Nova esperança para tratamento da doença de Alzheimer: Lecanemab aprovado pela FDA

Mas preocupações com segurança não podem ser ignoradas

A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA recentemente aprovou o lecanemab, um medicamento para o tratamento da doença de Alzheimer. Dados apontam que o medicamento se destina a combater a raiz da doença e o lento declínio cognitivo resultante. No entanto, relatos de mortes potencialmente ligadas ao tratamento lançaram uma sombra sobre o que muitos consideram uma aprovação histórica. Neste artigo vamos explorar, aqui no SaúdeLAB, o que é o Lecanemab, como ele atua no corpo e as questões de segurança levantadas em torno do medicamento.

O que é o Lecanemab

A aprovação do medicamento pela FDA (agência semelhante à Anvisa no Brasil) abre portas para uma futura aprovação por aqui. Lá, o Lecanemab, que será vendido sob a marca Leqembi, é o primeiro tratamento para Alzheimer que demonstrou retardar o declínio cognitivo em um ensaio clínico robusto. Aliás, é o segundo tratamento a ser aprovado em menos de dois anos. Ele é fabricado pelas empresas biofarmacêuticas Eisai, em Tóquio, e Biogen, em Cambridge, Massachusetts. A droga, que é um anticorpo monoclonal, é infundida em um paciente por via intravenosa, de onde entra no cérebro. A partir daí “limpa as placas amilóides” que se acredita causarem comprometimento cognitivo e demência na doença de Alzheimer.

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Como o Lecanemab atua no corpo

A droga funciona através da infusão de anticorpos monoclonais que são capazes de se ligar às proteínas beta-amiloide no cérebro. Pesquisas apontam que essas são uma das principais causas da doença de Alzheimer. A ligação do anticorpo a estas proteínas, ajuda a remover e destruir as placas amilóides. A eliminação dessas placas, acredita-se, possa ajudar a prevenir ou até mesmo reverter os sintomas da doença de Alzheimer.

Questões de segurança levantadas sobre o medicamento

A decisão da FDA de aprovar o Lecanemab foi feita através de sua via de aprovação acelerada. Este processo é reservado para terapias para doenças com poucos tratamentos e não requer dados de ensaios de fase III.

No entanto, relatos de mortes de pacientes e a acusação de que o FDA agiu de maneira inadequada ao aprovar o medicamento ano passado, lançam dúvida sobre a segurança do tratamento.

Além disso, ainda não está claro o impacto que a droga terá na vida das pessoas com Alzheimer, já que os dados do estudo de fase III da Biogen e da Eisai, que foram publicados em 1º de novembro, não foram levados em consideração na decisão da FDA.

Esse estudo, conduzido em cerca de 1.800 pessoas com Alzheimer em estágio inicial. Nele, descobriu-se que o anticorpo retardou o declínio cognitivo em 27% ao longo de 18 meses de tratamento.

É importante notar que essa é a mesma via de aprovação utilizada para o medicamento anterior, o aducanumab, outro anticorpo monoclonal produzido pela Biogen e pela Eisai. Este medicamento também foi aprovado pela FDA via aprovação acelerada, mas foi posteriormente retirado do mercado devido a falta de evidências científicas de sua eficácia.

É importante destacar que a segurança e eficácia de medicamentos são constantemente monitoradas pelas agências regulatórias e que os pacientes devem sempre conversar com seu médico antes de iniciar qualquer tratamento. O Lecanemab é uma promessa importante para tratamento da doença de Alzheimer, mas é necessário estar ciente dos riscos e questões de segurança relacionadas ao medicamento.

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