Quais são os sintomas do sarampo? Depois de 30 anos, a doença pode ter novo surto

O sarampo, uma doença que muitos acreditavam estar erradicada, volta a assombrar o continente americano. Após três décadas de relativa calmaria, o risco de um novo surto é o mais alto desde os anos 1990, segundo alerta da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O vírus, altamente contagioso, já está circulando em países como o Brasil, onde a cobertura vacinal caiu drasticamente nos últimos anos. Mas, afinal, quais são os sintomas do sarampo? E por que essa doença, que parecia controlada, está voltando a preocupar autoridades e especialistas?

Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos conhecer os sinais clássicos da doença, entender os motivos por trás do possível surto e destacar a importância da vacinação para proteger não apenas indivíduos, mas toda a comunidade.

O que é o sarampo e por que ele está voltando?

O sarampo é uma doença infecciosa causada por um vírus do gênero Morbillivirus, conhecido por sua alta capacidade de transmissão. Uma única pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 18 indivíduos não vacinados, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A doença era considerada eliminada das Américas em 2016, um marco histórico alcançado graças a décadas de campanhas de vacinação. No entanto, a queda nas taxas de imunização nos últimos anos abriu caminho para o retorno do vírus.

Esse cenário preocupante é agravado pela disseminação de fake news e movimentos anti-vacina, que minam a confiança da população na eficácia e segurança das vacinas. Como resultado, o vírus encontrou brechas para se espalhar, especialmente em comunidades com baixa imunização.

Quais são os sintomas do sarampo?

O sarampo começa de forma semelhante a uma gripe comum, o que pode confundir muitas pessoas. No entanto, à medida que a doença progride, os sintomas se tornam mais característicos e graves. Aqui estão os principais sinais a serem observados:

  • Febre alta: Um dos primeiros sintomas, a febre pode atingir temperaturas acima de 38,5°C e durar vários dias.
  • Tosse seca: A tosse persistente é um sinal comum e pode piorar com o tempo.
  • Coriza: O nariz escorrendo e congestionado é outro sintoma inicial.
  • Conjuntivite: Os olhos ficam vermelhos, inchados e sensíveis à luz.
  • Manchas de Koplik: Pequenas manchas brancas dentro da boca, próximas às bochechas, são um sinal clássico do sarampo.
  • Erupções cutâneas: As famosas manchas vermelhas no rosto e no corpo aparecem alguns dias após os primeiros sintomas. Elas começam na região atrás das orelhas e se espalham pelo resto do corpo.

Além desses sintomas, o sarampo pode causar complicações graves, especialmente em crianças menores de 5 anos, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido. Entre as complicações estão pneumonia, encefalite (inflamação do cérebro) e até mesmo a morte.

Por que o sarampo é tão perigoso?

O sarampo não é apenas uma doença “comum da infância”. Ele pode deixar sequelas permanentes e até ser fatal. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2018 e 2021, 26 crianças menores de 5 anos morreram de sarampo no Brasil. Nas duas décadas anteriores, apenas um óbito havia sido registrado.

A gravidade da doença está diretamente ligada à sua alta taxa de transmissão e ao fato de que o vírus pode comprometer o sistema imunológico, deixando o corpo vulnerável a outras infecções.

Além disso, o sarampo pode causar uma condição rara, mas devastadora, chamada panencefalite esclerosante subaguda (PESS), que afeta o sistema nervoso central e pode levar à morte anos após a infecção inicial.

A importância da vacinação: a única arma contra o sarampo

A vacina contra o sarampo é segura, eficaz e a principal forma de prevenção da doença. Ela faz parte da tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola.

Duas doses da vacina são recomendadas: a primeira aos 12 meses de idade e a segunda entre os 15 e 24 meses. Com isso, a proteção chega a 97%, segundo estudos científicos.

No entanto, a queda nas taxas de vacinação nos últimos anos é alarmante. Em 2021, apenas seis países das Américas atingiram a meta de 95% de cobertura com duas doses da vacina. No Brasil, a taxa de imunização caiu para níveis preocupantes, semelhantes aos da década de 1980.

Isso ocorreu devido a uma combinação de fatores, como a falsa sensação de segurança (já que a doença estava controlada), a dificuldade de acesso aos postos de saúde durante a pandemia de COVID-19 e a disseminação de desinformação sobre vacinas.

O impacto das fake news e dos movimentos anti-vacina

A desinformação tem sido um dos maiores obstáculos no combate ao sarampo. Notícias falsas sobre supostos efeitos colaterais graves da vacina, como autismo, têm circulado amplamente nas redes sociais, apesar de serem completamente infundadas.

Estudos científicos robustos já comprovaram que não há nenhuma ligação entre a vacina tríplice viral e o autismo.

Além disso, os movimentos anti-vacina ganharam força nos últimos anos, especialmente em países desenvolvidos. Esses grupos espalham teorias conspiratórias e desconfiança em relação às vacinas, colocando em risco a saúde pública.

O resultado é que doenças que já estavam controladas, como o sarampo, voltaram a surgir em várias partes do mundo.

No Brasil, o impacto desses movimentos é visível. A queda na cobertura vacinal permitiu que o vírus do sarampo, que havia sido eliminado do país, voltasse a circular. Em 2019, o Brasil perdeu o certificado de eliminação do sarampo concedido pela OMS, um retrocesso preocupante.

Estratégias para evitar um novo surto

Para evitar que o sarampo se torne uma ameaça global novamente, é essencial adotar medidas urgentes. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) recomenda que os países reforcem suas campanhas de vacinação, atualizem os planos de resposta a surtos e invistam em educação pública para combater a desinformação.

No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou uma campanha de multivacinação contra poliomielite e sarampo, que deve ocorrer nas escolas a partir de maio. A estratégia é fundamental para alcançar crianças e adolescentes que não foram vacinados nos últimos anos.

Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam preparados para identificar rapidamente os casos de sarampo e iniciar o tratamento adequado.

Outra medida crucial é o fortalecimento da vigilância epidemiológica. Isso inclui monitorar os casos suspeitos, rastrear contatos e garantir que as comunidades com baixa cobertura vacinal sejam priorizadas.

O sarampo é uma doença grave, mas evitável. Saber quais são os sintomas do sarampo é o primeiro passo para identificar a doença precocemente e buscar tratamento. No entanto, a verdadeira solução está na vacinação. Proteger-se contra o sarampo não é apenas uma questão individual, mas um ato de solidariedade com a comunidade.

A queda nas taxas de vacinação nos últimos anos nos colocou em alerta máximo. Se não agirmos agora, corremos o risco de ver o sarampo se espalhar de forma descontrolada, causando sofrimento e mortes que poderiam ser evitadas.

Portanto, se você ou seus filhos ainda não foram vacinados, procure um posto de saúde o mais rápido possível. E, se você já está protegido, ajude a espalhar informações confiáveis sobre a importância da vacinação. Juntos, podemos evitar um novo surto de sarampo e garantir um futuro mais saudável para todos.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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