Azeite de oliva faz mal para o fígado? Entenda os efeitos para quem tem gordura no fígado

Será que o azeite de oliva faz mal para o fígado? O azeite de oliva é um dos ingredientes mais utilizados na culinária mundial, conhecido por seus benefícios para a saúde e sabor marcante.

No entanto, muitas pessoas que foram diagnosticadas com problemas hepáticos, como a esteatose hepática — comumente conhecida como gordura no fígado —, têm dúvidas sobre o consumo deste óleo. Afinal, será que o azeite de oliva pode prejudicar o fígado ou, ao contrário, poderia ser benéfico?

O objetivo deste artigo do SaúdeLAB é esclarecer se o consumo de azeite de oliva é benéfico ou prejudicial ao fígado, especialmente para quem tem gordura no fígado, e apresentar as quantidades recomendadas para um consumo seguro e saudável.

Azeite de Oliva

O azeite de oliva, particularmente o tipo extravirgem, é amplamente valorizado por sua composição rica em nutrientes. Entre seus componentes principais estão:

Ácidos Graxos Monoinsaturados (AGM)

O principal tipo de gordura encontrado no azeite de oliva é o ácido oleico, um ácido graxo monoinsaturado que representa cerca de 70-80% de sua composição. Estudos indicam que os AGM são benéficos para reduzir o colesterol LDL (o “mau” colesterol) e aumentar o HDL (o “bom” colesterol).

Antioxidantes e Polifenóis

O azeite de oliva é rico em antioxidantes, especialmente polifenóis como a oleuropeína e o hidroxitirosol, que ajudam a combater os radicais livres no corpo. Esses compostos têm propriedades anti-inflamatórias e protetoras que podem contribuir para a prevenção de várias doenças crônicas.

Vitamina E

Outra componente importante é a vitamina E, um poderoso antioxidante que ajuda a proteger as células do estresse oxidativo.

Os benefícios do azeite de oliva são amplamente reconhecidos pela comunidade médica. Estudos mostram que seu consumo regular está associado a uma redução no risco de doenças cardiovasculares, graças à sua capacidade de melhorar o perfil lipídico no sangue e reduzir a inflamação sistêmica.

Além disso, o azeite de oliva é conhecido por seu papel na Dieta Mediterrânea, um padrão alimentar rico em frutas, legumes, cereais integrais, nozes, e claro, azeite de oliva como a principal fonte de gordura.

Este padrão alimentar tem sido associado a uma menor incidência de doenças crônicas, como doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e algumas formas de câncer.

O Fígado e a Esteatose Hepática

O fígado é um dos maiores e mais importantes órgãos do corpo humano, desempenhando funções vitais como a metabolização de nutrientes, a produção de proteínas e a desintoxicação do sangue. É responsável pela síntese de bile, necessária para a digestão das gorduras, e pela regulação de várias substâncias químicas no organismo.

A esteatose hepática, ou gordura no fígado, ocorre quando há um acúmulo excessivo de gordura nas células hepáticas.

Essa condição pode ser classificada em dois tipos principais: esteatose hepática alcoólica, causada pelo consumo excessivo de álcool, e esteatose hepática não alcoólica (EHNA), que está mais associada a fatores como obesidade, resistência à insulina, hipertensão e níveis elevados de colesterol e triglicerídeos.

A esteatose hepática é frequentemente assintomática em suas fases iniciais, mas, sem controle, pode evoluir para condições mais graves como esteato-hepatite não alcoólica (NASH), que envolve inflamação e danos ao fígado, potencialmente levando à cirrose e aumentando o risco de câncer hepático.

Portanto, entender como o consumo de alimentos ricos em gordura, como o azeite de oliva, pode impactar essa condição é crucial para pacientes e profissionais de saúde.

O Azeite de Oliva Faz Mal para o Fígado?

Não, o azeite de oliva não faz mal para o fígado. Aliás, diversos estudos científicos investigaram a relação entre o consumo de azeite de oliva e a saúde do fígado, e os resultados têm sido, em grande parte, positivos.

O azeite de oliva, especialmente o tipo extravirgem, tem sido associado a efeitos protetores contra o acúmulo de gordura no fígado e a inflamação, duas condições críticas para quem sofre de esteatose hepática.

Um estudo destacou que o consumo regular de azeite de oliva extravirgem pode reduzir significativamente os níveis de enzimas hepáticas, que são marcadores de danos ao fígado.

Outro estudo demonstrou que o azeite de oliva extravirgem pode reduzir o acúmulo de gordura no fígado e melhorar a resistência à insulina, um fator de risco importante para a esteatose hepática não alcoólica.

