Tosse que não passa? Médico explica o que é espirometria e o que esse exame pode revelar

Você sabe o que é espirometria? Esse exame simples, mas extremamente eficaz, pode ser a chave para descobrir a causa de uma tosse persistente que não melhora, mesmo após o uso de xaropes ou antibióticos.

Em muitos casos, o problema pode estar nos pulmões, e é aí que a espirometria entra como ferramenta essencial para o diagnóstico.

Mas como o exame funciona e quando ele deve ser feito?

Para esclarecer essas e outras dúvidas, o SaúdeLab conversou com o pneumologista Felipe Marinho.

O que é espirometria

Muita gente nunca ouviu falar, mas entender o que é espirometria pode fazer toda a diferença para quem sofre com sintomas como tosse crônica ou falta de ar.

É um exame rápido, indolor e não invasivo, que analisa a capacidade respiratória do paciente.

Segundo o pneumologista Felipe Marinho:

“É como um teste de esforço para a respiração. O paciente assopra com força em um aparelho que mede a quantidade de ar que entra e sai dos pulmões, além da velocidade desse movimento.”

Esse exame ajuda a identificar obstruções ou dificuldades na passagem do ar.

Ele é essencial no diagnóstico de doenças como asma, bronquite, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e outras condições pulmonares.

Também é muito usado para acompanhar o tratamento desses quadros ao longo do tempo.

A espirometria é realizada em consultórios ou clínicas especializadas. O paciente sopra em um tubo ligado a um equipamento chamado espirômetro, sob orientação profissional.

O procedimento dura, em média, 15 a 30 minutos, e não exige preparo especial.

Com os dados obtidos, conseguimos entender melhor a função pulmonar e indicar o tratamento mais adequado”, destaca o especialista.

Quando a espirometria é indicada?

Após compreender o que é espirometria, é importante saber em quais situações ela costuma ser solicitada.

O exame é indicado tanto para diagnóstico quanto para acompanhamento de doenças respiratórias.

Segundo o especialista, entre os principais motivos estão:

  • Tosse persistente;
  • Sensação frequente de falta de ar;
  • Chiado no peito;
  • Histórico de tabagismo;
  • Suspeita ou acompanhamento de asma, bronquite crônica ou enfisema pulmonar.

Quando a tosse é sinal de alerta?

A tosse é um reflexo natural do corpo para proteger as vias aéreas. No entanto, se durar mais de três semanas sem causa aparente, é hora de investigar.

A tosse crônica pode ter várias causas, como asma, bronquite, refluxo, rinite alérgica ou até o uso de certos medicamentos para pressão”, explica o médico.

Nesses casos, a espirometria é uma aliada para descobrir se há comprometimento da função pulmonar.

Como é feito o exame na prática?

Muitas pessoas imaginam que se trata de um exame desconfortável, mas isso não é verdade.

O paciente se senta, recebe orientações, coloca a boca em um tubo com bocal descartável e segue as instruções para encher os pulmões e soprar com força.

Em alguns casos, o exame é repetido após o uso de um broncodilatador (medicamento que ajuda a abrir as vias respiratórias) para comparar os resultados.

Não há dor, não se usam agulhas, e o exame é finalizado em cerca de 15 a 30 minutos. O paciente pode retomar suas atividades normalmente logo após”, garante o especialista.

Quem deve fazer a espirometria?

Embora seja mais conhecida por pacientes com doenças respiratórias, a espirometria também é indicada de forma preventiva em grupos de risco, como:

  • Fumantes e ex-fumantes;
  • Pessoas com histórico familiar de doenças pulmonares;
  • Pacientes com alergias respiratórias frequentes;
  • Pessoas com tosse ou falta de ar sem causa definida;
  • Quem teve Covid longa.

Fumantes devem fazer o exame periodicamente, mesmo sem sintomas, pois os danos pulmonares podem ser silenciosos”, alerta o Dr. Felipe.

O que a espirometria pode revelar?

