Se você tem diabetes este é o sal que você deve consumir: veja a dose ideal

Viver com diabetes exige atenção constante à alimentação, mas há um detalhe nutricional que frequentemente passa despercebido: o iodo.

Enquanto a maioria se preocupa apenas em reduzir o sódio, uma pesquisa recente revela que a deficiência desse mineral pode ser especialmente prejudicial para pessoas com diabetes, aumentando o risco de fragilidade e complicações associadas.

O estudo, publicado no The Journal of Nutrition, Health and Aging, acompanhou 957 adultos com diabetes tipo 2 em Xangai ao longo de cinco anos.

Os resultados mostraram que aqueles que não consumiam sal iodado regularmente apresentavam um risco 9% maior de desenvolver fragilidade — uma condição caracterizada por perda de força muscular, fadiga e lentidão nos movimentos.

Além disso, níveis baixos de iodo na urina foram associados a um aumento de 10% no risco, com impacto particular na velocidade de caminhada, que chegou a ser 32% mais lenta entre os que evitavam o sal iodado.

O Iodo e Seu Papel no Organismo

O iodo é um mineral essencial para o funcionamento da tireoide, glândula responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo, o crescimento e até mesmo a função cognitiva.

Quando há deficiência, o corpo pode desenvolver hipotireoidismo, uma condição que, em pessoas com diabetes, pode agravar a resistência à insulina, elevar os níveis de colesterol e aumentar a pressão arterial.

Apesar de programas globais de fortificação do sal, estima-se que dois bilhões de pessoas em todo o mundo ainda sofram com a falta de iodo. E os diabéticos estão entre os grupos mais vulneráveis.

Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que indivíduos com diabetes tipo 2 tendem a ter concentrações mais baixas de iodo na urina em comparação com pessoas sem a doença.

Essa deficiência não só eleva o risco de disfunções tireoidianas, mas também pode piorar o controle glicêmico e aumentar as chances de doenças cardiovasculares.

A Ligação Entre Diabetes, Iodo e Fragilidade

A fragilidade é uma condição comum em idosos, mas entre pessoas com diabetes, sua prevalência chega a ser duas vezes maior.

O estudo de Xangai revelou que 12,9% dos participantes desenvolveram fragilidade no período de cinco anos, com um padrão claro: aqueles que não usavam sal iodado ou apresentavam baixos níveis de iodo estavam mais propensos a sofrer com perda de mobilidade e força.

Um dado interessante foi que a velocidade de caminhada — um dos cinco critérios usados para diagnosticar fragilidade — foi o fator mais fortemente associado à deficiência de iodo.

Enquanto outros componentes, como perda de peso e fadiga, não mostraram relação significativa, a lentidão nos movimentos foi 26% a 32% mais comum entre os que não consumiam sal iodado.

Essa conexão se mostrou ainda mais forte em pessoas com alterações nos hormônios tireoidianos, especialmente aquelas com níveis elevados de TSH (hormônio estimulante da tireoide) ou baixos de T4 livre, indicativos de hipotireoidismo.

Isso sugere que, para diabéticos com disfunções na tireoide, a suplementação adequada de iodo — principalmente através do sal iodado — pode ser uma estratégia simples, porém eficaz, para reduzir o risco de fragilidade.

Por Que Muitos Diabéticos Evitam o Sal Iodado?

Apesar dos benefícios comprovados, muitos pacientes com diabetes ainda hesitam em consumir sal iodado. Parte disso se deve a mitos comuns, como a crença de que o iodo pode prejudicar a tireoide.

Na realidade, o problema não está no consumo moderado, mas sim na deficiência, que é muito mais prejudicial, especialmente para quem já tem predisposição a complicações metabólicas.

Outro equívoco frequente é a confusão entre sódio e iodo. Enquanto o excesso de sódio — presente em alimentos processados — deve ser evitado por quem tem diabetes, o iodo é um nutriente essencial que não pode ser negligenciado.

A chave, portanto, não é eliminar o sal, mas escolher o tipo certo e usá-lo com moderação, priorizando sempre uma alimentação natural e balanceada.

Na próxima parte, exploraremos a dose ideal de sal iodado para diabéticos, como incorporá-lo à dieta sem exceder o limite de sódio e quais são as melhores alternativas para quem precisa de cuidados extras, como pacientes com doenças tireoidianas autoimunes.

