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Quem tem HPV pode doar sangue? Entenda as regras e cuidados na doação
Saiba o que dizem as normas do Ministério da Saúde, os critérios dos hemocentros e quando há restrições.
A doação de sangue é um ato de solidariedade que salva vidas todos os dias. No entanto, nem todas as pessoas estão aptas a doar, especialmente quando há diagnósticos de infecções sexualmente transmissíveis, como o HPV (Papilomavírus Humano). Esse cenário levanta uma dúvida bastante comum: quem tem HPV pode doar sangue?
Essa é uma pergunta importante e que precisa ser respondida com base em critérios técnicos, mas de forma acessível.
Muitas pessoas que convivem com o HPV não apresentam sintomas ou sequer sabem que estão infectadas. Outras já receberam diagnóstico e querem saber se isso interfere em sua capacidade de contribuir com a doação.
Aqui, no SaúdeLAB, você vai entender o que dizem os órgãos responsáveis, como o Ministério da Saúde e a Anvisa, sobre o tema. V
amos explicar os critérios adotados pelos hemocentros, quais são os riscos avaliados e por que certas restrições existem. Se você tem HPV ou conhece alguém que tem e quer doar sangue, continue a leitura para esclarecer todas as dúvidas de forma segura e confiável.
O que é o HPV e como ele se transmite?
O HPV, ou papilomavírus humano, é uma infecção sexualmente transmissível muito comum, causada por um grupo de vírus que pode afetar a pele e as mucosas.
Existem mais de 200 tipos de HPV, sendo que alguns deles estão associados a verrugas genitais e outros ao desenvolvimento de lesões que podem evoluir para câncer, como o de colo do útero.
A transmissão do HPV ocorre principalmente por meio do contato sexual — seja vaginal, anal ou oral — mesmo quando não há sinais visíveis da infecção. O uso de preservativos ajuda a reduzir o risco, mas não elimina completamente a chance de contágio, já que o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pelo preservativo.
Muitas pessoas que têm HPV não apresentam sintomas e sequer sabem que estão infectadas. Em grande parte dos casos, o organismo elimina o vírus naturalmente com o tempo.
Essa alta prevalência e a ausência de sintomas em muitos infectados tornam o HPV uma preocupação de saúde pública, mas também geram dúvidas frequentes, como a possibilidade de doar sangue após o diagnóstico.
Leitura Recomendada: O que é HPV e por que você deve se preocupar com ele
Quem tem HPV pode doar sangue?
Sim, na maioria dos casos, quem tem HPV pode doar sangue, desde que atenda aos critérios gerais exigidos pelos hemocentros brasileiros.
Segundo a Portaria GM/MS nº 158/2016, que regulamenta os requisitos técnicos para a doação de sangue no Brasil, o HPV não é uma condição que, por si só, impede a doação.
Isso porque o papilomavírus humano não é transmitido pelo sangue, o que significa que pessoas com esse diagnóstico não oferecem risco de contaminação para quem recebe a transfusão.
Contudo, é importante observar alguns pontos:
- Se a pessoa estiver em tratamento com medicamentos sistêmicos ou tiver apresentado sintomas recentes, pode haver adiamento temporário da doação.
- Também podem ser exigidos intervalos de tempo após procedimentos médicos ou cirúrgicos relacionados ao HPV, como cauterizações ou biópsias.
A avaliação final é feita durante a triagem clínica, com base em um questionário e entrevista sigilosa conduzida por um profissional da saúde.
Portanto, o diagnóstico de HPV não representa, na maioria dos casos, uma contraindicação definitiva. O importante é estar em boas condições de saúde no momento da doação e ser sincero ao responder às perguntas durante a triagem.
Quando a doação pode ser contraindicada?
Embora o HPV, por si só, não impeça a doação de sangue, existem situações específicas em que a doação pode ser temporariamente contraindicada. Isso geralmente ocorre quando a pessoa apresenta sintomas mais intensos ou está em tratamento recente.
Por exemplo, quadros de febre, mal-estar generalizado, presença de lesões genitais ativas ou uso de medicamentos específicos podem levar ao adiamento da doação.
Nessas circunstâncias, a recomendação é aguardar a recuperação total antes de procurar um hemocentro.
É fundamental que toda pessoa que deseja doar sangue informe, com total transparência, qualquer condição de saúde, sintomas recentes ou uso de medicamentos ao profissional responsável pela triagem clínica.