A espirometria ajuda a identificar se o ar está entrando e saindo dos pulmões como deveria.

Com ela, o médico consegue avaliar:

  • Se a função pulmonar está normal, sem sinais de problemas respiratórios;
  • Se há obstruções, como acontece em doenças que dificultam a passagem do ar, por exemplo a asma e a DPOC(Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica);
  • Se há restrições, quando os pulmões não conseguem se expandir direito e armazenar ar suficiente (algo comum em casos de fibrose pulmonar);
  • Se existe um quadro misto, quando os dois tipos de alteração estão presentes ao mesmo tempo.

De acordo com o pneumologista, essas informações permitem que o profissional entenda melhor o que está acontecendo nos pulmões e possa indicar o tratamento mais adequado para cada situação.

Não basta tratar apenas sintomas como tosse e chiado. Precisamos entender o que realmente está acontecendo com os pulmões”, reforça o médico.

Pode ser feita em crianças e idosos?

Sim. A espirometria é adaptável a diferentes faixas etárias.
A partir dos 5 anos, muitas crianças já conseguem colaborar com o exame, o que facilita o diagnóstico precoce da asma. Nos idosos, é útil para entender se o cansaço é causado por problemas respiratórios, cardíacos ou outros fatores”, esclarece o pneumologista.

Há riscos ou contraindicações?

É um exame seguro e acessível, com poucas contraindicações.

Evita-se em pessoas que tiveram infarto ou cirurgias abdominais ou torácicas recentes, e também em quem sente tontura com esforço respiratório”, explica o Dr. Felipe.

No geral, pode ser repetido sempre que necessário, sem causar danos.

Tosse, chiado, cansaço: um exame que pode evitar complicações

Muita gente convive com sintomas respiratórios por meses ou até anos, sem buscar ajuda.

Infelizmente, há quem ache que tossir é normal ou que se trata apenas de alergia. Isso atrasa diagnósticos importantes. A espirometria pode mudar esse cenário e permitir o tratamento correto”, alerta o especialista.

Além de diagnosticar, o exame também monitora a evolução do quadro, ajudando a controlar doenças crônicas e melhorar a resposta ao tratamento.

Respirar bem é viver melhor

A espirometria é um exame simples, mas com potencial de transformar a vida de quem lida com sintomas respiratórios frequentes.

Entender o que é espirometria e quando ela deve ser feita pode ser o primeiro passo para recuperar a qualidade de vida.

Se você ou alguém próximo sofre com tosse contínua, falta de ar sem causa definida ou histórico de doenças respiratórias, converse com um profissional.

Esse pequeno exame pode trazer grandes respostas.

Perguntas e respostas rápidas com o Pneumologista Felipe Marinho

O que é espirometria em poucas palavras?

“É um exame que mede a capacidade e a velocidade da respiração para avaliar a saúde pulmonar”.

Para que serve a espirometria?

“Para diagnosticar e acompanhar doenças respiratórias como asma, bronquite e enfisema”.

Quem deve fazer o exame?

“Quem tem tosse persistente, falta de ar, chiado, é fumante ou tem doenças pulmonares”.

O exame de espirometria dói?

“Não. Basta soprar no aparelho. É indolor e não invasivo”.

Quanto tempo dura e como se preparar?

“De 15 a 30 minutos. Evite fumar ou usar broncodilatadores antes, salvo orientação médica”.

O que fazer se o resultado estiver alterado?

“O médico avaliará o caso e indicará o tratamento adequado. Na maioria dos casos, é possível controlar bem a doença”.

📌 Leitura Recomendada: Pneumonia silenciosa: o que é, sintomas e como identificar a tempo

Sobre o Dr. Felipe Marinho

Médico graduado pela UFRN, com residências em Clínica Médica (Santa Casa de São Paulo) e Pneumologia (FMUSP). Atua como pneumologista na Clínica Unitórax. É especialista em Pneumologia (SBPT – RQE 2404) e em Medicina Intensiva (AMIB – RQE 2403).

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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