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Entenda o que é implante contraceptivo; método prático será opção no SUS
O implante contraceptivo, considerado um método de longa duração para prevenir a gravidez, passará a ser oferecido de forma mais ampla pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (3) pelo Ministério da Saúde e prevê a distribuição de cerca de 1,8 milhão de unidades até 2026, com expectativa de atender pelo menos 500 mil mulheres já em 2025.
Antes restrito a públicos específicos, o dispositivo agora será acessível a mulheres entre 18 e 49 anos que desejarem adotar esse tipo de contraceptivo.
Ao longo deste texto, explicamos melhor o que é implante contraceptivo, quais são seus efeitos no organismo, por quanto tempo ele age e o que muda com sua ampliação na rede pública.
O que é o implante contraceptivo e como ele funciona?
O implante contraceptivo é um pequeno bastão de plástico, com cerca de 4 centímetros de comprimento, que é colocado logo abaixo da pele do braço, geralmente no lado não dominante.
Ele contém um hormônio chamado etonogestrel (similar à progesterona) que é liberado de forma contínua na corrente sanguínea.
Esse hormônio tem duas funções principais: impede a liberação do óvulo pelos ovários e altera o muco do colo do útero, dificultando a passagem dos espermatozoides.
Com isso, o risco de gravidez é extremamente reduzido.
O método é considerado de longa duração: tem ação por até três anos, sem necessidade de manutenção ou lembrança diária, como acontece com pílulas ou adesivos.
Por que a incorporação no SUS é tão importante?
Até recentemente, o implante contraceptivo no SUS era restrito a grupos vulneráveis, como mulheres vivendo com HIV, em tratamento para tuberculose ou privadas de liberdade, além de profissionais do sexo.
Para outras mulheres, a alternativa era buscá-lo na rede privada, onde o valor pode chegar a R$ 4 mil, incluindo o implante e o procedimento de inserção.
Com a nova política pública, o Ministério da Saúde pretende ampliar o acesso ao método para todas as mulheres entre 18 e 49 anos, que estejam em idade reprodutiva e desejem evitar a gravidez por um período mais prolongado.
A decisão de incluir o implante no SUS foi tomada após avaliação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), que abriu uma consulta pública e concluiu que o método é eficaz, seguro e viável para ser oferecido em larga escala.
Quando o método estará disponível?
Segundo o Ministério da Saúde, uma portaria oficializando a oferta deve ser publicada nos próximos dias.
A partir disso, as equipes técnicas dos estados e municípios terão até 180 dias (cerca de seis meses) para viabilizar o acesso nos postos de saúde.
A aplicação do implante poderá ser feita por médicos e enfermeiros devidamente capacitados.
O investimento previsto pelo governo federal é de cerca de R$ 245 milhões para garantir a compra e distribuição dos dispositivos em todo o país.
Planejamento reprodutivo com mais liberdade
Em nota divulgada pelo Ministério da Saúde, a secretária de Atenção Primária à Saúde, Ana Luiza Caldas, afirmou que a incorporação do implante contraceptivo no SUS faz parte de uma política pública voltada ao fortalecimento do planejamento sexual e reprodutivo no país.
Segundo ela, o método amplia as possibilidades de escolha para as mulheres e deve estar disponível a todas as pessoas que utilizam a rede pública.
Ainda de acordo com informações do ministério, caso a usuária deseje engravidar antes do prazo de três anos (tempo médio de duração do efeito do implante) o dispositivo pode ser removido, com retorno rápido da fertilidade.
Outros métodos contraceptivos no SUS
Com a inclusão do Implanon, o implante contraceptivo no SUS passa a compor o grupo dos chamados métodos reversíveis de longa duração (conhecidos pela sigla em inglês LARC).
Além dele, o DIU de cobre também pertence a essa categoria.
Esses métodos são considerados altamente eficazes porque não dependem da memória da usuária, ao contrário das pílulas, por exemplo, que precisam ser tomadas todos os dias no mesmo horário para garantir eficácia.
No total, o SUS agora oferece oito opções de métodos anticoncepcionais:
- Camisinha masculina e feminina;
- Anticoncepcional oral combinado;
- Pílula oral com progestagênio;
- Injeções hormonais mensais e trimestrais;
- Laqueadura tubária bilateral (esterilização feminina);
- Vasectomia (esterilização masculina);
- DIU de cobre;
- Implante contraceptivo.
Ainda assim, o Ministério da Saúde reforça que a camisinha continua sendo indispensável em qualquer relação sexual, pois é o único método que protege contra infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis e gonorreia.
O implante contraceptivo: possíveis impactos na saúde e na prevenção da mortalidade materna
O uso do implante contraceptivo também pode contribuir para reduzir riscos associados à gestação em contextos de vulnerabilidade.
Segundo o Ministério da Saúde, facilitar o acesso a métodos eficazes de prevenção da gravidez pode ajudar a evitar complicações que afetam a saúde da mulher, especialmente em casos de gravidez não planejada.
Em documento oficial, a pasta destacou que essa medida está alinhada com metas da Organização das Nações Unidas (ONU), como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Entre os compromissos firmados pelo governo brasileiro estão a redução de 25% da mortalidade materna geral até 2027 e de 50% entre mulheres negras no mesmo período.
Expansão do acesso pelo SUS
Com a ampliação do implante contraceptivo no SUS, o Ministério busca tornar o método acessível a um número maior de mulheres, sem depender de condições financeiras ou da oferta na rede privada.
A expectativa é que essa medida ajude a ampliar as opções de planejamento reprodutivo disponíveis na atenção primária e a reduzir desigualdades no acesso a métodos de longa duração.
Ao longo deste processo, entender o que é implante contraceptivo e quais são suas vantagens pode ajudar mais mulheres a fazer escolhas informadas sobre seu futuro reprodutivo.
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