O efeito protetor do azeite de oliva é atribuído principalmente aos seus altos níveis de antioxidantes e polifenóis, que possuem propriedades anti-inflamatórias. Estes compostos ajudam a reduzir o estresse oxidativo no fígado, prevenindo danos às células hepáticas.

Além disso, os ácidos graxos monoinsaturados presentes no azeite de oliva, como o ácido oleico, são conhecidos por melhorar o perfil lipídico e reduzir o risco de doenças metabólicas, que são frequentemente associadas a problemas hepáticos.

Portanto, ao contrário de algumas crenças, o azeite de oliva não é prejudicial ao fígado. Pelo contrário, ele pode ser benéfico quando consumido com moderação.

O mito de que o azeite de oliva faz mal ao fígado provavelmente vem da confusão com outros tipos de gorduras menos saudáveis, como as gorduras saturadas e trans, que de fato podem aumentar o risco de problemas hepáticos.

Quem Tem Gordura no Fígado Pode Consumir Azeite de Oliva?

Para pessoas diagnosticadas com esteatose hepática, o consumo de azeite de oliva é considerado seguro e, na verdade, pode ser uma escolha saudável.

Evidências sugerem que o consumo moderado de azeite de oliva pode ajudar a reduzir a gordura no fígado, melhorar o perfil lipídico e diminuir a inflamação — fatores que são cruciais para a saúde hepática.

Um estudo indicou que o consumo diário de azeite de oliva extravirgem pode reduzir a gordura hepática em pessoas com esteatose hepática não alcoólica, sem efeitos adversos significativos.

O azeite de oliva parece melhorar a sensibilidade à insulina e promover a saúde cardiovascular, que são aspectos fundamentais para quem está tentando controlar a gordura no fígado.

Dicas práticas para incluir o azeite de oliva na dieta de forma saudável:

  • Use azeite de oliva extravirgem como tempero para saladas e vegetais.
  • Adicione uma pequena quantidade ao final do preparo de sopas e pratos quentes para preservar suas propriedades.
  • Evite usar azeite de oliva para frituras prolongadas; prefira utilizá-lo para refogar rapidamente ou para finalizar pratos.

Qual a Quantidade Recomendada de Azeite de Oliva?

A quantidade recomendada de azeite de oliva pode variar dependendo das necessidades individuais e da dieta como um todo.

Para a população geral e para aqueles com gordura no fígado, recomenda-se o consumo de aproximadamente 20-30 ml por dia, o que equivale a cerca de 2 colheres de sopa de azeite de oliva extravirgem.

Esta quantidade é baseada em diretrizes de saúde e estudos que indicam benefícios sem riscos significativos quando consumido dentro desses limites.

É importante lembrar que, mesmo alimentos saudáveis, como o azeite de oliva, devem ser consumidos com moderação. Exageros podem levar a um aumento no consumo calórico diário e, potencialmente, a um ganho de peso, o que não é desejável para quem está tentando controlar a esteatose hepática.

Portanto, é essencial que o consumo de azeite de oliva seja combinado com uma dieta equilibrada e um estilo de vida saudável, incluindo atividade física regular.

Dicas para Escolher o Melhor Azeite de Oliva

Existem diferentes tipos de azeite de oliva no mercado, e a escolha pode impactar os benefícios para a saúde:

  • Azeite Extravirgem: É o menos processado, mantendo a maior parte de seus antioxidantes e polifenóis, o que o torna a opção mais saudável.
  • Azeite Virgem: É um pouco mais processado que o extravirgem, mas ainda é uma boa opção.
  • Azeite Refinado: Passa por um processo químico para neutralizar sabores indesejados e, consequentemente, perde muitos dos seus nutrientes benéficos.

Como armazenar e utilizar o azeite de oliva:

  • Armazene em locais escuros e frescos para evitar a oxidação.
  • Utilize-o preferencialmente cru ou em preparações leves para maximizar seus benefícios à saúde.

O azeite de oliva não apenas não faz mal ao fígado, mas pode ser benéfico, especialmente para aqueles que têm gordura no fígado, quando consumido com moderação.

Com suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, o azeite de oliva pode ser uma parte importante de uma dieta equilibrada, ajudando a reduzir a inflamação e o acúmulo de gordura hepática.

No entanto, é sempre importante consultar um profissional de saúde para personalizar as recomendações dietéticas, garantindo que estejam alinhadas às necessidades individuais e ao estado de saúde específico de cada pessoa.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
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