemente bem.
No caso do ferro, por exemplo, pequenas perdas de sangue no dia a dia — principalmente em quadros intestinais — podem gerar deficiência sem que a pessoa perceba.
Esse é um dos sinais mais negligenciados: a associação entre cansaço persistente e baixa dosagem de ferro.
Mesmo perdas discretas, quando contínuas, já comprometem a energia.
O papel da alimentação depois dos 40 anos
A alimentação desequilibrada, característica de grande parte da população, agrava ainda mais o cenário.
Ultraprocessados, cada vez mais presentes na mesa dos brasileiros, provocam inflamação, desregulam a glicemia e favorecem a fadiga.
A hidratação insuficiente também compromete o rendimento físico e mental, além de afetar digestão e saúde da pele.
Outro ponto importante é o baixo consumo de fibras, que prejudica a microbiota intestinal — esse conjunto de microrganismos essenciais não só para absorção de nutrientes, mas também para a regulação do humor e da imunidade.
Um intestino em desequilíbrio pode intensificar processos inflamatórios, prejudicar o sono e reduzir ainda mais a disposição.
Impactos práticos no dia a dia
O resultado dessas alterações é sentido no cotidiano: produtividade em queda, irritabilidade, noites mal dormidas e maior vulnerabilidade a doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade.
É como se o corpo enviasse sinais claros de que precisa de ajustes, mas muitas vezes esses sinais são interpretados apenas como “parte da idade” ou “resultado de muito trabalho”.
A boa notícia? Dá para mudar isso.
Como recuperar energia depois dos 40 anos
Quando falo em recuperar energia, não estou defendendo dietas radicais ou soluções milagrosas.
O caminho é reorganizar o prato com mais proteínas magras, vegetais variados e cereais integrais, reduzir ultraprocessados e manter uma hidratação adequada.
Check-ups periódicos ajudam a identificar deficiências nutricionais e orientam suplementações quando necessário.
Além disso, sono de qualidade e atividade física regular são pilares fundamentais — não apenas para manter a energia, mas também para preservar a saúde a longo prazo.
Na prática clínica, vejo resultados muito positivos quando o paciente entende que cada escolha alimentar, especialmente a partir dos 40 anos, tem impacto direto no bem-estar e na prevenção de doenças.
A disposição não depende apenas da rotina, mas de como o organismo está nutrido, equilibrado e preparado para responder aos desafios do dia a dia.
Pequenas mudanças, quando consistentes, transformam a qualidade de vida: um prato mais colorido, maior atenção à hidratação, inclusão de exercícios e respeito ao descanso.
Viver bem depois dos 40 anos
O segredo está menos em buscar atalhos e mais em adotar hábitos que façam sentido para cada fase da vida.
Depois dos 40 anos, o corpo exige mais atenção, mas também responde muito bem quando recebe os cuidados adequados.
É nesse equilíbrio que encontramos a energia para viver com saúde, longevidade e disposição.
Leitura Recomendada: Energéticos: o que você precisa saber antes de abrir a próxima lata
Por Dr. Danilo Almeida, médico pós-graduado em Nutrologia pela ABRAN