Tapioca prende o intestino? Veja o que poucos sabem sobre esse alimento popular

A tapioca se tornou uma alternativa popular ao pão tradicional, especialmente entre pessoas que buscam uma alimentação mais leve, sem glúten e de fácil digestão.

No entanto, muitas pessoas relatam sintomas de constipação ao incluí-la com frequência no cardápio, o que levanta uma dúvida comum: tapioca prende o intestino?

Aqui, no SaúdeLAB, você vai entender o que a ciência diz sobre os efeitos da tapioca no funcionamento intestinal, em que casos ela pode, sim, contribuir para a prisão de ventre, e como consumir esse alimento de forma equilibrada para evitar desconfortos.

Tapioca prende o intestino?

Sim, a tapioca pode contribuir para a prisão de ventre em algumas situações, principalmente quando consumida com frequência e sem acompanhamento de alimentos ricos em fibras.

Esse efeito está relacionado à composição nutricional da tapioca. Feita a partir da fécula de mandioca (polvilho), ela é basicamente composta por carboidratos simples, com pouquíssimas fibras, vitaminas ou minerais.

Como as fibras são fundamentais para estimular os movimentos do intestino e formar o bolo fecal, sua ausência pode favorecer o intestino preso, especialmente em pessoas que já têm esse problema.

Tapioca faz mal para o intestino?

A tapioca não é prejudicial ao intestino no sentido de causar lesões ou inflamações. Ela é um alimento de fácil digestão e livre de glúten, o que pode ser positivo em alguns contextos, como na dieta de pessoas com doença celíaca.

No entanto, seu baixo teor de fibras e a ausência de outros nutrientes essenciais tornam a tapioca um alimento pouco funcional para a saúde intestinal quando consumido de forma isolada e frequente.

Por isso, ela pode ser considerada inadequada para quem busca melhorar ou manter o bom funcionamento do intestino, se não for bem combinada com outros alimentos.

Por que algumas pessoas sentem prisão de ventre ao consumir tapioca?

A constipação associada ao consumo de tapioca geralmente está relacionada a três fatores principais:

  • Baixo teor de fibras: a tapioca tem uma quantidade muito pequena de fibras alimentares. Isso dificulta a formação adequada do bolo fecal e reduz os estímulos naturais ao intestino.
  • Substituição de fontes de fibra: quem consome tapioca no lugar de alimentos como pão integral, frutas ou aveia pode acabar diminuindo drasticamente o aporte de fibras da dieta.
  • Baixa ingestão de água: mesmo uma alimentação com fibras pode levar à constipação se a pessoa não estiver adequadamente hidratada. Como a tapioca é seca e pobre em fibras, esse problema se agrava se não houver ingestão de líquidos ao longo do dia.

A tapioca tem alguma fibra?

De acordo com a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), 100 gramas de tapioca contêm aproximadamente 0,2 g de fibra alimentar, o que é considerado um valor extremamente baixo. Para fins de comparação:

  • 1 fatia de pão integral: cerca de 2 g de fibra
  • 2 colheres de sopa de aveia: cerca de 3 g de fibra
  • 1 colher de sopa de linhaça: aproximadamente 2 g de fibra

Ou seja, a tapioca está longe de ser uma boa fonte de fibras, o que ajuda a entender seu efeito potencial de “prender” o intestino.

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Como consumir a tapioca sem prender o intestino

Apesar das limitações nutricionais, é possível incluir a tapioca na alimentação de forma equilibrada e saudável, desde que alguns cuidados sejam tomados:

  • Capriche nos recheios ricos em fibras: prefira incluir folhas verdes, legumes, sementes (como chia ou linhaça), pastas de grão-de-bico ou outros vegetais no recheio da tapioca.
  • Combine com frutas ao longo do dia: se a tapioca for sua fonte principal de carboidrato em uma refeição, compense com frutas ricas em fibras nas demais.
  • Evite consumir todos os dias ou mais de uma vez ao dia: a repetição excessiva, sem diversidade, empobrece a dieta e favorece a constipação.
  • Hidrate-se bem: o bom funcionamento do intestino depende, além das fibras, de uma ingestão adequada de água. A recomendação média para adultos saudáveis é de cerca de 35 ml por quilo de peso corporal por dia, podendo variar conforme o clima, idade e nível de atividade física.
Tapioca.
Tapioca.Foto: Depositphotos

Quem deve evitar a tapioca ou reduzir o consumo?

Embora a tapioca possa fazer parte de uma alimentação equilibrada, alguns grupos devem consumi-la com cautela, especialmente:

  • Pessoas com prisão de ventre crônica
  • Indivíduos com baixa ingestão de fibras na dieta
  • Quem faz dietas restritivas sem acompanhamento profissional
  • Pessoas que consomem tapioca com recheios ultraprocessados ou embutidos

Para esses casos, é importante buscar a orientação de um nutricionista para ajustar a alimentação de acordo com as necessidades do organismo.

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Existem alimentos que soltam ou prendem mais o intestino?

Sim, alguns alimentos têm efeitos fisiológicos mais marcantes sobre o trânsito intestinal, tanto no sentido de favorecer quanto de dificultar a evacuação.

Alimentos que podem prender o intestino:

  • Tapioca (quando consumida sozinha)
  • Arroz branco
  • Banana-maçã ou banana verde
  • Carne vermelha em excesso
  • Farinha branca refinada

Alimentos que ajudam a soltar o intestino:

  • Mamão
  • Ameixa seca
  • Laranja com bagaço
  • Linhaça
  • Aveia
  • Água morna em jejum

Mais importante do que evitar alimentos isolados é avaliar o padrão alimentar como um todo. Uma dieta variada, rica em vegetais, frutas, cereais integrais e água tende a ser suficiente para manter o intestino funcionando bem.

Tapioca é vilã ou aliada?

A tapioca não é uma vilã da alimentação, mas também não é um alimento funcional para o intestino quando consumida de forma isolada, repetitiva ou sem atenção à hidratação e à ingestão de fibras.

Se você gosta de tapioca, não precisa abandoná-la. Apenas inclua-a com moderação, combine com ingredientes saudáveis e ricos em fibras, e mantenha a hidratação em dia. Dessa forma, é possível aproveitar os benefícios da tapioca — como a leveza e a ausência de glúten — sem prejudicar o funcionamento intestinal.

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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