Método BLW: Introdução de Alimentos Sem Papinha

Já ouviu falar no método BLW? As últimas gerações de pais e de mães vivem um cotidiano atribulado, o que afeta diretamente a alimentação dos recém-nascidos. Com pouco tempo para iniciarem uma transição correta do leite materno para alimentos sólidos, a grande tendência entre os pais é optar por papinhas.

Mas saiba que existe uma forma de contornar esse problema, o chamado método BLW. Para quem não sabe, BLW é a sigla em inglês para Baby Led Weaning, o que mais ou menos quer dizer que o bebê lidera a própria alimentação. Veja abaixo tudo sobre esse método!

O que é o método BLW?

De forma bastante resumida, esse método consiste em fazer com que a criança coma os alimentos cortadinhos em pedaços pequenos. Esses alimentos precisam estar bem cozidos, de modo que eles não estejam com uma consistência que impeça o bebê de ingeri-los.

Esse método só pode ser iniciado a partir dos seis meses. Isso não se deve tanto ao fato de ser o período em que a criança deixa de ter a amamentação com fonte exclusiva de nutrientes, mas sim a outros motivos.

Primeiro porque por volta dessa idade a criança já consegue se sentar sem muito apoio e suporte. Além disso, ela leva praticamente qualquer coisa à boca. Isso facilita com que alimentos sólidos sejam introduzidos sem muita resistência.

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Método BLW: como iniciar?

o que é método BLW?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a partir dos seis meses a alimentação não precisa ser exclusivamente via leite materno. Em complementação à amamentação, é altamente recomendado que se comece a fornecer outros alimentos aos bebês. Se ele começa a se acostumar desde cedo a uma alimentação sólida e diversificada, melhor será sua nutrição quando crescer.

Portanto inicialmente o que deve fazer é adquirir uma cadeira de bebê. A criança precisa ficar sentada junto à mesa, na companhia dos pais. Isso é muito importante. Ao ver que as figuras materna e paterna levam à boca os mesmos alimentos que estão em seu prato, a tendência é que ele replique o ato por si mesmo.

É imprescindível que a alimentação de todos nessa fase seja muito saudável. Legumes, verduras e frutas, por exemplo, são ideais. As verduras e os legumes precisam estar muito bem cozidos. Corte-os em pedaços pequenos e distribua-os sobre o tabuleiro da cadeira do bebê, não sobre o prato. É interessante, ainda, que sejam alimentos coloridos, para que chamem a atenção da criança.

Quais alimentos o bebê pode comer

que alimentos oferecer ao bebê

Claro que não é qualquer coisa que você sairá dando para a criança. Nada de biscoitos, de chocolates e de alimentos carregados de sódio ou de gordura. Não é preciso também oferecer apenas frutinhas ou legumes. Massas, peito de frango desfiado ou cortado em tiras, carnes para a criança chupar também são boas escolhas.

Veja abaixo o que pode estar no cardápio do método BLW:

  • Peito de frango desfiado ou em tiras;
  • Carnes em pedaços desde que apenas para chupar;
  • Cenoura;
  • Brócolis;
  • Tomate;
  • Abobrinha;
  • Chuchu;
  • Couve;
  • Batata;
  • Pepino;
  • Inhame;
  • Abóbora;
  • Beterraba;
  • Quiabo;
  • Vagem;
  • Couve-flor;
  • Omelete;
  • Banana;
  • Maçã;
  • Melão;
  • Macarrão parafuso;
  • Ovo cozido picado;
  • Bolinho de arroz.

O que não dar ao bebê

Como já foi dito, nada de bolachas, biscoitos, doces e outros alimentos do gênero. Refrigerantes e demais bebidas açucaradas, então, nem pensar. Além disso, como a base do método é dar autonomia ao bebê, qualquer alimento que ele não possa segurar deve ser deixado de fora. Sopas, papinhas, purês ou outros preparados do gênero também ficam de fora.

Tenha muita atenção também com alimentos muito temperados. Modere no sal e jamais adicione especiarias, principalmente pimenta. Azeite de oliva e óleo de coco são permitidos, mas não devem ser usados em frituras, pois frituras são completamente proibidas. Fique apenas pelos cozidos e pelos grelhados.

