Novo aparelho alemão que regenera ossos com ondas de choque chega ao Brasil

Um novo aparelho alemão, chamado Aries, capaz de regenerar ossos com ondas de choque, chegou ao Brasil. Em entrevista com o maior especialista, professor na área de cirurgia ortopédica e Secretário Geral da Internacional Society for Medical Shockwave Treatment ( ISMST), Dr. José Eid, elucidaremos como a recuperação pode ser acelerada.

A terapia por ondas de choque extracorpórea (ESWT)  é um tratamento não invasivo, em consultório, sem drogas e que não requer anestesia.  As ondas de choque de baixa intensidade são enviadas pelo equipamento para uma área de desconforto do paciente. Elas acionam os próprios mecanismos de reparo do corpo, que iniciam a cura natural e a angiogênese (mecanismo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes).

O método em sido usado com eficácia em doenças crônicas que podem persistir por anos, até mesmo pedra nos rins e disfunção erétil.

Tratando pedra nos rins

A litotripsia por onda de choque (LECO), é uma maneira suave de remover cálculos urinários, pois não requer cirurgia. A maioria das pedras pode ser tratada com sucesso usando este método. As ondas de choque viajam através do tecido e se encontram em um ponto focal da pedra, fazendo com que ela se estilhace.

Os fragmentos de pedra saem do corpo naturalmente com a urina. A litotripsia por onda de choque leva aproximadamente 30 a 60 minutos e geralmente pode ser realizada em ambulatório.

As ondas de choque atuam através da pele, portanto, não há necessidade de qualquer intervenção invasiva, como cirurgia. O tratamento da LECO geralmente não é muito doloroso. No entanto, se os pacientes sentirem alguma dor, o médico indicará um analgésico venoso para garantir que o efeito seja rápido.

O que são ondas de choque?

Aries é um novo aparelho alemão, muito eficiente (Imagem: Divulgação)
Aries é um novo aparelho alemão, muito eficiente (Imagem: Divulgação)

Ondas de choque são ondas mecânicas, acústicas e estão presentes habitualmente nos nossos dias. Um terremoto, uma explosão por bomba, ou um avião que ultrapassa a velocidade do som produz uma onda de choque.

Este “boom” sonoro formado pelo deslocamento do ar produz um estrondo sônico que caracteriza a onda de choque. “Felizmente, na medicina, as ondas de choque são utilizadas para tratamento e não para destruição”, explica Dr. José Eid.

Na ortopedia pode tratar quais doenças?

Desde o final dos anos 80, as ondas de choque são utilizadas na Ortopedia e Traumatologia para reparar e regenerar os tendões, músculos e ossos. De início, foi utilizada para desintegrar “pedras nos rins”, sem necessidade de cirurgia.

Na ortopedia, as ondas causam uma cascata de efeitos biológicos e não mecânicos, ocasionando a reparação de tendões, músculos e ossos. “Como exemplo, podemos citar as fraturas, que durante o tratamento através da cirurgia ou não, não evoluíram para a cicatrização completa, ou como é chamamos, não consolidaram, e necessitariam de nova cirurgia. É aqui que podemos realizar o tratamento por ondas de choque, regenerando e consolidando o osso fraturado sem a necessidade nova cirurgia”, explica o cirugião.

O tratamento na área da ortopedia tem suas maiores indicações nos distúrbios ósseos, nas fraturas não consolidadas, nos tendões e músculos, tratamento da fascite plantar, conhecido como esporão de calcâneo, nas calcificações e inflamações dos tendões no ombro e cotovelo.

5 pontos positivos do tratamento por ondas de choque

I. Tratamento não é invasivo;
II. Não depende de medicamentos (drug free);
III. Não é considerado doping, fato importante para os atletas;
IV. Método de tratamento seguro;
V. Eficaz e com base de evidências científicas.

Dr. José Eid utiliza o equipamento em paciente (Imagem: Divulgação)
Dr. José Eid utiliza o equipamento em paciente (Imagem: Divulgação)

O tratamento

Na grande maioria dos pacientes não necessita de anestesia para realizar o procedimento médico. Em média são realizadas três aplicações, em intervalos aproximados de 10 dias.

Pacientes que apresentam fraturas que não consolidaram, o procedimento se faz em ambiente hospitalar, com anestesia, contudo sem necessidade de internação.

Na Europa, principalmente Alemanha e Áustria, onde se iniciou e se desenvolveu o tratamento, os planos de saúde já cobrem o tratamento. “Importante salientar que na a Áustria, o tratamento por ondas de choque é a primeira opção de escolha de tratamento para os casos de fratura que não consolidaram, ocasionando ao país uma economia da ordem de 66 milhões de euros anuais com o tratamento por ondas de choque”, conclui.

No Brasil deve-se verificar junto aos planos de saúde a cobertura, embora o procedimento médico conste na tabela médica brasileira.

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