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Prebióticos podem ajudar na saúde mental? Estudo aponta que sim
Você já ouviu falar que o intestino é o “segundo cérebro”? Essa expressão tem ganhado cada vez mais força, especialmente quando se trata de saúde mental.
Aliás, certos alimentos prebióticos — como algumas fibras — podem ajudar a aumentar os níveis de GABA no cérebro, uma substância ligada à sensação de calma e bem-estar.
Um estudo recente, feito por pesquisadores da Universidade de Hiroshima, no Japão, trouxe este dado interessante.
Em outras palavras: o que você come pode influenciar diretamente o seu humor.
A pesquisa ainda está em fase inicial, mas os resultados já mostram que alguns alimentos que alimentam as “boas bactérias” do intestino podem ter impacto direto na forma como o cérebro lida com o estresse, a ansiedade e até sintomas de depressão.
Aqui, no SaúdeLAB, você vai entender de forma simples como essa relação entre intestino e cérebro funciona — e por que os prebióticos podem se tornar grandes aliados da saúde emocional.
O que são prebióticos e por que isso importa para o seu cérebro
Prebióticos são um tipo de fibra que o nosso corpo não digere, mas que serve de alimento para as bactérias boas do intestino.
Eles ajudam a manter a flora intestinal equilibrada — e, com isso, melhoram vários aspectos da saúde.
No estudo japonês, os cientistas usaram um tipo específico de prebiótico chamado FOS (frutooligossacarídeos) — presente em alimentos como alho, cebola, banana verde e aspargos.
Em testes com camundongos, eles perceberam que, ao consumir esses prebióticos, os animais apresentaram aumento de GABA no cérebro.
Essa substância funciona como um “freio” natural do sistema nervoso, ajudando a reduzir a agitação e trazer uma sensação de relaxamento.
Ou seja, esses alimentos não só cuidam do intestino, mas também podem acalmar a mente.
Mas o que é GABA, afinal?
O GABA (ácido gama-aminobutírico) é uma substância produzida pelo próprio corpo e que atua no cérebro para controlar os sinais de excitação.
Em termos simples: quando você está muito agitado ou ansioso, o GABA ajuda a desacelerar os pensamentos e a trazer mais tranquilidade.
Níveis baixos de GABA já foram associados a problemas como ansiedade, insônia, depressão e até crises convulsivas. Por isso, encontrar formas naturais de aumentar sua produção no corpo tem sido um dos focos da ciência.
Intestino e cérebro conversam entre si — literalmente
Pode parecer estranho pensar que o intestino tem algo a ver com o nosso estado emocional, mas a ciência já provou que existe uma forte conexão entre os dois.
Isso acontece por meio de nervos, hormônios e até substâncias produzidas pelas bactérias que vivem no intestino.
Mesmo que o GABA não atravesse diretamente a barreira entre o sangue e o cérebro, acredita-se que o intestino consiga enviar sinais para o sistema nervoso de outras formas — como pelo nervo vago, que liga o intestino ao cérebro, ou por meio de reações químicas que influenciam nosso estado emocional.
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E o que isso significa para quem sofre com ansiedade ou depressão?
A ideia de que alimentos podem ajudar a equilibrar o humor é animadora, especialmente porque se trata de algo natural e acessível.
Ainda é cedo para afirmar que os prebióticos podem substituir tratamentos médicos, mas eles podem sim se tornar parte de um cuidado complementar à saúde mental.
No futuro, talvez médicos e nutricionistas recomendem, além de terapias e medicamentos, o consumo de alimentos específicos para melhorar a flora intestinal como uma forma de cuidar também do humor, da concentração e do bem-estar emocional.
Homocarnosina: outro aliado do cérebro
Durante os testes, os pesquisadores também notaram que, além do GABA, os camundongos apresentaram aumento de uma substância chamada homocarnosina — que também tem papel importante no cérebro.
Camundongos com pouca homocarnosina, por exemplo, mostraram mais sinais de tristeza e agitação.
Assim, os prebióticos podem estar ajudando o cérebro por mais de um caminho. E tudo isso começa… no intestino.
O que esperar daqui para frente
O estudo japonês ainda está em fase inicial e foi feito apenas em animais. Por isso, não é possível garantir os mesmos efeitos em humanos.
No entanto, os resultados são promissores e já estão servindo de base para novas pesquisas em pessoas.
Os cientistas agora querem entender qual a dose ideal desses prebióticos, por quanto tempo eles devem ser consumidos e se funcionam em diferentes grupos — como pessoas com ansiedade, depressão ou até mesmo dificuldades de concentração.
Vale a pena incluir prebióticos no dia a dia?
Sem dúvida! Mesmo que os efeitos no cérebro ainda estejam sendo estudados, já se sabe que os prebióticos fazem bem à saúde intestinal — o que por si só já melhora digestão, imunidade e absorção de nutrientes.
Além disso, manter a microbiota equilibrada pode trazer benefícios que vão além do intestino.
Afinal, o corpo funciona como um todo, e cuidar da alimentação pode ser uma das formas mais simples e acessíveis de melhorar o bem-estar físico e emocional.
Então, que tal começar a incluir mais fibras e alimentos naturais na sua rotina? O seu intestino — e talvez até o seu humor — agradecem.
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