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Romã é um anti-inflamatório natural que também protege o coração
A romã (Punica granatum L.) há muito é celebrada por seu sabor vibrante e propriedades medicinais. Mas, além de ser uma fruta saborosa, estudos recentes destacam seus potenciais benefícios da romã na redução de riscos cardiometabólicos e inflamatórios, especialmente em adultos acima dos 55 anos.
Uma pesquisa publicada na revista Nutrients investigou os efeitos do extrato de romã (PE) em marcadores de inflamação e saúde cardiovascular, trazendo insights valiosos sobre como esse fruto pode contribuir para um envelhecimento mais saudável.
Inflamação e envelhecimento: o desafio do “Inflammaging“
Com o avanço da idade, o corpo tende a desenvolver um estado de inflamação crônica de baixo grau, conhecido como inflammaging. Esse processo está associado a um maior risco de doenças como diabetes, problemas cardiovasculares e até distúrbios neurodegenerativos.
A romã, rica em polifenóis — especialmente a punicalagina, um tipo de elagitanino —, possui uma potente atividade antioxidante, superior até mesmo à do chá verde. Esses compostos não só combatem os radicais livres como também modulam vias inflamatórias, o que pode explicar seus efeitos protetores.
Como a romã impactou a saúde dos participantes do estudo
A pesquisa analisou 86 adultos entre 55 e 70 anos, majoritariamente mulheres brancas com índice de massa corporal (IMC) médio de 24 (faixa de peso normal a sobrepeso). Os participantes apresentavam pressão arterial sistólica (PAS) levemente elevada (média de 128 mmHg), mas não na faixa de hipertensão.
Principais achados
- Redução de Marcadores Inflamatórios
Os níveis de interleucina-6 (IL-6) caíram em média 5,47 pg/mL no grupo que consumiu extrato de romã.
- A IL-1β também diminuiu significativamente.
Houve uma tendência de queda no TNF-α e PCR, embora sem significância estatística.
- Melhora na Pressão Arterial
A pressão arterial sistólica (PAS) reduziu em 5,2 mmHg, um resultado clinicamente relevante, já que uma queda de 5% na PAS está associada a uma redução de 10% no risco de eventos cardiovasculares graves.
A pressão diastólica (PAD) também apresentou leve diminuição (3 mmHg), mas sem significância estatística.
- Efeitos sobre o Metabolismo
Não houve mudanças significativas em colesterol total, LDL, triglicerídeos ou glicemia em jejum.
O extrato não alterou hábitos alimentares ou prática de atividade física, indicando que os benefícios vieram diretamente da suplementação.
Como a romã age no organismo?
Os pesquisadores sugerem que os benefícios da romã na pressão arterial estão ligados à melhora na vasodilatação, graças à redução do estresse oxidativo e ao aumento da atividade da óxido nítrico sintase endotelial (eNOS), enzima crucial para a saúde vascular.
Além disso, os polifenóis da romã podem modular a expressão de genes inflamatórios, ajudando a frear a cascata de processos que levam ao inflammaging.
Limitações e próximos passos
Apesar dos resultados promissores, o estudo teve algumas limitações:
- Amostra restrita: Predominantemente mulheres brancas com peso normal, o que pode limitar a generalização dos resultados.
- Duração: Pesquisas mais longas são necessárias para avaliar efeitos em longo prazo.
Os autores destacam que a romã pode ser uma estratégia não farmacológica valiosa para promover um envelhecimento saudável, mas mais estudos são necessários para confirmar seu papel na prevenção de doenças crônicas.
Como incluir a romã na dieta?
Embora o estudo tenha usado extrato concentrado, consumir a fruta in natura ou seu suco (preferencialmente sem adição de açúcares) também pode trazer benefícios. Algumas formas de aproveitar os benefícios da romã:
- Suco natural: Rico em antioxidantes, pode ser consumido puro ou em smoothies.
- Sementes em saladas: Adicionam um toque doce e crocante, além de fibras.
- Extrato ou cápsulas: Opção para quem busca dosagens padronizadas de polifenóis.
Uma aliada natural para o coração e a longevidade
A romã se consolida não apenas como uma fruta nutritiva, mas como um aliado científico no combate à inflamação e na proteção cardiovascular. Seus efeitos na redução da pressão arterial e de citocinas inflamatórias abrem caminho para intervenções naturais no envelhecimento.
Embora mais pesquisas sejam necessárias, os achados reforçam que pequenas mudanças na dieta — como o consumo regular de romã — podem ter um impacto significativo na saúde ao longo dos anos.
Para quem busca um envelhecimento ativo e saudável, a romã pode ser mais que um alimento: é um potencial complemento na prevenção de doenças crônicas.
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