Excluímos aqui também aqueles alimentos processados e embutidos. Salsichas, linguiças, apresuntados não são bons para adultos, imagine para crianças.

Outra questão importante é não insistir na ingestão de determinado alimento. Se a criança não quer comer algo, não force. Se o fizer, as chances de a criança não querer comer mais nada são muito grandes. Espere alguns dias para tentar novamente o alimento rejeitado.

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Qual a quantidade ideal de alimento proposta pelo método BLW

alimentação do bebê

Três ou quatro alimentos diferentes no almoço e três ou quatro alimentos diferentes no jantar. A variedade é algo muito importante nesse método, pois o sabor e o cheiro fazem parte da experiência alimentar.

Se a criança não comer tudo, não fique triste ou tente forçar. É normal nessa fase que ela mais brinque do que coma a comida, porém isso faz parte do processo. Fique preparado, portanto, para sofrer com sujeira e bagunça. Não fique irritado ou pelo menos não demonstre isso, tampouco tenha atitudes punitivas, pois isso apenas prejudicará o desenvolvimento do pequeno.

Preste muita atenção nas atitudes da criança. Ele vai parar de comer quando perder a fome ou quando perder o interesse na comida. Se tiver dúvida a respeito de qual motivo fez a criança parar de se alimentar, ofereça o leite materno. Se ainda houver fome, o bebê aceitará.

Como evitar que o bebê engasgue no método BLW

Grande parte dos pais se preocupa muito com que o bebê se engasgue. Por essa razão, acabam optando por oferecerem papinha, purês, caldo de feijão e sopa. Esses alimentos não são escolhas ruins. O problema é basear a alimentação das crianças apenas nisso. Não é pobre em nutrientes, mas não auxilia os pequenos a desenvolverem autonomia.

Agora se você mantém a criança sentada à mesa o tempo todo, reta, em uma cadeira própria para ela, as chances de o bebê engasgar diminuem. Além disso, a criança tem um desenvolvimento natural: primeiro ela suga, depois ela morde e por fim ela mastiga. Contudo apenas quando é capaz de sentar, de abrir e de fechar a mão sozinha e de levar à boca o alimento é que o método BLW pode ser iniciado.

Respeitar isso é fundamental para que a criança não se engasgue. Além do mais, normalmente são alimentos menores, como grãos, sementes, amendoim, feijões, que fazem com que a criança se engasgue.

Os pedaços de comida maiores, como tiras de peito de frango, que não foram amassados pela gengiva da criança, serão automaticamente retirados da garganta por um reflexo natural. Isso, no entanto, só ocorre se ela estiver sentada ou mesmo em pé.

Então se tem medo de que a criança se engasgue, não é preciso deixar de tentar o método. Basta que respeite o desenvolvimento de seu filho e que não tire os olhos dele. A criança jamais pode ficar sozinha comendo. Não a deite, não a alimente com a televisão ligada ou enquanto ela anda.

E se ele mesmo assim se engasgar?

Caso ocorra o pior e a criança realmente se engasgue, é preciso que você esteja muito preparado. Além de ligar para o 192 e de chamar a SAMU, verifique se o bebê ainda respira e há pulsação. Verificado isso, a melhor forma de acudir o bebê é por meio da manobra de Heimlich.

Tente, com dois dedos, retirar de uma única vez o alimento preso na garganta da criança. Se não conseguir, sente o bebê em seu colo, com a barriga para baixo. Posicione a cabeça dela próxima dos seus joelhos e dê cinco tapinhas em suas costas.

Vire o bebê de frente e verifique se voltou a respirar por ele mesmo. Se ocorrer o pior e não estiver respirando ainda, faça uma massagem cardíaca com apenas dois dedos. Repita esses procedimentos até que a ajuda médica chegue.

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Método BLW: alimentação cheia de vantagens

vantagens do método blw

Você já percebeu que tanto você quanto o seu bebê tem muito a ganhar com a aplicação desse método. Mas quais são exatamente as vantagens propriamente ditas dele? Veja abaixo os benefícios direto desse tipo de metodologia alimentar.

É prazeroso tanto para os pais quanto para a criança

O prazer aqui é para ambos os lados. Os pais ficam felizes, e as crianças ainda mais. Primeiro porque isso é uma forma de estimular no bebê a curiosidade, a descoberta e o aprendizado. Quando nos tornamos donos de nossos próprios processos, temos muito mais prazer em desenvolvê-los.

