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Morte súbita: o que é, por que acontece e como se prevenir?
"Como o próprio nome sugere, a morte súbita ocorre de forma inesperada, muitas vezes sem sintomas prévios aparentes".
Casos recentes de morte súbita em jovens estão ganhando os noticiários e, junto disso, surgem diversas perguntas: o que é? Como acontece? Existe alguma forma de prevenção?
A princípio, como o próprio nome sugere, a morte súbita ocorre de forma inesperada, muitas vezes sem sintomas prévios aparentes.
Na maioria dos casos, está associada a causas cardíacas, como arritmias, hipertrofia do miocárdio ou anomalias congênitas da artéria coronária.
No entanto, também pode ser resultado de problemas respiratórios, vasculares, cerebrais ou ainda da síndrome da morte súbita infantil (SMSI), que acomete bebês e cuja causa segue desconhecida até hoje.
Por que a morte súbita preocupa tanto?
O grande ponto de atenção está justamente na ausência de sintomas claros, ou seja, a pessoa pode vir a óbito em questão de minutos, sem apresentar sinais prévios evidentes.
Diante disso, é natural que surjam questionamentos como: “De que forma posso me prevenir?” ou “Será que isso pode acontecer comigo?”.
Estilo de vida saudável e consultas regulares como prevenção
Se um paciente me trouxesse essas dúvidas, minha primeira orientação seria a adoção de um estilo de vida saudável, principalmente nos hábitos alimentares.
A substituição de alimentos industrializados e ricos em gordura por opções naturais e orgânicas pode representar um grande passo na promoção da saúde cardiovascular.
Em segundo lugar, é fundamental manter consultas regulares com o cardiologista, ao menos uma vez por ano, mesmo para quem não apresenta diagnóstico ou sintomas.
Para aqueles que já têm alguma condição conhecida, a frequência das consultas e os cuidados devem seguir a orientação do médico, sempre com comprometimento às recomendações.
Histórico familiar e risco de morte súbita
Pessoas que já tiveram casos de morte súbita na família, por exemplo, precisam de uma atenção redobrada.
Consultas mais frequentes e uma investigação detalhada ajudam a entender se há alguma relação genética no caso, possibilitando um diagnóstico mais preciso e a prevenção de novas mortes.
Sinais que não devem ser ignorados
Outro ponto que merece atenção são os sinais do corpo que, muitas vezes, são subestimados.
Embora a morte súbita, por definição, não apresente sintomas imediatos, ela pode ser o desfecho de doenças que dão sinais prévios, mas que nem sempre são levados a sério.
A pessoa pode sentir algo diferente, como uma dor de cabeça intensa, visão embaçada ou desconforto no peito, e acreditar que é algo simples, que vai passar com um analgésico.
No entanto, esses sintomas podem ser alertas importantes, indicando quadros como obstruções cerebrais ou doenças cardíacas.
O problema é que, ao ignorar esses sinais e adiar a busca por atendimento médico, o risco de desfechos graves, como a morte súbita, aumenta consideravelmente.
Por isso, a principal recomendação é clara: tenha hábitos saudáveis, fique atento aos sinais do seu corpo e procure ajuda médica diante de qualquer sintoma incomum, especialmente se você pertence a grupos de risco, como diabéticos, hipertensos, sedentários, tabagistas, pessoas obesas ou mulheres no pós-menopausa.
Na medicina, nem todo caso segue uma regra. Mas, com bons hábitos, acompanhamento profissional e atenção ao que o corpo comunica, é possível reduzir significativamente o risco de eventos tão graves quanto inesperados.
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Dr. Ricardo Ferreira é médico cardiologista, doutor pela Universidade de São Paulo e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial, Arritmia Clínica e Eletrofisiologia Clínica e Invasiva.