Diabetes e Sal Iodado: Como Consumir com Segurança e Beneficiar Sua Saúde

Na primeira parte deste artigo, exploramos como a deficiência de iodo pode aumentar o risco de fragilidade em pessoas com diabetes, especialmente naquelas com alterações na função tireoidiana.

Agora, vamos nos aprofundar em como incluir o sal iodado na alimentação de forma segura, garantindo os benefícios sem exceder o consumo de sódio.

A Dose Ideal de Sal Iodado para Diabéticos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo diário de sal não ultrapasse 5 gramas, o equivalente a aproximadamente 2 gramas de sódio.

Para pessoas com diabetes, essa recomendação permanece, mas com um cuidado adicional: é fundamental priorizar o sal iodado em vez do sal comum, que não contém esse mineral essencial.

O estudo realizado em Xangai não estabeleceu uma quantidade exata de sal iodado ideal para diabéticos, mas deixou claro que seu consumo moderado está associado a um menor risco de fragilidade. O importante, portanto, não é eliminar o sal, mas usá-lo com equilíbrio, garantindo a ingestão adequada de iodo sem exagerar no sódio.

Como Usar Sal Iodado sem Excesso de Sódio

Muitos alimentos processados — como enlatados, embutidos e comidas prontas — contêm altas quantidades de sódio, mas nenhum iodo. Por isso, a melhor estratégia é basear a alimentação em comida de verdade, usando o sal iodado como tempero principal. Algumas dicas práticas:

  • Prefira Alimentos Frescos

Carnes, peixes, legumes e verduras devem ser temperados com sal iodado durante o preparo. Isso garante que você consuma iodo suficiente sem ingerir o sódio oculto presente em produtos industrializados.

  • Reduza aos Poucos

Se você está acostumado a comer alimentos muito salgados, experimente diminuir gradualmente a quantidade de sal na comida. Com o tempo, seu paladar se adaptará, e você conseguirá apreciar o sabor natural dos alimentos.

  • Use Ervas e Especiarias

Temperos como alho, cebola, pimenta, alecrim e manjericão podem reduzir a necessidade de sal sem sacrificar o sabor. Uma pitada de sal iodado combinada com esses ingredientes é suficiente para deixar a refeição saborosa e saudável.

E os Outros Tipos de Sal?

Nos últimos anos, sais como o rosa do Himalaia e o sal marinho ganharam popularidade, mas é importante lembrar que eles não são iodados. Se você optar por esses tipos de sal, precisará garantir a ingestão de iodo por meio de outras fontes, como peixes de água salgada, ovos e laticínios.

Além disso, muitos desses sais contêm tanto sódio quanto o sal comum, então a ideia de que são “mais saudáveis” nem sempre é verdadeira. Para quem tem diabetes, o sal iodado comum — usado com moderação — continua sendo a melhor opção.

Quem Precisa de Cuidados Especiais?

Pessoas com doenças tireoidianas, como hipertireoidismo ou tireoidite de Hashimoto, devem discutir com seu endocrinologista a quantidade ideal de iodo. Em alguns casos, o excesso pode ser tão prejudicial quanto a deficiência, mas isso não significa que o sal iodado deva ser completamente evitado.

O equilíbrio e o acompanhamento médico são essenciais.

Equilíbrio é a Chave

O diabetes não significa que você precise eliminar o sal da sua vida, mas sim que deve escolher o tipo certo e usá-lo com sabedoria. O estudo de Xangai reforça que o sal iodado pode ser um aliado importante na prevenção da fragilidade e na manutenção da saúde metabólica, especialmente para quem já apresenta alterações na tireoide.

A chave está em priorizar alimentos naturais, evitar processados e temperar suas refeições com moderação. Pequenos ajustes na alimentação podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida de quem convive com diabetes.

Se você tem dúvidas sobre como adequar o consumo de iodo à sua rotina, consulte um nutricionista ou endocrinologista. Eles podem ajudar a criar um plano alimentar personalizado, garantindo que você obtenha todos os nutrientes necessários sem comprometer seu controle glicêmico.

Com informação e cuidado, é possível viver bem com diabetes — e o sal iodado pode ser parte dessa equação.

Leia também: Além da pressão alta: excesso de sal pode prejudicar seu bem-estar mental

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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