Ministério da Saúde e Anvisa admitem risco de desabastecimento de remédios
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já admitem risco de desabastecimento de remédios no mercado. A escassez já dura dois meses em farmácias, bem como no Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, o ministério afirmou que articula junto à Anvisa medidas para combater o problema dos medicamentos no Brasil A pasta informou ainda que “trabalha sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelos SUS”.
Remédios em falta
Entre os medicamentos, falta soro fisiológico em 87,6% dos locais pesquisados; dipirona injetável para dor e febre, em 62,9%. Outro remédio escasso é a neostigmina, para o combate de doença autoimune que causa fraqueza nos músculos; assim como a atropina, utilizada no tratamento de arritmias cardíacas e úlcera péptica. Até mesmo os contrastes usados em exames radiológicos estão começando a faltar, além de metronidazol, bolsa para infecções bacterianas.
Agora, para quem sofre de problemas respiratórios, está difícil encontrar a aminofilina (contra asma, bronquite e enfisema). A amicacina injetável, muito receitada contra infecções bacterianas graves também está com pouca oferta. Há falta de itens indispensáveis ao Sistema Único de Saúde (SUS) e listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) 2022, como por exemplo, o antibiótico amoxicilina e a dipirona.
Os remédios estão sumindo das drogarias, hospitais, clínicas especializadas e do mesmo modo em empresas que fornecem serviço de home care. Além disso, o problema também atinge unidades de saúde.
Soluções para a escassez de remédios
Já o Conselho Federal de Farmácia (CFF) considera “urgentes e necessárias medidas que possam mitigar o problema”. Como solução, o CFF sugere o incremento da produção nacional tanto de matéria-prima, quanto do produto acabado. O Brasil, segundo o conselho, tem pelo menos 18 laboratórios farmacêuticos oficiais, que estão subutilizados.
Primordialmente, de acordo com o CFF, um melhor planejamento de compras de remédios no serviço público, visando à manutenção dos estoques ajudaria. Analogamente, estratégias para um monitoramento mais eficiente do abastecimento das redes pública e privada. É preciso, agora, “um esforço conjunto com o setor público e todos os segmentos afetados, incluindo os conselhos profissionais e entidades de controle social”.