Cada caso será avaliado de forma individualizada, respeitando os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Essa avaliação cuidadosa existe para garantir tanto a segurança do receptor quanto a do doador, e reforça a seriedade do processo de doação.
Leitura Recomendada: Lista de medicamentos que não pode doar sangue: saiba tudo sobre o assunto
Doenças que impedem a doação de sangue
Algumas doenças e condições de saúde impedem permanentemente a doação de sangue, por representarem risco de transmissão ao receptor. Esses impedimentos estão descritos em normas técnicas e visam preservar a segurança do sangue coletado.
Abaixo estão algumas doenças que realmente impedem a doação de sangue:
Doença ou condição de saúde | Impedimento à doação |
---|---|
HIV (vírus da AIDS) | Impedimento definitivo |
Hepatite B ou C (após os 11 anos de idade) | Impedimento definitivo |
HTLV I/II | Impedimento definitivo |
Doença de Chagas crônica | Impedimento definitivo |
Sífilis (recente ou sem tratamento adequado) | Impedimento temporário ou definitivo |
Malária | Impedimento temporário (varia conforme a região e histórico) |
Uso de drogas injetáveis ilícitas | Impedimento definitivo |
Doenças autoimunes graves | Avaliação individual, podendo impedir |
Câncer recente | Em geral, impede, mas depende do tipo e tempo de remissão |
É importante destacar que o HPV não está entre as doenças que impedem a doação de sangue. Isso porque o vírus não é transmitido por via sanguínea, e sua presença não compromete a segurança do sangue coletado, desde que o doador esteja em boas condições de saúde no momento da doação.
Essa informação reforça que, salvo em situações específicas avaliadas durante a triagem, pessoas com HPV podem sim realizar esse gesto solidário com segurança.
A importância da triagem e da honestidade na doação de sangue
A triagem é uma etapa essencial antes da doação de sangue. Nela, o doador responde a um questionário detalhado sobre sua saúde, hábitos de vida, uso de medicamentos e histórico de doenças.
Além disso, passa por uma avaliação clínica com profissionais capacitados para garantir a segurança de quem doa e, principalmente, de quem vai receber o sangue.
O objetivo da triagem é proteger a cadeia de transfusão, evitando que qualquer sangue com risco de transmissão de doenças chegue até os pacientes. Por isso, é fundamental não omitir informações. Esconder sintomas ou diagnósticos pode colocar vidas em risco, mesmo que a intenção seja ajudar.
Vale lembrar que a inaptidão temporária não é definitiva. Muitas vezes, basta aguardar um período de recuperação ou suspensão de medicamentos para que a doação possa ser feita com segurança no futuro.
Quem tem HPV pode doar sangue, desde que esteja em boas condições de saúde e atenda aos critérios estabelecidos pelos hemocentros. Como o HPV não é transmitido pelo sangue, ele não representa risco para os receptores das transfusões.
No entanto, é importante reforçar que cada caso é avaliado individualmente durante a triagem. Sintomas ativos, febre ou tratamentos recentes podem justificar um adiamento da doação, mas não significam impedimento permanente.
A doação de sangue é um ato de responsabilidade e empatia. Se você tem dúvidas, procure um hemocentro ou unidade de saúde e converse com um profissional. Doe com consciência, respeitando as orientações — assim, você ajuda a salvar vidas com segurança.
FAQ – Perguntas frequentes sobre doação de sangue e HPV
HPV é considerado uma doença sexualmente transmissível?
Sim. O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST), transmitida principalmente por contato íntimo desprotegido. É muito comum e, em muitos casos, pode ser assintomática.
Preciso informar que tenho HPV ao doar sangue?
Sim. Toda informação de saúde deve ser comunicada ao profissional durante a triagem. Mesmo que o HPV não impeça a doação, a transparência é fundamental para garantir a segurança do processo.
Quem teve lesões causadas por HPV pode doar sangue?
Sim, desde que as lesões estejam cicatrizadas, a pessoa esteja sem sintomas e fora de tratamento recente. Nesses casos, a doação geralmente é permitida.
Existe algum tipo de HPV que impede a doação?
Não. Atualmente, o HPV não está entre as infecções que impedem permanentemente a doação de sangue. A aptidão será avaliada com base no estado geral de saúde do doador.
HPV pode ser transmitido pelo sangue?
Não. O HPV não é transmitido por transfusão sanguínea. Ele se propaga por contato direto com a pele ou mucosas infectadas, principalmente durante relações sexuais.
Leitura recomendada: Quais são as causas e sintomas do HPV? Existe algum tratamento?