Os pais, por sua vez, sentem-se muito satisfeitos em vez que o filho ou a filha está se desenvolvendo por conta própria. Passar a ação para a criança é uma forma de construir uma conexão entre todos os membros da família.

Permite desenvolvimento de atos naturais

Nada mais natural do que pegarmos uma tira de cenoura com as mãos e levá-la à boca para comê-la. Nada de talheres, nada do famoso “aviãozinho” para divertir o bebê, nada de comidas artificiais. Tudo na introdução alimentar BLW é o mais próximo de como agiríamos na natureza por conta própria.

Além do mais, os bebês só aprendem corretamente quando lhes é permitido explorar. Eles estão acostumados a levar todos os tipos de objetos à boca na fase dos seis meses para cima. Aproveite isso e faça com eles descubram por si só os prazeres da alimentação.

Estimula o aprendizado alimentar

O aprendizado alimentar só vai se efetivar se a criança for um sujeito agente. Nisso, a introdução alimentar por esse método não falha. Em relação à papinha, por exemplo, que apresenta todos os sabores dos alimentos em um só, o BLW faz com que a criança consiga diferenciar sabores. Maçã é uma coisa, banana é outra.

A criança passa a saber desde cedo, portanto, as diferenças e semelhanças de sabores, de texturas e de cheiros. Isso é importante, pois conforme cresce ela saberá sempre sobre suas preferências alimentares.

Ensina sobre segurança

Como dissemos, a fase oral do bebê precisa ser aproveitada para iniciar a educação alimentar da criança. Mas não só por isso. Conforme ela própria vai levando os alimentos à boca, aprende sobre o próprio corpo e aprende o que pode e o que pode engolir. Aliás, ele aprende o que pode ser mastigado, além de descobrir qual é o papel da língua.

A utilização da papinha inibe esses aprendizados. Afinal, o bebê apenas “chupa” ou engole a papinha da colher, não utilizando a língua. Aprender sobre os diferentes tamanhos de alimentos é relevante, visto que no futuro a criança saberá que há pedaços que são grandes demais para tentar mastigar. É uma forma de promover a autosegurança, já que diminui a incidência de engasgos.

Método BLW desenvolve competências motoras

benefícios do método blw

Quando a criança é agente da sua alimentação, ela descobre como segurar os alimentos sem amassá-los. Aos poucos vai descobrindo que certos alimentos são escorregadios, podendo, portanto, caírem de suas mãos. Aprendem uma porção de noções a respeito dos próprios movimentos e também noções sobre o mundo, como a gravidade, por exemplo.

Outros conceitos importantes acabam sendo apreendidos. Noções de tamanho, de mais, de menos, peso, forma, textura: tudo isso o bebê acaba internalizando por meio do método BLW É uma forma de aliar todos os sentidos para que a criança englobe tudo que está a sua volta e crie uma rede de sinapses a respeito do mundo.

Por fim, esse aprendizado aumenta a desteza da criança. Posteriormente, quando estiver aprendendo a desenhar e mesmo a escrever, todos os movimentos praticados durante o método BLW serão aproveitados. Outra questão é que mastigar desde cedo auxilia a desenvolver músculos faciais que são usados na fala.

Promove a autoconfiança

Mesmo que estejamos falando de uma criança, isso não significa que não possamos falar de algo tão abstrato quanto autoconfiança. O bebê começa a aprender sobre os alimentos e começa a desenvolver um julgamento mais refinado sobre tudo. Ele vai lentamente confiando em si mesmo e no que acha que é bom ou mau para si mesmo.

Quanto mais seguros de si são os bebês, as chances de eles se desenvolverem como crianças, adolescentes e adultos seguros aumentam. Isso abre o leque não só na hora da alimentação, como em tudo em suas vidas. Se tornam indivíduos mais propensos a experimentarem experiências novas e desafiadoras, sem medo do desconhecido.

Isso acaba se refletindo também nos pais, que permitem à criança maior liberdade conforme crescem. Estabelece-se uma confiança mútua entre todos os membros da família, o que é essencial para um núcleo familiar saudável.

 

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Crédito das imagens: Freepik e Pexels

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